O Prólogo

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As árvores haviam despertado, crescendo seus troncos em tons de verde, roxo e azul tão altos que a luz encontrava dificuldade para penetrar por entre as folhas mágicas

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As árvores haviam despertado, crescendo seus troncos em tons de verde, roxo e azul tão altos que a luz encontrava dificuldade para penetrar por entre as folhas mágicas. O movimento estava em todo lugar; cada ser ali funcionava como um soldado em campo de batalha conhecido, em busca do grande tesouro roubado. As chances de vitória eram nulas, mas o fato não parecia desanimar Kael, que permanecia focado, saltando por entre as árvores, pendurando-se em galhos e ganhando distância da fúria do lugar.

Naquele momento, ser um goblin lhe parecia uma virtude, em meio a acrobacias e golpes realizados com sucesso. Mas ele só era um ladrão nato, o resto era parte do pacote de sobrevivência. Não podia esquecer do fardo de ser o que era. Não podia se esquecer da dor, de todo sofrimento dos dias anteriores ao que estava. Eis sua maior motivação.

Olhou para o bebê em seu colo, sem perder o ritmo da fuga. A criança tinha face tranquila, com traços suaves. A pele clara contrastava com o manto azul, que combinava com os olhos. Concluiu que eles não seriam bonitos se a pele fosse verde e sentiu raiva. Aquilo precisava acabar. Atrás de si, passos marchavam pesados.

Uma das entidades guerreiras surgiu em sua frente, com uma lança de prata apontada para seu rosto. Mais guerreiros chegavam, tornando impossível uma fuga sem luta. Seu caráter não era dos mais certos, mas ele nunca havia matado ninguém. A lança o acertou, fazendo-o grunhir. A bebê começou a chorar. A adrenalina tomou conta e a hesitação foi embora. Com um golpe certeiro, conseguiu derrubar um guerreiro, tomando a arma para si.

O cenário tornou-se monstruoso, mas Kael só parou quando chegou na divisa com o Reino de Gorf, deixando atrás de si um rastro de sangue puro misturado com o seu próprio no solo da Floresta Encantada. Um som ensurdecedor ecoou pelo reino, fazendo-o paralisar. Era o choro da floresta, o som de seu próprio pecado. Nada teria sido necessário se a crueldade não estivesse tão intrínseca nos homens.

Recompôs-se, encarando o bebê de olhos grandes e curiosos. Sua atenção foi diretamente para o amuleto no pescoço da pequena. Era de um azul intenso, adornado por folhas de ouro. Havia uma joia roxa no centro, pequena e brilhante, como se o fogo ardesse ali. Ao tocá-la com cobiça, o inesperado aconteceu: como mágica, a criança sumiu, fazendo-o cair de joelhos, desolado, de mãos vazias.

O velho Otto estava particularmente habituado com coisas estranhas acontecendo em sua vida, eis o motivo para ter se isolado do restante da população

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O velho Otto estava particularmente habituado com coisas estranhas acontecendo em sua vida, eis o motivo para ter se isolado do restante da população. Todavia, uma criança surgir inexplicavelmente na poltrona de sua sala o fez gritar. O susto foi tanto, que ele arremessou seu livro na lareira, fazendo a criança gargalhar.

Tendo o choque passado, Otto se afeiçoou rapidamente à menina. Como medida preventiva, enterrou no jardim a única coisa que ligava a garota à vida anterior. Curiosamente, do colar nasceu uma árvore; e da árvore, um lindo guarda roupa.

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O Reino Perdido de GorfDonde viven las historias. Descúbrelo ahora