Capítulo 19

2.3K 263 109
                                    

Anastasia

A luz forte do sol diretamente no meu rosto me desperta. Abro meus olhos e minha cabeça protesta na mesma hora, meu corpo completamente detonado.

— Madre mia, santo infierno. — gemo, esfregando minha testa para apaziguar as pontadas.

Com esforço consigo me sentar na cama, respirando fundo para não vomitar. Me arrastei para fora da cama até o banheiro, me escorando na parede. Minha cabeça deu voltas e meu estômago se agitou violentamente, me obrigando a andar mais rápido até a privada.

Deus, isso é uma merda.

Uma hora e três comprimidos de paracetamol mais tarde já me sentia quase humana novamente e saí pelo apartamento atrás do meu noivo bonito e idiota. Uma bandeja de café da manhã estava sobre a bancada da cozinha com uma rosa e um cartãozinho. O cheiro das panquecas reviraram meu estômago novamente e as empurrei de lado, pegando o suco de laranja gelado.

Me arrastei até o sofá e desabei com um suspiro, as lembranças da noite de ontem me batendo com força.

O casamento.

Meus pais.

A dança.

Meu irmão idiota.

Michael.

Gemi alto e coloquei o copo de suco por meio sobre a mesinha de centro, indo até a janela e olhando para a rua. O SUV preto estava estacionado na porta do prédio enquanto Taylor falava com mais dois seguranças. Olhei para o aparador e só vi as chaves do meu carro.

Corri para o elevador e soquei o botão da garagem, a descida dolorosamente lenta. Minha BMW estava intacta, mas a vaga da Ferrari estava vazia. Subi para o lobby e corri para a calçada, gritando o nome de Taylor.

— Taylor, por Deus, cadê o Christian? — ele apagou o cigarro e abriu a porta do carro, me oferecendo a mão como apóio. — Eu tenho que pegar minhas coisas. — ele apontou com o queixo para as minhas costas e vi Sebastian segurando a minha bolsa e celular.

Aceitei sua ajuda e subi no carro, pegando uma garrafa de água do suporte e tomando um comprimido para enjôo. O celular de Taylor tocou e ele atendeu monossilábico, olhando para mim e concordando. Ele se despediu e deu partida, puxando para o trânsito calmo do domingo de manhã.

Fizemos o caminho rápido até a casa dos meus pais, o que me deixou ainda mais confusa.

— Taylor, o que nós estamos fazendo aqui? — ele deu de ombros e saiu do carro, abrindo a porta e me ajudando a descer.

— Vou esperar a senhora aqui fora.

Eu quis questionar, mas minha mãe gritando meu nome da porta me interrompeu. Suspirei e coloquei um sorriso falso nos lábios, caminhando para ela de braços abertos.

— Querida, que bom te ver aqui. Vem, acabei de colocar a mesa do café.

— Só vou ao banheiro e já venho, mamãe. — ela assentiu e pegou o jornal no aparador, caminhando para a sala de jantar.

Corri para o banheiro e peguei meu celular, digitando o número de Christian. Chamou três vezes antes de ser recusado. Olhei atônita para o telefone, raiva esquentando minhas veias.

Ninety Days Onde histórias criam vida. Descubra agora