CAPÍTULO 1

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Uma adrenalina aprazível corria pelas suas veias enquanto a sua passada frenética acelerava por aquela escuridão labiríntica imensa. Os corredores vazios onde as sombras brincavam em silêncio absoluto mas Barbara reconhecia a melodia do andar dela. Aquela música discreta, quase como silenciosa. A presença dela era uma batida que constantemente era tocada nos pensamentos de Barbara e ela o sentia, ela sabia que ele estava perto, mas isso não a impediu de continuar a correr velozmente. Uma silhueta vista ao longe, ela sabia que não importava o quanto corresse o vulto iria alcançar ela. Ela precisava de um plano. A sua inteligência era a arma mais mortífera a ser usada nesta luta, mas a sua mente estava desabitada de qualquer ideia, seca como um deserto, perdida no labirinto. Era inevitável. Muito improvável escapar daquele que se lentamente aproximava. Ela viu um corredor diferente e decidiu o atravessar, as suas pernas estavam exaustas mas ela não poderia parar, a voz dela ecoou e ela sabia que esconder não era uma opção.

- Winchester, 1, 2, 3, estou cada vez mais perto, esconder não vai adiantar de nada - ao ouvir isso ela cobriu a sua boca tentando fazer a sua respiração ofegante não ser ouvida.

Foi aí que ela sentiu o seu braço ser puxado, extirado e distenso, a pele dela arrepiou ao sentir o toque, aquele toque que o seu corpo reconhecia imediatamente sem qualquer duvida. Apesar da força dela, o pulso firme dele a segurava e ela sabia que não haveria escapatória dali. Pelo menos por agora. Apesar da escuridão ela tentou procurar por uma luz pelos corredores vazios daquela noite de trevas.

 "Novak, sua filha da..." As suas palavras são interrompidas de prolongar quando sente um objeto fresco, metálico e cortante no seu exposto pescoço onde ele conseguia sentir o ritmo cardíaco dela acelerar, talvez da corrida fatigante ou talvez por Novak estar em controlo.

 "Winchester, eu preferia se não insultasse minha mãe por favor." Ela pausou pra fazer o seu reflexo aparecer na adaga que ela empunha a no débil pescoço de Winchester. "Ela teve muito trabalho fazendo a obra de arte que eu sou." Ela sentiu o corpo dele se encostando ao dela fazendo a arma branca mais apertada na sua garganta, um sorriso arrogante se formando nos lábios dela, enquanto Barbara ouvia a sua respiração em sinfonia com a dela.

 "Completamente uma obra de arte." As palavras saídas num tom de ironia misturadas com um revirar de olhos enquanto a sua mente corria por soluções de uma maneira de escapar à malignidade de tenebrosidade obscura que se encontrava, ela odiava não estar em controlo. Novak tinha conhecimento disso e usava isso para alimentar o seu frágil ego.

 "Uau!" Ela quase que gritou rindo, o seu ego subindo cada vez mais, sendo alimentado como um monstro ambicioso que sempre queria mais. Ganância "Sarcasmo? Winch, eu acharia que você arranjaria melhor que isso" O tom arrogante que ela odiava encheu os ouvidos dela assim que ela sussurrou essas palavras para ela.

Um sorriso divertido se espalhou nos lábios rosados de Winch sendo seguidos por uma risada dela, ela conhecia ela melhor que qualquer pessoa. Cada traço dela. Ela saberia exatamente como sair da posição submissa em que se encontrava e foi aí que seu plano surgiu. Sua mão se orientou até à cintura dela pegando sua pistola, o sorriso dela alargou ao senti-la, É claro que ela a teria, ela pensou. E assim, num movimento de agilidade como um gato e rapidez como uma chita, numa perícia perfeita que a encantava, ela posicionou a pistola num ato de fé tocando no que parecia ser a testa dela. O braço dela esticando apesar de dorido chegando ao sitio planeado, ela sentiu o sorriso arrogante dele mais uma vez de formando.

 "Desculpa Vak, estava um pouco enferrujada." o tom dócil e sarcástico se misturava, lembrando talvez um tom de um assassino inocente ou um monstro simpático. Algo impossível. Ela tinha esta voz que relembra tudo de bom mas as palavras que saem são cruéis e cruas.

 "Acho que nós deveríamos parar este treino, apesar de eu ter a vantagem, tenho uma reunião com o Diretor. " Ela falara com a sua voz rouca, ela sabia que ele não acreditava nas palavras que dissera e então ela atirou a pistola para o chão sem pensar duas vezes. Ela sabia que também tinha trabalho para fazer.

 "Como quiser, Senhora Novak." Ela fez o que parecia ser uma vénia exagerada, algo nisso formava raiva nela e ela conseguia sentir isso.

