𝟙𝟛-heather

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Uma semana depois.
Olho para o relógio assim que ouço meu celular tocar, era Veronica.

- Onde que caralho você está? Estou te esperando cá fora, quer chegar atrasada?- ela grita.

- Obrigada por me acordar, dez minutos estou aí embaixo- desligo rapidamente.

Visto umas calças justas e uma camiseta da adidas qualquer em meu armário, calço umas Vans e penteio meu cabelo.

Ignoro a maquilhagem e desço as escadas.

- Mãe, tou indo- grito para que ela me possa ouvir no escritório.

- Desculpe não ter acordado você querida, estou com muito trabalho.

- Sem problema, até logo- digo e saio me dirigindo até ao carro- Bom dia meu amor, me desculpe.

Digo para Veronica que me passa o habitual copo de café e revira os olhos.

[...]

Estava na terceira aula tentando manter minha concentração, que foi retirada assim que na parede ao meu lado vejo o poster do concerto de Jughead.

- Você vai?- olho para o meu outro lado, onde estava Veronica.

- Acho que sim, com o Jordan- digo esperando seu sermão.

- Vai dar em merda e você sabe que
vai- ela diz.

- Jughead não é burro Veronica- volto minha atenção para a matéria escrita no quadro, ela ri ironicamente.

Arrumo minhas coisas depois de o sinal tocar assim como Veronica e vamos juntas até ao refeitório.

Pegamos os tabuleiros e nos sentamos na mesma mesa de sempre que ainda estava vazia.

Kevin se senta ao meu lado depois de nos cumprimentar.
Pouco a pouco a nossa mesa tinha ficado cheia e as únicas pessoas que faltavam ali era Jughead e Jordan.

Jughead pouco tempo depois chega e se senta ao lado de Veronica.
Ele tinha um anel novo e eu tinha reparado. Ele era simples, todo preto com uma pequena pedra que mal se via azul clara.
Olho para seus olhos que me encaravam e logo desvio o olhar.

- Oi amor- estremeço com o toque de Pea em meu ombro, ele me dá um selinho.

Tento não olhar para Jughead, o que foi praticamente impossível, pois ele jogou o seu tabuleiro no lixo e simplesmente saiu do refeitório voltando o olhar de algumas pessoas para ele.

Era tão errado isso que tava fazendo, eu quebrei Jughead. E junto quebrei a mim própria.

Olho para Veronica que me encarava triste.
Coloco minha mochila no ombro e arrumo o tabuleiro me despedindo de toda a gente na mesa.

- Já vai?- Pea me pergunta sentado na mesa.

- Sim, tenho muitas coisas para fazer- digo com um sorriso falso e ele assente.

Tiro os fones do bolso do meu casaco e coloco uma música calma para a longa caminhada até minha casa.

Observo os carros apressados passando nas ruas enquanto a única coisa que ouço é a música que soa nos meus fones.

Chego a casa e abro a porta, vou direta ao meu quarto depois de fechar a porta sabendo que minha mãe ainda não chegou do trabalho.

Acabo meu trabalho de matemática e desço as escadas para a cozinha assim que ouço a porta a ser aberta.

- Oi querida- minha mãe pousa sua bolsa em cima da mesa e me dá um beijo na testa.

- Como correu seu trabalho?- me apoio na mesa onde ela almoçava.

- Bem, muito para fazer como sempre, e a sua escola?- ela pergunta positiva.

- O mesmo de sempre- me sento ao seu lado- então, você sabe que daqui a dois dias, temos o concerto do Jughead, posso ir certo?

Ela assente e bebe mais um gole do seu sumo de laranja.

- Pode sim, com juízo- me alerta e eu sorrio, volto a subir as escadas me dirigindo a meu quarto.

Ligo as led de meu quarto para azul e tento ler meu livro. Mas todos os pensamentos me levavam a ele. Tudo que eu pensava era ele.
As suas mãos com veias saltadas entrelaçadas nas minhas.
A sua cabeça enfiada em meu pescoço enquanto nos abraçamos.

- Posso entrar?- balanço a cabeça para afastar os pensamentos assim que minha mãe aparece na porta.

- Sim- digo e ela pousa a xícara de chá em cima de meu criado mudo.- obrigada mamãe.

Ela sorri e volta a sair fechando a porta.
Encosto a cabeça na minha almofada e revejo algumas de minhas mensagens.

Cabeça de jarro: venha jogar comigo ;)
sexta-feira, 01:09h

E repetidas mensagens de "venha jogar comigo" temos mais como "já leu o livro que eu te recomendei?", "Como você está chata?". E era dessas que eu tinha saudades.

Começo a escrever tudo o que sentia pois já estava farta de não falar.

Me: sei que você deve estar me achando a maior idiota desse mundo nesse momento. Mas eu senti uma falta e necessidade imensa de me explicar para você. Aceitei Pea de volta porque você sabe bem como eu sou Jughead, sou um coração mole, não uma parte corações.
Não me arrependi de nenhuma coisa que fiz no armário mas sim do que não disse, que nesse caso foi dizer o que eu sinto por você. Nunca deveria ter tido algum relacionamento com Jordan sendo que estava apaixonada por outro garoto e eu admito que usei ele para esquecer você. Mas não me tinha apercebido até lembrar o quão bom é ter seus lábios juntos dos meus, suas mãos presas às minhas. Não vou pedir que volte para mim, mas sim que considere que nunca te esqueci. Vá em frente e me largue, porque quem não te merece sou eu e não o contrário. Vou no seu concerto e espero ouvir minha música preferida tocar. Dê o seu melhor naquele palco e mais uma vez, desculpe por tudo o que fiz você passar.

Envio e limpo algumas lágrimas que nem me tinha apercebido que caíram.
Fecho os olhos tentando dormir, mas passado uns longos 30 minutos tela de meu celular liga indicando uma nova mensagem.

Pego nele tremendo e ligo.

Cabeça de jarro: não culpo você de nada Betty, não me sinto culpado de nada, não guardo rancor de nada, não me arrependo de nada. Não vou me declarar para você porque já sabe o que eu sinto e eu não sou desse tipo, fique com ele se quiser ou não, você que decide, é sua vida. Siga com ela e tome suas próprias decisões, agradeço pelo texto e tomo em consideração que vc ainda me ama. Não vou mentir e dizer que não te amo. E sim, vou cantar sua música favorita, espero ver vc lá então.

Respiro fundo e atiro o celular contra o edredão fechando os olhos com força.

Que se lixe.

𝓕𝓸𝓻 𝓸𝓷𝓮 𝓼𝓸𝓷𝓰-𝓫𝓾𝓰𝓱𝓮𝓪𝓭  Where stories live. Discover now