Super(Acção)

15. Hora de falar

Nem fez tanto tempo assim, e os meus irmãos já se vão embora hoje.

"Desculpa não ter passado mais tempo contigo". Kiessy vem se despedir de mim.

Reviro os olhos pela sua falta de senso e por ser tão mentirosinha. "Claro, você estava mais ocupada em sentar no colo do Beto".

Com os seus dedos a beliscar o meu braço, Kiessy me manda calar a boca e pergunta como a Daisy está. "Ela nem veio conhecer a Twizana por esses dias".

"Está tudo bem, ela está doente". Oculto.

"Tudo bem, mande as melhoras por mim, tudo bem?". Ela pede e eu aceno, me despeço de todos eles e vou para a escola, não tinha pretensões de entrar, eu espero pela Daisy à entrada. Assim que a vejo, ela nota a minha presença e muda o seu rumo, eu vou atrás dela.

Pego em seu braço e praticamente a ouço comigo até a um dos bancos que tem pelo campus e a obrigo a sentar. "Dessa vez nós vamos conversar, e bem".

"Eu não tenho nada para falar contigo". Ela puxa o braço e os cruza sobre o peito, mostrando uma cara que claramente diz que eu fiz uma merda muito grande.

"Você não vai fazer birra agora, vai? Precisamos esclarecer essa situação, no dia dos teus anos, eu reservei uma mesa em um restaurante, eu me arrumei e fui te buscar, pelo caminho eu recebo essa mensagem aqui". Lhe mostro a mensagem no meu telefone. "Eu não quis acreditar, então eu liguei para ti e o seu número estava desligado, liguei para Halsey". Ela franze o seu cenho.

"Você falou com a Halsey?". Ela pergunta e eu aceno.

"Ela disse que tu não querias mais falar comigo, que eu devia parar de ligar para você". Eu lhe explico e ela me olha confusa. "Eu fui até a tua casa, mas parecia não haver ninguém, eu fiquei lá por algum tempo para ver se aparecias, mas nada disso aconteceu".

"A Halsey disse que ligaste para ela para mudar o nosso local de encontro, eu fiquei por muito tempo a espera de você, até que os meus pais chegaram".

"Porque ela haveria de fazer isso?". Pergunto mais para mim do que para ela.

"Eu não..., não sei, eu vou perguntar para ela o que se passa, peço desculpa por não ter te ouvido, eu fiquei chateada, fiquei triste por não termos ido ao nosso encontro". A envolvo em meus braços e deposito um beijo em sua testa.

"Para a próxima peça explicações, eu não iria te magoar assim, sem mais nem menos, eu amo você minha princesa de olhinhos bonitinhos". Beijo a sua bochecha. "E você nem teve a oportunidade de conhecer a minha cunhada, mas haverá uma próxima vez".

"Vamos sair mais tarde?". Ela pergunta quando nos levantamos.

"Pode ser". Digo entrelaçando os nossos dedos, e andamos assim.

Eu e a Daisy já estamos bem, Halsey disse que provavelmente entendeu tudo errado e se desculpou por ter causado confusão, mas eu ainda estou muito preocupado com a Ana.

"Aninha, você não parece bem, tem certeza que pode viajar hoje? Você ainda pode me fazer companhia, tenho me sentido muito só, Utima vive em seu próprio mundo"

"Ah, pirralho, vai ficar tudo bem sim, e eu estou perfeita, é só um mal estar, eu tenho de voltar a trabalhar, eu tenho uma empresa para cuidar, e um filho e... um marido... para amar, então tenho de voltar, estou feliz por estares de bem com a sua namorada". A ajudo a levar as suas coisas lá para baixo.

"Promete que vai ficar bem?"

"Eu estou bem Uami, não se preocupa". Ela diz afagando os meus cabelos.

"Tudo bem então, não diga que eu disse isso, mas eu te amo". A abraço forte.
"Eu também te amo bebé"

"Daisy, eu preciso ter uma conversa muito séria com você". Chego mais próximo dela e reparo a sua expressão preocupada, coço a minha nuca desajeitado, talvez eu não devia ter colocado a coisa dessa maneira. "Nem é tão séria assim, deixa para lá". Digo envergonhado não quero mais falar sobre esse assunto, ele me deixa desconfortável.

"Vai, fala logo". Ela insiste e decido não falar mesmo, fico calado. "Está bem, no entanto eu tenho algo para perguntar, mas sempre que eu penso nisso eu fico envergonhada e desisto de perguntar". Ela diz e põe a mecha de cabelo atrás da orelha e cora.

"Tudo bem, você pode falar qualquer coisa para mim princesa". A encorajo.

"Porque você nunca me tocou?". E engasgo com cuspe, bato em meu peito para ver se aquele sensação não passa e Daisy me ajuda. "Desculpa amor, desculpa, não quis causar desconforto". Olho para o seu rosto totalmente tomado pelo vermelho, tão fofa.

"Meu Deus, Margarida". Me rio e ela cruza os braços sobre o peito e tranca a cara. "Tudo bem, desculpa, você estava a explicar". Tento para ver se ela vai além.

"Eu estou a falar uma coisa séria e você fica todo parvo". Ela reclama.

"Desculpa princesa, não foi minha intenção, olha eu ficando caladinho aqui". Faço sinal de fechar a minha boca e deito fora a chave.

"Eu estava a conversar com a Halsey sobre isso, sobre experiências sexuais, eu nunca tive um namorado, você é o meu primeiro, então como deves saber, eu..., eu..., enfim, então, falamos desse assunto, aí ela perguntou se você nunca tentou me tocar, porque você nunca fez isso?". Ela pergunta inocente, vontade já tive, demonstrar o meu desejo já demostrei, mas eu sempre quis preservar isso de alguma maneira.

"Eu achei que devia respeitar o seu espaço". A explico e ela acena.

"Outros meninos não se comportam assim"

"Sim, pois eu sou o seu príncipe e de mais ninguém"

"Você já sentiu desejo por mim?". Ela pergunta escondendo o rosto, e eu me pego sorrindo, como uma rapariga de 21 anos de idade, em pleno século 21 pode ser tão inocente desse jeito assim.