Capítulo XIV

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A manhã antes de partir de Edimburgo, Alexander ficou sozinho em seu quarto olhando para a porta por uns minutos, que pareceram ser horas depois que se deixou cair na poltrona, enquanto segurava um copo de conhaque na mão.

Havia sido um erro se casar com Amberly. Sim, um grande erro. Mas logo ele iria reparar isso. A solução ainda seguia firme em sua cabeça, cada um iria dormir em seu próprio quarto, e só a veria quando sua cabeça compreendesse que era o correto a fazer depois de ter estado com ela. Embora isso fizesse parecer como se não tivesse coração. Um homem sem sentimentos.

Ele estava consciente que havia dado nesses três meses de lua de mel, tudo aquilo que ele não pensava dar. Mesmo que pareça tão egoísta, ele havia feito uma promessa e pensava em cumpri-la. E ele era um homem que cumpria o que prometia, era um homem de palavra que queria viver em paz consigo mesmo. Ele nunca havia feito nenhuma outra promessa a Amberly, nenhuma que implicasse sentimentos. Ele havia prometido apenas lealdade, o que muitos casamentos careciam.

Alexander respirou fundo, consciente que depois que voltassem a Somersham, cada um seguiria com a sua própria vida. Ela seria uma mãe para sua filha, e ele seria um marido respeitoso que havia prometido ser.

Ali em sua casa de campo, poderia freiar o que restava de suas paixões. Esse sentimento que Alexander havia desconhecido, quando ele roçou as suas mãos no corpo daquela mulher, que agora era sua esposa.

- "Está pronta?" - Alexander perguntou ao vê- la sair do outro quarto, enquanto ele terminava de beber o último gole de sua bebida.

- "Sim..."

- "Logo estaremos em nossa casa..."

(...)

Aquela viagem havia sido um pouco estranha para Amberly. De repente, ela sentia que havia alguém diferente ao seu lado. Não Alexander. Ele havia se mantido calado, como se tivesse perdida em seus pensamentos. Por isso ela se dedicou a descansar ou apenas ficar olhando para a paisagem por todo o caminho.

Até que de repente, ele finalmente quebrou aquele silêncio que existia entre eles.

- "Diante de seus olhos está sua nova casa...Essa é Somersham..."

O coração de Amberly deu um salto ao sentir uma onda de expectativa e esticou o seu pescoço para ver sua nova casa. Ali formaria aquela família que ela tanto desejava. Nervosa, ela segurou a mão de Alexander e deu um pequeno aperto.

- "Isso é tudo o que posso te dar..." - disse ele para si mesmo. Se prometendo que não iria cometer o mesmo erro que havia cometido em sua lua de mel.

A carruagem se deteve na entrada daquela enorme mansão, onde vários criados estavam esperando por eles. Alexander atenciosamente ajudou Amberly a descer. E a conduziu até a pequena escada de pedra, segurando a sua mão enquanto os criados lhes davam as boas vindas.

Mas o que Amberly observava era o quão distante Alexander havia tornado com ela. Ele evitava a olhar para ela e sua expressão era muito séria. Isso fazia com ela ela se perguntasse, era se ela havia dito ou feito algo para que ele ficasse assim.

Dentro da mansão, mais criados os esperavam. Além de sua nova família. Sua sogra, sua cunhada e sua pequena enteada. Uma doce garotinha que a olhava com curiosidade e doçura.

- "Olá...." - Amberly disse a Stephanie ao se ajoelhar e a olhou com doçura.

- "Olá...Duquesa. Seja bem vinda a sua nova casa..." - Stephanie disse com certa timidez.

- "Obrigada..." - disse sorrindo.

Poucos minutos depois que Amberly foi para o seu quarto, a atividade de toda mansão voltou ao normal, ela havia resolvido dormir um pouco, pois a viagem de Edimburgo até Somersham havia a deixado realmente esgotada.

(...)

Já a noite, depois do jantar em família, Amberly e Alexander subiram as escadas juntos para ir até o quarto, mas para quartos deferentes.

- "Espero que esteja tudo do seu gosto..."

- "Esta sim Alexander, obrigado... Posso te perguntar algo?"

- "É claro."

- "Tenho sentido que você está um pouco distante desde nossa partida de Edimburgo... Fiz alguma coisa que você não gostou?"

- "Não... Deve ser impressão sua."

- "Deve ser isso... Me desculpe perguntar. Talvez eu deva estar preocupada com os meus deveres como Duquesa quo tenho que ser a partir de agora... E saber o que esse lugar significa pra mim agora."

- "E o que significa?"

- "Meu novo lar... Ver crianças correndo por cada canto dessa casa. Sempre sonhei em ter muitos filhos... Espero... Me desculpa por falar de mais."

- "Tudo bem... Me parece um bom sonho. Agora cada um deve seguir com sua vida, é assim que é um casamento como o nosso. Se precisar de mim, essa é a porta do meu quarto, e dentro do seu quarto também tem uma porta que liga o seu quarto ao meu." - Alexander disse sinalizando a porta do quarto ao lado. E antes de entrar em seu quarto, ele deu um beijo na testa dela.

Ele devia cumprir com sua promessa. Por isso ele havia pensado que se afastando dessa maneira de Amberly, a obrigaria se dar conta, de que jamais haveria um vínculo de amor entre eles, assim ele a protegeria, da mesma forma que ele se protegia.

Alexander entrou em seu quarto, dispensou o seu mordomo, sentindo que precisava ficar sozinho. Se serviu de um copo de conhaque e se sentou na poltrona que havia perto de sua janela. Ele tomou um longo gole de sua bebida e depois se serviu de outro, rogando para que o efeito amortecedor do álcool fizesse efeito logo, porque não suportava pensar que Amberly se encontrava no quarto ao lado. E apenas uma porta o separava dela. Ele fechou os olhos quando sentiu uma forte dor em seu interior. Não, ele não podia ceder. Ele era mais forte. E sabia que se ele cedesse a esse sentimento, ele perderia a si mesmo

- "É um casamento por conveniência. Não fiz nenhuma promessa de amá- la..." - disse ao beber um gole do seu terceiro copo de conhaque.

(...)

Amberly se sentia estranha naquele quarto, olhando para aquela porta que ligavo o seu quarto do de Alexander. Ela fechou os olhos se sentindo um pouco ferida.

- "Sou uma tonta... Só criei uma ilusão boba ao pensar que entre nós  havia começado a surgir algo diferente..." - Amberly reprovou a si mesma. - "Ele foi sempre sincero e honesto comigo, desde o começo. A partir de hoje irei lembrar de suas palavras... Esse é um casamento por conveniência. Não por amor... Eu serei a mãe para os seus filhos e uma duquesa na frente dos outros, nada mais..."

Uma lágrima brotou em seus olhos. Lágrima que secou com um pouco de pesar. Ela jamais havia sonhado acordada, mas em Edimburgo, cada dia que passava sentia que algo estava nascendo entre eles. Mais forte que aquela conveniência. Ela achava que tinha visto isso em seus olhos azuis cobalto.

- "É tão fácil se apaixonar por você... Talvez, eu jamais possa lutar com o fantasma de sua falecida esposa. Deveria ter a amado tanto, para não querer vomitar a entregar o seu coração, Alexander... Como eu gostaria de que você me amasse da mesma maneira. Estou me apaixonando por você, mesma sem querer..."

AMBERLY - A NOVA DUQUESA DE SOMERSHAM Onde as histórias ganham vida. Descobre agora