As luzes encheram aquele parque de estacionamento vazio na qual elas sempre se encontrariam pra treinar. Fazia algum tempo desde que o tal não acontecia. Mas nos tempos da academia as duas armas de morte ambiciosas e alimentadas por vingança se encontravam. As cicatrizes abomináveis e condenáveis do passado alimentavam as novas cicatrizes que elas faziam uma à outro com suas armas, desde as mais profundas e dolorosas às que não deixariam marca mas elas sempre relembrar se iam. O ódio que elas tinham um pelo outro alimentavam elas a tornarem se melhores. Algo que muitos consideravam uma competição tóxica mas elas sabiam que era a única coisa que tinham.

Barbara pegou num pano que ela tinha amarrado à sua cintura limpando as pequenas gotas de sangue que tinham sido derramadas do seu pescoço, chegou a causar impacto, ela pensou, bom. O suor da corrida esgotante dançava pela pele dela, mas ela ignorou se dirigindo à sala do Diretor, ela recebera uma mensagem antes do treino para se dirigir ao local.

 "Barbara, nos treinos intensos outra vez?" O Diretor interrogou de uma maneira retórica sabendo a resposta pelo estado que a de cabelos pretos chegara à sala. Ela sentou se na cadeira à frente dele e acenou que sim com a cabeça.

O Diretor tinha cabelos médios castanho escuro que combinavam com seus olhos castanhos que ao sol pareciam piscinas de mel. Apesar de estar sentando Barbara sabia que ele era um homem alto por volta de 180 cm. Ela sempre se sentiu curiosa quanto a ele, mulheres caíam aos pés dele, mas ele se encontrava sempre solitário como um lobo. Ele tinha um belo maxilar quadrado, um sorriso com covinhas que derretiam qualquer uma que tivesse uma consciência sã e um belo nariz proeminente, mas mesmo assim ele preferia estar sozinho. Algo nisso fazia todas as agentes femininas ainda o desejarem ainda mais, ela nunca sentiu essa atração, sim, ela acreditava que ele tinha uma enorme beleza mas ele era uma inspiração. E ela o via como uma.

 "Tenho uma nova missão pra si." Seis palavras. Uma frase. Mas foi o suficiente para trazer um pequeno sorriso ao rosto dela. "Mas é uma missão à paisana nos subúrbios."

Qualquer sorriso antes encontrado na face dela rapidamente foi trocado por o que parecia ser raiva. Ela era uma das melhores agentes que aquela agência alguma vez viu. Ela sabia disso. Os subúrbios era para onde os agentes de nível inferior se encontravam, os que tinham medo do toque da entidade mortífera que os poderia levar ao inferno. Barbara não era assim.

 "À paisana?" Um grito frustrado saiu dela, ela não podia acreditar nas palavras que ele acabaram de sair da boca dele.

 "Sim agente Winchester, à paisana, disfarçada, encoberta, clandestina." Ele não era de usar o sarcasmo, mas essa foi a arma que ele escolheu usar naquela conversa.

 "Eu sou uma das melhores agentes aqui, tenho o maior número de missões bem sucedidas e maior número de mortes e você quer me mandar para os subúrbios?!" A raiva borbulhava nela, ela parecia que iria explodir, sabendo que eles iriam por a sua melhor valia como uma boa mulher que provavelmente faz bolos para as vizinhas e vivia a sua vida na fofoca.

 "Eu não diria precisamente a melhor" Uma voz feminina interrompeu a supernova de Barbara, ela sabia que aquilo não poderia ficar pior.

 "Boa tarde Rachel, obrigado por chegar atrasada." O Diretor usou o sarcasmo mais uma vez, ele sabia que era a melhor arma contra as duas arrogantes agentes que se encontravam à frente dele.

 "Não!" Ela exclamou soltando um riso aterrador. "Eu não vou à paisana com ela." Ela pronunciou o ele com mais força como se tivesse repulsa ou talvez um sentimento como ódio, ainda mais forte. "Nos subúrbios."

 "O que?!" Choque foi atirado aos rosto dela quando ele percebeu o que estava a acontecer. "O Diretor não pode fazer is..."

 "O Diretor pode e está a fazer isso. - o homem sentando na cadeira se levantou - Barbara e Rachel, esta missão é deveras importante e eu precisarei de vocês duas para a realizarem, tal como vocês sabem vocês são boas agentes e eu preciso de boas agentes nos quais confio para cumprir esta missão. Eu não quero saber desta pequena guerra entre vocês, eu sou o Diretor e vocês iram cumprir as minhas ordens, capisce?"

 "Capisce." Elas responderam em uníssono.

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⏰ Última atualização: Nov 01, 2021 ⏰

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