10. A verdade

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-Olha só quem fala... -Falei com ironia -Quem mesmo que traiu esse pobre homem?-Falei em um tom sarcástico e depois ri -Ah,  foi você. - Dei uma risada e sai do quarto.

- C-como sabe disso? -Falou baixo mas o suficiente pra eu ouvir.

- Amélia sabe tudo. - Sussurrei e depois sorri.

HILARY

O sol outra vez atrapalhava meu sono, ouvi voz de Matt invadir meus ouvidos. Uma voz calma e aguda, eu podia sentir tristeza em sua voz e desânimo. Acordei e o abracei automaticamente,  eu queria consola-lo, mas a única coisa que ele sentia por mim era mágoa,  que até hoje não entendo o motivo. Ele gelou meu abraço me afastando de seu corpo.

- Papai está no hospital.

-O que? Como? Eu não o vi. - Falei desesperada.

- Ontem a noite, ele foi esfaqueado. Felizmente ele está bem, porque não acertou em cheio. Mas você estava dormindo é claro. -Falou com ironia e se levantando.

- O-onde vai? -Falei me levantando.

- Você cuida da casa. - Falou sem emoção -Vou ficar com minha mãe e meu pai no hospital. - Falou sem me olhar e saindo.

Me levantei, colocando meus pés descalços no chão.  Minhas pernas tremiam, como é que não ouvi nada? O que está acontecendo nessa casa, porque todos me tratam como se eu fosse uma criança? Eles sabiam de meu sonho e por isso me culpavam.

- As mortes começaram. - Ouvi uma voz rouca, era Alex.

- Mortes? Meu pai vai morrer? -Perguntei desesperada.

- O que aconteceu em seu último pesadelo?

- Amélia.

- Amélia? -Perguntou para que eu continuasse.

- Ela quase apareceu, mas acordei a tempo. -Falei com voz trêmula.

- Então ela não o matou, ainda. Mas fique esperta quando ela aparecer de novo - Disse pensativo -como  ela não terminou seu trabalho, ela vai querer terminar.

- Ai meu Deus -Falei com minha mãe esquerda na testa -Não posso voltar a dormir.

- Não tem como evitar, a não ser que... - Ficou quieto.

- Continue. - Falei preocupada.

- A não ser que a gente mate, essa encarnação dela. - Falou sério.

- Pera, O QUE? -gritei ao descobrir que era uma pessoa que estava viva que estava fazendo isso tudo. - Mas quem é?  -Falei nervosa.

- Pode ser um homem ou mulher. -Resmungou.

- Diga.

- Eu não sei quem é -falou sério.

- Você está mentindo -olhei com ódio.

- Não é certo mata - lá -falou sem expressão.

- Que? -Falei incrédula

- Não é certo mata - lá,  porque ela não é consciente do que faz, ela esquece tudo depois que adormece, e quando esquece, é uma boa pessoa.

- Então você sabe quem é...

- Não,  e mesmo que soubesse não te contaria. Porque mesmo que mate, ela reencarna, e ainda pior.

Quando me dei conta que cai de joelhos no chão.

- Você tem certeza que se sairemos daqui, ela vai junto? -Perguntei esperançosa.

Espíritos MalignosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora