— Ele estava? Eu sabia. Antes de você acordar ele apareceu aqui e me trouxe uma garrafa de vinho. — ela morde o lábio inferior e aponta para o balde com gelo. — Mas não vamos falar isso agora. Como você está? Sente alguma coisa?
Mia me puxa para a espreguiçadeira e analisa meu rosto minuciosamente, apertando as minhas mãos.
— Sim, só com muito sono. — gemo, soltando as mãos dela e me deitando. — Pelo menos não estou enjoada. Consegui comer uma salada de frutas agora à pouco.
— Isso é bom, você ouviu o que o médico disse, comer até sem fome. Esse bebê precisa crescer forte e saudável. — acaricio minha barriga com um sorriso.
— Eu já fico pensando como vai ser o rostinho dele, com quem vai se parecer, qual personalidade vai herdar. — Mia ri, me entregando seus óculos escuros.
— Independente disso será uma criança maravilhosa. Agora vamos tomar um pouco de sol antes do seu casamento.
— Eu não perguntei isso ao médico. Será que posso tomar sol? — Mia olha para mim apavorada.
— Eu não faço a mínima ideia, estou longe de ser mãe mas na dúvida pergunte ao titio google.
Pego meu celular e pesquiso como ela falou. Passei por algumas páginas até achar uma com um artigo que eu consegui entender.
— Escuta. Sob a luz do sol nós produzimos vitamina D, que é essencial para o desenvolvimento do bebê. Desde que seja moderado é muito bom para a futura mamãe tomar um pouco de sol, mas não excessivamente por causa dos raios ultravioletas. É primordial o uso de filtro solar para proteger a pele e tomar bastante água para se manter hidratada.
Mia ajeita o chapéu de palha enorme na cabeça e olha para mim com sobrancelhas franzidas.
— Você tomou litros de vinho quando já estava grávida, por que um pouco de sol agora faria mal?
— Em minha defesa eu não tinha a mínima ideia que estava grávida, meu teste de farmácia deu negativo, lembra? Mas o importante é que meu filho está bem e agora que eu sei da existência dele não vou arriscar. Esse bebê precisa ser forte como o pai.
— Não era você que dizia que a maternidade não estava nos planos? — dou de ombros, me levantando da espreguiçadeira.
— Quando você encontrar o homem da sua vida e descobrir que dentro de você cresce o fruto desse amor seus conceitos também vão mudar. Olha, tenho dois convites para o melhor spa da cidade. Você pode continuar aí debaixo desse sol suscetível ao câncer ou pode me acompanhar, a escolha é sua.
Mia salta da sua espreguiçadeira e agarra a bolsa, amarrando uma canga na cintura.
— Eu já decidi.
Depois de uma hora nós finalmente estávamos prontas para sair. Elliot traz meu Porsche e me entrega as chaves com um suspiro, apontando para Taylor e o outro segurança ao lado do SUV.
— Você já conhece as regras, não fuja deles. Se alguma coisa acontecer o Christian fica endemoniado e não é bonito de se ver. — reviro os olhos, deslizando no banco do motorista.
— Christian e eu já falamos sobre isso, Elliot. Eu prometi ser uma boa menina. — ele assente, fechando a minha porta. — Você já programou o GPS para mim? Ainda não sei andar nessa cidade.
— Já sim, pode ir tranquila. Seu celular está na bolsa com carga completa, qualquer problema é só me ligar. — ele enfia a cabeça dentro do carro e beija a minha testa. — Aproveitem o dia, garotas.
— Puta que pariu. — Mia chia, passando as mãos pelo painel de controle. — Porra, olha para isso. Esse sim é um carro. O quê é isso?
Dou um tapa na sua mão, afastando-a da marcha. Ela vai para apertar um outro botão que nem eu sabia para o que servia e tive que bater nela novamente.
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Capítulo 22
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