MACARENA-LA CASA DE PAPEL

NAGASAKI

(Writer: só para vocês terem mais ou menos uma noção da linha do tempo no flashback, a Macarena está de cabelo roxo. Isso é importante porque as cores do cabelo dela é tipo um calendário para vocês saberem a época que se passa cada flashback.

Flashback on:

- Oi, meu amor - Macarena falou e deu um sorriso quando Palermo abriu a porta.

- Oi, Dulce - ele falou antes de dar um beijo nela. - Entra.

- Você estava estranho na ligação, está tudo bem?

- Por enquanto sim. Eu não sei depois dessa conversa.

- Você está começando a me assustar, Martín.

- Fica calma - ele pegou em seu braço e a fez sentar no sofá de frente para ele. - senta.

- Lembra quando a gente fazia a "sessão da verdade"? - ele perguntou colocando uma mecha da franja dela atrás da sua orelha.

- Claro que eu lembro. Era quando conversávamos, sem segredos. Prometemos ser totalmente sinceros um com o outro desde que éramos só amigos.

- Pois é. Eu tenho uma coisa para te falar.

- Você sabe que pode me falar qualquer coisa, não é?

- Já faz um tempo que eu quero te falar isso, eu só não sabia como te dizer. E eu queria que você fosse a primeira a saber já que além de namorada você é minha melhor amiga - Palermo colocou as duas mãos em volta da mão esquerda dela. - Continuar escondendo isso não seria justo com você e nem comigo, se eu pudesse mudar isso eu mudaria mas eu não posso.

- Martín, o que está acontecendo?

- Dulce... - ela inclinou a cabeça para o lado como se tentasse ler seus pensamentos. - Eu sou gay.

- O quê? - seus olhos começaram a marejar assim que as palavras foram pronunciadas.

- Se você quiser ir embora da minha vida e falar que não quer ver minha cara nunca mais, ou até mesmo me bater, saiba que você tem todo direito.

- Eu não vou bater em você - ela falou enquanto as lágrimas já caíam pelo seu rosto e os olhos dele estavam começando a se encher de lágrimas. - E eu também não vou embora da sua vida, você vai ter que me aturar um pouco mais - ela falou forçando um sorriso em meio ao choro. - Antes de ser sua namorada, eu era sua melhor amiga, e tem que ter muita coragem pra falar "eu sou gay". Você deveria ter notado isso antes de me pedir em namoro? Deveria.

- Me desculpa - ele falou passando a mão pelo rosto dela tentando enxugar suas lágrimas.

- Está tudo bem. O importante é que você se aceitou como você é, eu também vou te aceitar e se o resto do mundo não te aceitar, o resto do mundo que lute.

- E como você fica? Você vai ficar bem?

- Olha, aproveitando o clima de sessão da verdade eu vou te falar: eu te amo, mais do que eu deveria aliás, mas eu vou superar. É como diz aquele ditado "quando um não quer, o outro se fode".

- Isso não é um ditado - ele falou rindo com algumas lágrimas caindo dos seus olhos.

- Eu sei.