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URGENTE: gatilhos à agressão, e outros tipos de violência


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"As religiões criam figuras demoníacas de anjos caídos para doutrinar os fieis, os pais se utilizam de figuras folclóricas para educarem os filhos e assim começa o medo no ser humano."

— por Marcos Landim Cardoso

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E no princípio era pó.


      O sol da manhã esquentou seu rosto em sete segundos contados, mas a moça apenas contorce um pouco do que podia no rosto, manchado por espancamento e lâminas cegas, em desagrado baixando sua cabeça enquanto abria e fechava a boca em uma lentidão agonizante. Seus lábios estavam secos e maltratados e um pouco roxeados pela falta de água em seu organismo, e pedaços deles já eram visíveis. O corpo suspenso por correntes presas em seus braços magros, e cheios de manchas na cor púrpura; não estava coberto por qualquer pano que pudesse lhe conter o frio que se achava ali naquele lugar tão horroroso. Na barriga da jovem haviam arranhões feitos por lâminas estavam um pouco infeccionados pela falta de cuidados e má alimentação, e nas pernas tinha os mesmos arranhões, só que em quantidade menor. O cheiro que seu corpo produzia era algo parecido com o de um cadáver em decomposição, mas a mesma persistia em viver, pois um dia aquilo tudo acabaria.

Roxos pelo pescoço por enforcamento e marcas de correntes, que antes dotado de gargantilha em uma cor de ouro rosê suave, agora como descrito completava a imagem assombrosa daquela mulher amarrada.

Ao redor pelo ambiente tinha uma cadeira velha e uma mesa, as duas tinham ferrugem em suas estruturas e estavam no canto esquerdo da saleta abaixo de uma janela minúscula de madeira, e contendo uma vidraça com vários arranhões dificultando a visão de quem tentasse espionar. Talvez tivesse sido feito propositadamente.

No canto direito tinha um escada que levava para um vão acima de onde a menina estava. Com uma cama e um coxão velho que se encontra todo manchado de, possivelmente, sangue e outros líquidos que deixava um cheiro horrível, algumas roupas rasgadas ao chão e sapatos de cano baixo jogados no fundo. Uma imagem lamentável de se ver. Era precário o lugar em a moça estava, e era tão precário que bichos transitavam de forma natural por uma boa parte dos aposentos medíocres e eles eram enormes.

— Vamos cara! A gente não pode carregar ela, eles estão vindo caralho! — vozes masculinas aparecem em tom elevado fazendo ecos pelo local, e coisas caiam se quebrando no chão do vão de cima enquanto tentam escapar pela porta dos fundos que fica na cozinha no vão principal da casa.

E como antes de repente tudo havia ficado calmo, e nos ouvidos da menina começou a produzir um zunido consistente fazendo com que a moça deixasse algumas lágrimas imaginárias bolar pelo seu machucado rosto, pois já não tinha mais água suficiente em seu corpo para que pudesse, realmente, chorar. E então um estrondo foi ouvido na porta no final da escada criando em seu ser o mais prazeroso e ansiado fim daquilo tudo. Talvez se eles a tivesse matado antes pouparia tanta coisa

— Encontramos uma vítima! Uma vítima... Uma... — ela olhou para frente, para onde vinha o som, ou tentou, pois um de seus olhos estava totalmente fechado pelo inchaço dos maus tratos que recebia. Sua boca com poucos dentes e saliva sorriu minimamente, pois, talvez, poderia sair dali. Mas tudo estava ficando distante e sua visão foi escurecendo até um ponto em que não pode mais aguentar.


[...]


Acordou de forma repentina com algumas lágrimas em seus olhos, e em seus lábios o sorriso mínimo se fazia presente, pois agora havia entendido. Agora havia de fato sentindo um pouco da sua triste realidade. Tinha idealizado tanto aquele lugar, pensando, imaginado a existência de seres divinos que pudessem realmente coletar seus dias assombrosos e toda aquela angústia que estava em seu ser que ela se perdia entre o seu consciente dopado pela dor dos maus tratos e seu imaginário entupido de fé e sedento por paz e amor.

PEQUEI - (G)I-DLE ¦ {FANFICTION}Onde histórias criam vida. Descubra agora