JUJU

1.5K 82 19
                                    

Já tinha se passado algumas horas desde que Macarena tinha conversado com o Professor e aceitado que podia ter transtorno bipolar. Agora ela estava com os reféns novamente, mas estava com Marsella e Manila. Manila a andava entre os reféns, Marsella estava encostado no corrimão da escada e Macarena sentada nas escadas roendo as unhas. Até que Miguel, um dos reféns, levanta a mão.
Manila: o que foi?
Miguel: desculpe perguntar, mas a Amanda está bem?
Marsella: ah, verdade, a gente esqueceu da Amanda.
Miguel: esqueceram onde?
Manila: na câmara de gás.
Todos olham pra ela assustados.
Manila: é brincadeira, gente.
Marsella: controla seu humor ácido, eles podem te levar a sério.
Manila: a Lisboa não deve mais precisar dela. Vou trazer ela pra ficar aqui com os outros, eu não demoro.
Ela fala e sai, logo depois Marsella senta do lado de Macarena.
Marsella: algum problema? Está tão calada, e você não é assim kkkk
Macarena: isso não vai dá certo.
Marsella: isso o quê?
Macarena: a gente.
Marsella: por quê?
Macarena: eu posso ter transtorno bipolar.
Marsella: isso não é um problema pra mim, podemos passar por isso juntos.
Macarena: eu sei, mas eu não quero que você se sinta obrigado a conviver com meus surtos, mudança de humor, energia excessiva... Além disso eu acho que essa perda de interesse minha pelas pessoas também possa ser um efeito colateral.
Marsella: se sua preocupação for comigo, saiba eu ficarei feliz em te ajudar a passar por isso. A pergunta é: você quer?
Ela abaixa a cabeça e fica calada.
Marsella: não precisa ficar com medo de me magoar. Só seja sincera.
Macarena: honestamente, eu não quero. Não é nada com você, você é perfeito, é o cara dos sonhos de qualquer mulher, tipo um príncipe da Disney. O problema sou eu, eu acho que não estou pronta pra um relacionamento sério. Eu posso está fazendo a maior burrada da minha vida, mas eu acho que agora, um namorado é o que eu menos preciso.
Marsella: eu respeito sua decisão. Eu te desejo toda felicidade do mundo, e que você consiga tratar seu transtorno.
Macarena: obrigada. E eu espero que você arrume alguém mais normal pra te fazer feliz.
Eles se abraçam e ela começa a chorar.
Marsella: por que você está chorando?
Macarena: eu não sei kkkk fico sensível assim do nada kkkk
Eles se separam, Macarena enxuga as lágrimas e Manila chega com Amanda. Ela troca de lugar com Marsella, ele fica entre os reféns e ela se senta do lado da Macarena.
Manila: então... Macasella acabou?
Macarena: é... Mais ou menos isso. Não tem como acabar o que nem tinha começado direito.
Manila: você não tem sorte no amor, não é? Kkkk
Macarena: não mesmo kkkk e você?
Manila: eu o quê?
Macarena: você e o Matías...
Manila: O QUÊ? NÃO! Você tem cada ideia kkkk
Macarena: ficou até nervosa kkkk
Manila: isso é coisa da sua cabeça, Macarena.
Macarena: eu acho que ele também gosta de você. Deveria tentar.
Manila: podemos voltar a falar da SUA vida amorosa?
Macarena: que vida amorosa? O último namoro sério que eu tive foi com um gay... Ah, por falar nisso, tenho que falar com o Palermo.
Ela fala se levantando.
Macarena: ah, fala com o Matías, vai que é certa, eu sempre faço o relacionamento dos outros darem certo, o problema é quando o relacionamento é meu kkkkk
Ela fala e sobe as escadas indo procurar por Palermo. Ela encontra em uma sala aleatória encostado na mesa, com os braços cruzados e a uma perna na frente da outra.
Macarena: estava te procurando.
Palermo: pra quê?
Macarena: nada, só vim te pedir desculpas por hoje mais cedo, eu falei com meu pai e...
Palermo: SEU PAI?
Macarena: sim, meu pai, Sérgio... O Professor.
Palermo: aaaaaa eu sabia que vocês iam se entender.
Macarena: continuando... Ele me fez entender que eu não tenho culpa das coisas que aconteceram e que eu não sou o monstrinho que eu achei que fosse. Pela primeira vez eu senti que ele era meu pai, tipo pai de verdade.
Na tenda...
Chloe: você não acha que estamos muito pacíficos?
Tamayo: e o que você sugere?
Chloe: uma invasão. Invadimos o banco, sem aviso prévio e pegamos eles. Simples assim.
Governador: "simples assim"?
Chloe: o que você sugere? Negociações não estão resolvendo, eles sabem tudo o que tem na merda das malas vermelhas e assim não daremos a eles nem tempo de pensar.
Tamayo: não é má ideia.
Governador: é, é péssima ideia.
Chloe: então vocês continuarão sendo bonzinhos e deixarão eles saírem com todo o ouro? Ok, mas fiquem sabendo que eu não vou fazer parte de uma missão que falhou pra perder toda minha credibilidade profissional e ser taxada como incompetente por ter deixado os ladrões escaparem.
Tamayo: ela está certa, Governador. Não queremos acabar como o Pietro, não é?
Governador: ok, façam o que acharem melhor.
Chloe: reúnam os melhores militares, nós vamos invadir essa porra.

Flashback on:
Berlim: olha, Dulce, eu sei que você está bem brava comigo e com o seu tio por não termos deixado você participar do plano, mas eu tenho uma surpresa pra você. Vem comigo.
Ele a puxa pela mão.
Macarena: pra onde vamos?
Berlim: você vai ver.
Chegando em frente a um quarto eles param.
Berlim: fecha os olhos.
Macarena: pra quê?
Berlim: pra surpresa ficar mais emocionante, só fecha.
Ela fecha os olhos e ele abre a porta.
Berlim: pode abrir.
Ela abre os olhos e entra no quarto.
Macarena: é lindo... É igual o meu primeiro quarto, de quando morávamos no Brasil. Deve ter dado muito trabalho pra recriar.
Berlim: é, deu sim, minha memória não é tão boa, mas as fotos ajudaram.
Ela pega uma boneca em cima da cama.
Macarena: essa é a Juju? A boneca que sumiu quando nos mudamos pra Espanha?
Berlim: bom... Não é a Juju que você tinha, mas é igual. Eu lembro que você fez greve de sono porque só dormia com a Juju, mas acabou que a gente nem achou ela.
Macarena: obrigada, pai. Ficou perfeito.
Berlim: tudo pra ver esse sorriso.
Ele fala e abraça ela.
Flashback off

Palermo tinha descido pra trocar de lugar com Marsella e ficar com os reféns. A porta foi derrubada e quem estava com os reféns eram Palermo, Tóquio, Helsinki e Marsella.
Chloe: pegamos vocês. Ou se rendem ou morrem.
Palermo: você acha mesmo que vamos nos render? ATIREM!
Os reféns foram tirados do banco por alguns militares, agora só sobraram a polícia e os assaltantes. Uns estavam atirando nos quatro e outros se separaram pra procurar os outros. Palermo conseguiu escapar e ligou pra e subiu as escadas sem ser notado. Ele encontrou Manila no corredor.
Palermo: preciso que você desça e ajude os outros, estamos sendo atacados.
Manila: e os que estão no cofre?
Palermo: eu resolvo.
Ela sai e ele liga o comunicador.
Palermo: Lisboa, a todos do cofre pra sair daí imediatamente, vão pra sala do governador, estamos sendo atacados. Temos quatro trocando tiro com a polícia lá embaixo. Vocês seis saiam daí enquanto eles estão os distraindo.
Lisboa: seis? Aqui só tem cinco, contando comigo.
Palermo: como assim? Era pra ter seis.
Lisboa: contou com você?
Palermo: óbvio. Lá embaixo estão Helsinki, Marsella, Manila e Tóquio.
Lisboa: aqui estão Rio, Denver, Estolcomo e Matías. Então está faltando...
Palermo e Lisboa: a Macarena...
Palermo: vou tentar falar com ela.
Ele liga pra ela, mas o comunicador toca no bolso dele.
Palermo: puta merda, o comunicador dela está comigo. Eu devo ter pego achando que fosse o meu.
Lisboa: está esperando o quê? Vai procurar ela.
Macarena estava na sala do governador, sozinha, sentada na cadeira com os pés em cima da mesa, com os braços cruzados e olhando pro nada. Ela escuta a porta se abrir e alguém entra.
Macarena: Chloe?
Chloe: sentiu minha falta, Monteiro?

MACARENA-LA CASA DE PAPELOnde as histórias ganham vida. Descobre agora