Capítulo XXVII

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Amberly se encontrava de novo naquele quarto sendo cuidada por sua cunhada. Por aquela amiga inseparável que havia encontrado em Anne.

- "Descanse...Outra vez você nos deu um grande susto." - Anne expressou ao ver Amberly acordar assustada, colocando as mãos em seu ventre com preocupação. - "Você precisa descansar, você está em um mês muito complicado de sua gravidez... E o médico nos advertiu que da próxima vez que aconteça algo assim, provavelmente não terá tanta sorte. Agora a partir de hoje, você terá que fazer repouso por um bom tempo. Ele te deu um remédio para as dores, você. acabou perdendo a consciência um pouco antes dele chegar. Não sei se você se lembra..."

- "Eu me lembro..." - Amberly disse nervosa e inquieta. - "Quanto tempo estive dormindo? Tem certeza de que não acho teceu nada com o bebê? Não sinto ele se mexer..."

- "Ele esta bem... O médico nos disse que talvez você demore a senti-lo se mexer de novo. Deve ser por causa do que aconteceu..."

Alguns segundos depois que Anne terminou de falar, Amberly sentiu o bebê chutar. Esse gesto fez um sorriso aparecer no rosto de Amberly e seu coração se encher de alívio. Seu bebê estava bem.

- "O bebê mexeu?"

- "Sim." - ela sorriu limpando as lágrimas que começaram a escorrer pelo seu rosto. - "Como está Stephanie?"

- "Esta bem. Ela levou um bom susto e não parou de se culpar pelo o que aconteceu. Ela nos disse que não quis te ouvir quando disse para não subir no barco. Ela não parou de se preocupar com você."

- "Pode dizer a ela que estou bem... Que não foi sua culpa."

- "Ela nos contou que você a salvou de se afogar... Disse que você nadou até ela."

- "Era o mínimo que eu podia fazer. Você também teria feito o mesmo...Eu não podia deixar que nada acontecesse com ela."

- "Escrevi para Alexander contando o que aconteceu com vocês... É provável que agora ele entenda que seu lugar é em Somersham. Entenda que sua filha precisa dele. Olha o que aconteceu por sua estupidez... Stephanie nos contou que ela havia escutado minha discussão com ele, e disse que você também estava ali. Por que você nunca me disse nada?"

- "Pra quê, Anne? Para te fazer se sentir ainda mais mal? Escutei como você falou a meu favor. E escutar o que seu irmão disse, me fez compreender que ele tinha razão sobre o que devo esperar dele...."

- "Amberly, não. Não volte a dizer isso..."

- "Alexander jamais poderá me amar. E essa é a única verdade que existe. Seu coração foi enterrado junto com sua falecida esposa..." - Amberly respirou fundo sentindo a dor no mais profundo do seu coração. - "Não quero mais lutar pelo o que é impossível." - ela olhou para o outro lado, não poderia continuar olhando para Anne. - "Seu irmão quer uma estátua de mármore como esposa, uma mulher que não sente nada por ele. Então serei exatamente como ele quer eu seja."

Amberly fechou seus olhos enquanto dizia internamente para si mesma:

>>Ele terá o meu corpo só quando eu desejar. E jamais voltará a ter minha alma e coração... Já não serei a mesma que era antes...

(...)

Quando aquela carta chegou nas mãos de Alexander, fez com que ele se desse conta do grande erro que ele havia cometido desde o princípio. E agora quem ele amava, começou a sofrer com as consequências de seus atos.

Agora sim, ele se sentia mal por tudo aquilo.

- "Amberly agora esta confinada em uma cama por minha culpa... E tudo isso por salvar a minha filha de morrer afogada, por querer fugir para o seu lugar favorito só por saber os meus motivos que me impulsionaram a me afastar de Somersham..."

Ele.sentia completamente impotente e tão culpado. Tudo aquilo havia chegado naquele ponto por toda sua atitude errada.

(...)

- "Você pensa em escrever para o Duque e expressar suas suspeitas sobre o novo rapaz contratado, Timothy?"

- "Não sei se devo esperar ou escrever de imediato... A senhorita Anne já escreveu para o Duque e esperam a resposta dele. Talvez até mesmo sua presença. E depois de tudo o que aconteceu não quero preocupar a duquesa e nem ao resto da família. O que aconteceu com o barco não foi um acidente, você mesmo viu o buraco que tinha. O Duque sempre se preocupou com o bem-estar de sua filha e colocou a sua disposição um barco em perfeito estado. O que encontramos, depois de tirar o barco do fundo, podemos ver que isso foi manipulado. Alguém fez aquele buraco onde uma criança pequena não poderia ver. Ninguém me tira da cabeça que foi esse tal de George. O resto do pessoal sempre foram de confiança, mas desde que ele começou a trabalhar aqui, coisas estranhas aconteceram. Como por exemplo: o inexplicável incêndio no jardim de inverno...Quem deixaria uma lamparina esquecida ali? E por que motivos?"

- "São só suposições... Não temos provas que o incriminem. Acha que acreditariam em nós se o acusamos sem evidências?"

- "Ficarei de olho nele, uma hora ele dará um passo em falso, e ai ele verá!"

(...)

Logo o mês de março chegou. Aquele mês de março trouxe junto com ele a primavera.

Amberly continuava confinada naquela cama, onde ela não podia se colocar de pé como desejava, mas não podia porque era uma ordem médica, sabendo o risco que aquela gravidez corria. Mas uma parte dela sabia que em vez de melhorar, ela piorava. A verdade era que ela precisava se afastar dali.

E assim ela decidiu fazer em uma manhã, quando ouviu sobre a chegada de Alexander.

(...)

Alexander comprovou com seus próprios olhos o quão delicada ela se encontrava, ele se sentia o homem mais desprezível de todo o mundo. Se culpava por ter levado ela a essas circunstâncias. Com a sua ingratidão ele a havia colocado em perigo e a aquele ser inocente que crescia em seu ventre.

Quando ele entrou em seu quarto para vê- la, não quis despertá- la, ele queria que ela continuasse descansando para restaurar suas forças, tudo por culpa dele, ele havia perdido. Não queria alterá- la com sua presença.

- "Te amar...?" - ele respirou fundo ao sair daquele quarto entrando no seu pela porta de ligação que havia ali. - "A princípio me disse que era só por causa de Stephanie e porque ele precisava de um herdeiro homem... E também queria mudar o futuro dela... Mas me equivoquei tantas vezes ao não ver a verdade que havia no meio dos dois. Amberly pouco a pouco conseguiu chegar em meu coração, mesmo que eu negasse tantas vezes. E por estar tão cego, quase os perco..."

A culpa quase corria a sua alma.

Ele se sentia a metade do homem que ele deveria ter sido e agora se culpava por tudo o que havia feito.

(...)

Na manhã seguinte, Amberly acordou se sentindo sobressaltada. Seu coração havia lhe avisado que ele esteve ali. Poderia sentir o seu perfume naquele quarto, como se ele continuasse ali presente.

Ela colocou a mão em seu coração se sentindo mais uma vez traída por ele. Por acaso Alexander havia se esquecido do que Alexander havia feito nesse tempo? Por acaso havia se esquecido de sua promessa passada?... Não, jamais voltaria a amá- lo.

- "Ele está aqui... Eu sei..."

AMBERLY - A NOVA DUQUESA DE SOMERSHAM Where stories live. Discover now