Capítulo 9 - Laços

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Respirem, respirem. Finalmente vocês podem respirar agora hahaha.
Esse capítulo é bem levezinho pra dar uma aliviada em toda a tensão.

Dica: aproveitem cada pedacinho dele, okay?

ღღღ


– Você já teve um cachorrinho? – Hendery pergunta um dia.

– Ahn… não.

– Nunca pensou em adotar um? 

– Na verdade não, esse pensamento nunca passou pela minha cabeça.

– Ah, entendo.

Ten fecha seu exemplar de "O nome do vento" e ajeita sua postura no sofá. 

– Por que a pergunta?

– Quando estava caminhando com Yuta pelo parque uma vez, um cachorrinho se aproximou de nós. Ele era tão serelepe e alegre. Pensei que talvez pudesse ser uma boa companhia.

– Eu nunca tentei criar algum animal antes. Sempre me saí melhor sozinho. 

– Ahhh. – Hendery fica cabisbaixo.

– Espera um pouco. A companhia não é para mim, certo? – Ten sorri.

– Eles são fofinhos.

Ten abre uma gargalhada e Hendery o fita sem entender o motivo da reação do companheiro. Ele não sabe o quão aquilo aparenta ser fofo e inocente aos olhos de Ten. 

– ‘Você’ é fofinho. – Ten diz fazendo bico e apertando a bochecha de Hendery. Ele tira os óculos e levanta do sofá se espreguiçando. – Bem, eu tenho que ir para a aula agora. Me liga qualquer coisa, está bem?

– Você não vai tomar banho?

Ten cora.

– E-eu não preciso. Está frio. Você não pode sentir, mas está realmente frio e ainda não vieram consertar o chuveiro elétrico, então… é isso. Apenas não faz diferença hoje, entende?

Hendery assente e Ten agradece mentalmente por ele não entrar mais em detalhes sobre higiene. O relacionamento deles não havia chegado nesse nível ainda, embora na noite passada ele tivesse arriscado deixar Hendery entrar na banheira junto consigo mesmo agindo de forma dura e automática igual… um robô? Não. Hendery era o robô ali e não agia desse modo. Ele não ficava envergonhado ou tímido nessas situações, afinal era um namorado e sempre havia sido um namorado. Ten era o único que realmente ficava desconfortável e odiava aquilo. Ele queria aproveitar cada pequeno momento com Hendery o máximo que pudesse, mas infelizmente era limitado por causa de bloqueios humanos.

••••

Não muitos dias após a conversa sobre uma possível adoção de um filhote, um visitante já esperado aparece eufórico na porta do apartamento de Ten. Mal o garoto abre a porta e Sicheng pula para dentro.

– Cadê ele? Cadê?

– Bom dia para você também. – Ten diz fechando a porta e olhando abismado para o amigo.

– Bom dia, Ten. Você dormiu bem? Então, cadê ele? – Sicheng diz jogando a mochila no sofá.

O tailandês deixa escapar um sorriso.

– Você nem disfarça.

Hendery aparece na sala com um cachorro de apenas alguns meses em seu braço. A forma que ele o carrega como se estivesse segurando o ser mais angelical é encantador aos olhos de Ten, que observa o companheiro com os olhos brilhando.

– Eu posso? – Sicheng pergunta já com os braços estendidos.

Hendery então passa a pequena criatura para os braços do garoto.

O chinês começa a acariciá-lo e se comunicar em uma linguagem "cachorrês" que Ten nunca havia ouvido. Hendery pega alguns brinquedos e os espalha pelo chão.

– Ele é muito esperto, você quer ver?

Sicheng assente sorrindo várias vezes, ele estava muito empolgado com o mais novo integrante do grupo. E por que não dizer: da família?

Hendery joga a bola para cima e o filhote pula para pegá-la obtendo sucesso, o que gera uma sequência de aplausos e elogios. Ten não resiste e acaba sentando ao lado dos dois. Três, na verdade. Quando o vê se abaixando, o pequeno ser rapidamente se dirige em sua direção abanando o rabo.

– Ele gosta de você. – Hendery diz. 

Ten sorri.

– Qual o nome dele? – Sicheng pergunta.

Ten olha para Hendery o encorajando a responder. 

– Yuta.

Sicheng adquire uma expressão séria e ao mesmo tempo confusa. 

– Y-Yuta?

– Foi o Hendery quem escolheu.

Hendery fita o chão. – Ele me disse que você sempre quis ter um filhote, mas não podia por causa do apartamento. E eu sei que você sente falta dele. Eu também sinto. – ele levanta a cabeça para encarar o olhos de Sicheng – Pelo menos agora você pode ver o Yuta quando quiser. Espero que isso te deixe mais feliz.

Quando o chinês começa a "vazar" não desviando os olhos de Hendery, o robô se vira para Ten na esperança de obter uma resposta sobre o que fazer. Ele sempre consolava o tailandês quando isso ocorria, mas não poderia fazer aquilo com Sicheng, não da forma que fazia com Ten. E ele não sabia agir de outra forma. 

Ten apenas suspira e dá um leve sorriso, o que não foi de muita ajuda para o robô.

– Obrigado. – o chinês diz, e em seguida limpa os olhos com a manga da camisa.

Ten se aproxima do amigo e o abraça em silêncio. 

Sicheng dá um pequeno sorriso ao observar que Hendery continuava paralisado sem saber como reagir. 

– São lágrimas de alegria. Não se preocupe, está bem? 

– Vocês fazem isso quando estão felizes também?

– Não é tão comum, mas acontece. Algumas pessoas são bastante sensíveis. Você tem sorte por Ten não ser assim. 

– Mas ele já vazou na minha frente. Mais de uma vez.

Sicheng franze as sobrancelhas e olha para Ten, que rapidamente se afasta e levanta alegando ser hora de dar comida para Yuta.

– Como o Hendery disse, você pode vir vê-lo quando quiser, okay? É só me mandar uma mensagem ou aparecer por aqui a qualquer hora.

– Tudo bem, mas saiba que virei com mais frequência agora.

Todos sorriem e Yuta late como se estivesse tendo a mesma reação que seus "pais".


[continua...]

ღღღ

Como eu disse, foi um capítulo bem levezinho e curtinho também. Vocês aproveitaram cada pedacinho como eu aconselhei? Espero que sim porque tenho uma notícia: o próximo capítulo será o desfecho dessa história *lari encontra-se quase vazando neste exato momento*. Não posso dar mais detalhes, mas se vale um conselho: bebam bastante água antes de ler *cof! cof!*

No mais, até o próximo capítulo ~

Boyfriend Material | tenderyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora