I. Custe o que custar

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Dannielle La'Rue. Dannielle com dois "enês", dois "éles" e com "e". D A N N I E L L E. Que bebia vinho de arroz e Bourbon de pernas cruzadas na mesa de jantar todas as noites, mas bebia leite branco viscoso direto do saco do pai com as pernas abertas todas as madrugadas. Tirava D- em exatas, mas conseguia um A+ em humanas e trepadas. Dannielle que se pronunciava "Daneéle", que se esgueirava para o quarto da prima de manhã para "ajuda-lá nos estudos de anatomia feminina", pois ela já estava se tornando uma mulher, mas se alguém ousasse espiar pela fechadura da porta, veria que seu estudo incluía a uma delas com a cara enfiada no meio das pernas da outra. Que gostava de jogar jogos de azar com decote para distrair seus oponentes. Que jogava sujo, não dormia, trepava com qualquer um, se masturbava em público e quando bebia gostava de chupar garotas mais novas que não faziam ideia do que aquilo significava.

Dannielli La'Rue, a mulher que te fariá a odiar ao mesmo tempo querer foder com ela.

Dannielle La'Rue, ou, mais conhecida popularmente como . . . Lúcifer.

                                 Ω

Dannielle secou a taça de vinho quando a mãe estava distraída com a prima, depois soltou, com nem tanta delicadeza, os talheres ao lado do prato e se levantou, arrastando a cadeira.

-Estou me sentindo indisposta, gostaria que me permitissem me retirar.

Sua mãe apenas ergueu os olhos e fez um leve aceno com a cabeça, sua prima a ignorou e o pai a olhou com atenção.

-Estaria sentindo o que, querida?

-Apenas um mau estar repetinuo, senhor.

Virou as costas para a sua família e andou cambaleante até a saída de Sala de Jantar. Esperou do lado de fora, recostada na parece ao lado da porta. A única coisa que ouviu foi o ruido dos talheres entrando em contato um com o outro e com os pratos. Esperou mais um pouco . . . nada.

Se desescorou e bateu o pé irritada, o que ela teria que fazer para chamar sua atenção? Ela precisava daquele livro, e já o havia tentado de todas as maneira, bem, nem todas, restava mais uma, nojenta, desprezível e completamente errada. Mas tempos de desespero pedem por medidas desesperadas, e ela tinha certeza, até o fim daquela noite teria aquele livro, custe o que custar.

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