O Novo Jardim do Éden

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  Macayla respirou o ar profundamente de olhos fechados, o sorriso veio logo depois mostrando o quão feliz se sentia por finalmente estar livre, e aquela não era sequer a verdadeira Macayla. Era Caos. Um ser celestial sem definição de gênero que aparentemente é o oposto do Criador.

  Enquanto Deus possuía a habilidade de criar coisas, Caos só sabia destruir.

  Blake engoliu em seco, pois a cada passo que ela dava as pequenas plantinhas que sobreviveram no chão, acabavam morrendo no solo, e suas roupas haviam mudando para algo mais sombrio, era como se ela vestissem um vestido preto transparente e fino, como se estivesse de luto. Ou como se pertencesse a algum filme de terror onde uma viúve sem véu passava por suas vítimas.

   Rafael pressionou o maxilar e Caos encarou Blake fazendo com que sua marca começasse a brilhar como nunca naquele momento, céus como o queimava! Ele gritou de dor, mas havia entendido, aquilo era uma ordem para que ele saísse dali. Caos queria ficar a sós com Rafael, queria ter o prazer de destruí-lo em privacidade.

— Não temos de ser inimigos. — Disse Rafael enquanto Blake saía, Rafael encarou o pai de Macayla indo contra sua vontade em meio as lágrimas enquanto pensava em algo. — Una-se a nós, e terá um lugar como sempre desejou, Caos!

— Você é patético. — Disse ela. — E fraco.

— Como ousa...

— Tão fraco que deixa um ser inferior te controlar. — Ela sorriu parando de andar e encarando ele com aquele olhar sombro. Rafael arregalou os olhos, aquilo... aquilo estava além dele.

— Aurora é a Deusa dos arc...

— Ela não é uma Deusa Rafael... — Respondeu o interrompendo. — Ela foi criada por um Deus, o que faz dela um ser poderoso, mas não uma Deusa. Assim como a rainha do inferno... Você por acaso sabe o que é um Deus? — Ela começou a flutuar sem precisar fazer o uso das asas. — Um Deus é um ser incompreendido Rafael, algo que nunca entrará no seu cérebro minúsculo. Um Deus, é capaz de tudo e ninguém pode detê-lo. — Respondeu perto o suficiente para agarrá-lo pelo colarinho, e Rafael não se moveu, ele não conseguia, aquilo era medo dela? Por que ele havia travado daquela forma?

— O que é você? —  Sussurrou ele não conseguindo encontrar nada de divino naqueles olhos mortais, aqueles olhos que pareciam ter vida própria enquanto sua íris colorida dançavam com a morte. Aquilo não era divino... Não... Não podia ser...

  Ela sorriu e sussurrou no ouvido dele bem vagamente para que ele gravasse cada palavra que saísse de sua boca.

 — Eu sou um Deus e você é no máximo o meu servo. — Concluiu enfiando a cabeça dele dentro daquela luz que o fez gritar como nunca e enquanto isso, Caos gargalhava em emoção. Um verdadeiro mal... Era possível que algo como um Deus pudesse ser tão... Impuro?

 Ao retirar ele dali ela o arremessou usando uma única mão contra o outro lado.

  Ele estava com a cara completamente marcada por queimaduras graves e se curava lentamente. O problema era que aquele choque de realidade o acordou de sua hipnose e fez com que Rafael entendesse o tipo de problema que havia criado.

— Merda. — Disse ele engolindo em seco. 

  Ao acordar da hipnose de aurora ele respirou desenfreadamente ainda com tamanha dor no rosto, Macayla ainda o encarava, ela ainda o encarava com aquele olhar...

— Viu? Deuses nunca falham, e a sua falsa Deusa já falhou em uma simples magia de controle mental. —  Disse ela. 

—  Maca... — Ele se entristeceu em pensar que Macayla estava morta, aquele corpo já não era dominado mais por ela e sim por um ser das trevas, um antigo Deus que agora havia conseguido o que queria. 

Descendentes do Inferno - Uma história Renegados do Inferno - Vol ÚnicoWo Geschichten leben. Entdecke jetzt