002. De volta a liones

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Ao me afastar bastante de Once, me sentei de frente para um lago, então me inclinei, assim podendo ver meu reflexo na água.

─── Mãe natureza? ─── A chamei com a voz baixa, ainda observando atentamente ao meu redor, podia ouvir os pássaros cantando de longe.

───O clã dos demônios... ─── Só de ouvir essas palavras, senti um arrepio percorrendo meu corpo por inteiro. Por que esse assunto agora? ─── O selo de três mil anos foi quebrado.

Assim que a frase foi completa, me levantei rapidamente. Então por isso que algum tempo atrás eu vi aquele sinal? O sinal das estrelas se cruzando no céu da Britânia, uma antiga escritura prevendo os dias mais sombrios.

─── O que? Não, eles precisavam da chave que estava com Meliodas e... ─── Ao se lembrar do selo, pude ver minhas mãos tremendo com o que estava acontecendo.

─── A sua hora chegou, use sua guardiã Once! E volte para Liones. ─── Mandou a mãe natureza, antes que eu pudesse terminar de dizer o que eu queria.

─── Não posso ser vista por lá! ─── Lembrei. ─── Eles ainda podem acreditar que eu tenho envolvimento com o planejamento da morte de Zaratras... ─── Demorei alguns segundos para me decidir se voltaria ou não, então com um suspiro longo, finalmente assenti com a cabeça antes de dizer. ─── Porém, se está dizendo que eu devo voltar... Eu voltarei.

🐻

─── Estamos em Liones! ─── Anunciou Once com entusiasmo, enquanto olhava tudo atentamente a procura de meu tesouro sagrado: Renaissance saint.

─── Você tem certeza que estou segura? ─── Perguntei receosa ao olhar as roupas que me escondiam, de certa forma eu ainda sentia medo de ser vista ou levantar qualquer suspeita.

─── Vem cá! ─── Me puxando pelo pescoço para perto, Once andava ainda atenta. ─── Você pode mudar de qualquer forma, e mesmo assim insiste nessa forma de criança? Qual é, ninguém vai te reconhecer.

─── Cala a boca. Por que não vira um animal e me deixa em paz? ─── Sem paciência, cerrei os punhos ao me lembrar o motivo da minha aparência ainda estar daquele jeito.

─── Não devo discutir com pirralhada. ─── Falou ela antes de desferir um tapa fraco na minha cabeça e se misturar entre os humanos.

Ao sair atrás dela, acabei me deparando com um beco, no qual haviam alguns meninos grandes e um menor. Eles estavam fazendo bullying com o menino menor. Então sem pensar muito fui até lá para ver o que estava acontecendo.

─── Fracote! ─── O maior dos meninos exclamou ao chutar a barriga do menor que estava entre eles. Abaixei meu capuz, deixando meu cabelo cair por minhas costas.

─── Ele não é um fracote. ─── Defendi o garoto que apenas me olhou surpreso, talvez por ter alguém vendo tudo aquilo, e ainda assim, tê-lo defendido.

─── E ela? É sua namoradinha? ─── O menino que havia batido no menor falou rindo, me fazendo arquear uma sobrancelha em descrença.

─── Não. ─── Respondi de forma rispida. ─── Eu sou um demônio antigo, que sabe ser muito obscura; uma deusa que sabe usar seus poderes muito bem; uma fada que usa a magia da floresta para manter longe os inimigos; um gigante que pode esmagar os ossos dos humanos como se não fossem nada. ─── Falei sem nenhuma expressão.

─── Você é um desses fracotes que diz que é algum pecado capital?! ─── O garoro fez uma pergunta retórica, fazendo os outros amigos dele rirem. ─── Você não é nada.

A Substituta Da Ira Do Dragão {Nanatsu No Taizai}Onde histórias criam vida. Descubra agora