O Maior Medo se Torna Realidade

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—  Se sairmos daqui vivos, eu juro que EU te peço em casamento isso sim! —  Riram mais uma vez. —  É sério Rafa... Estou com medo, eu sei que deveria ser mais corajosa, mas... Não consigo...

—  Ei. —  Ele a chamou. —  Estarei com você o tempo todo. Prometo que farei de tudo pra nos tirar daqui e lutarei contra minha mãe de todas as formas possíveis, vamos sair dessa Maca... —  Assim que ele terminou a porta se abriu e de lá saiu Mamon, o demônio da Avareza encarando ambos que o encarraram de volta.

— Espero que tenham se despedido direito. Chegou a hora. —  Ele sorriu se aproximando de Macayla segurando uma coleira de metal e prendendo aquilo no pescoço da menina.

—  Que isso? —  Perguntou Rafael. —  Espera! Não! Não pode levá-la! —  Disse ele tentando se livrar das correntes enquanto Mamon tirava as de Macayla. —  PRA ONDE VAI LEVÁ-LA, MAMON?!

— Aurora quer que ela faça o trabalho dela, e ela vai fazer certo? —  Disse ele encarando os olhos de Maca que cuspiu no rosto dele, fazendo com que ele batesse no rosto dela tirando sangue de seus lábios.

—  COVARDE! —  Gritou Rafael e Macayla tentava parecer o mais corajosa possível, não podia demonstrar fraqueza, e ela não iria.

  Mamon deixou ela acorrentada nas mãos, pescoço e pés, a obrigou se levantar segurando-a pela corrente que prendia a coleira em seu pescoço como um animal selvagem.

—  Não! —  Gritou Rafael. —  Leve a mim! Eu vou primeiro! Por favor, não a leve agora! Leve a mim, eu vou de bom grado juro que não a enfrentarei, mas não a leve agora... por favor... —  Mamon o encarou, mas não deu importância a suas palavras. Era inútil implorar, Aurora não tinha o mínimo de empatia pelos outros. Macayla entregou Rafael um último sorriso de esperança a ele para tentar acalmá-loe ele sabia que ela estava apenas tentando não deixá-lo mal com tudo, pois ele sabia... Que ela tremia de medo do que viria a seguir.

—  Está tudo bem Rafa. — Disse ela. —  Eu vou lutar, prometo. Vou ser mais corajosa. —  Respondeu por fim sendo puxada pelo príncipe da avareza a força.

—  NÃO! MACAYLA! —  Gritou, rezando para Deus ou para o diabo, quem quer que ouvisse, para que viesse e salvassem sua amiga, antes que fosse tarde demais...

***

  No fundo, no fundo, Macayla ainda rezava para que Rachel a sentisse, para que ela chegasse a tempo embora por fora, imaginava que ela não chegaria a tempo.

  Parou em um corredor onde uma porta enorme ao seu lado estava trancada, Aurora surgiu logo depois  respirando fundo como se estivesse correndo contra o tempo, e era justamente essa a missão de Macayla, ganhar tempo para que Rachel chegasse, então que se ela fosse torturada por Aurora, que assim seja. Ela iria resistir.

— Já sabe como isso funciona certo? —  Disse a mãe dos anjos encarando a menina com um olhar preguiçoso. —  Vamos Macayla, estou cansada... Não temos de fazer isso do jeito difícil,  temos? —  Maca não respondeu e Aurora respirou fundo novamente estava cada vez sem paciência. —  Tem certeza disso? — Peguntou ainda tentando convencê-la, pois o tempo era curto, e ter de torturá-la pra fazê-la cooperar era justamente o que não queria. — Se eu pudesse eu removeria esse colar com facilidade de um bebê Macayla, mas infelizmente, eu preciso que você faça com o colar afinal, essa coisa dentro de você é inteiramente incontrolável... E eu realmente preciso de você no controle pra isso, embora seu sacrifício seja, honrável, claro.

 —  Vai se foder Aurora. —  Disse Macayla. —  Você se acha a justiceira, e diz que somos os pecadores, mas você é na verdade uma psicopata pior do que Lúcifer um dia já foi. Tenho nojo de você! Se diz purificadora da terra, mas é você que está matando pessoas e tirando famílias de suas casas! Tudo pra você se vangloriar achando que conseguiu ser melhor do que Deus, quando na verdade, você é pior até mesmo do demônio que possui meu corpo! —  Aurora bateu no rosto de Macayla novamente. —  Estou me acostumando com os tapas, acho que vou aderir como um fetiche. —  Ela sorriu em ironia mais uma vez. —  Pode me torturar a vontade, já sofri nas suas mãos uma vez e eu NUNCA irei ceder pra você. — Gritou o "nunca" como se quisesse rasgar sua garganta em prol do que acredita. 

   Aurora riu daquilo como se contasse a ela uma piada de humor negro.

—  Ah Maca... Você me subestima. De fato vou ter que torturar você. —  Disse ela alisando o rosto da menina. — Só que existem outras formas de torturar alguém além da dor física. —  Macayla ficou séria por um momento. — Eu vi você crescer, sei que é durona, mas tem algo que nem mesmo a Macayla Styles suporta. —  A menina até tentou, mas suas lágrimas desciam sem mesmo ela dar a permissão. —  Lembro de quando uma menininha ficou presa no inferno em um beco escuro perto das celas... Sozinha, com tantos gritos de monstros a circulando... Pobre Macayla, no escuro, em um lugar pequeno. —  A menina fechou os olhos já sabendo o que Aurora faria com ela. —  Isso causou um trauma em você certo? Se não me engano o nome correto era claustrofobia e nictofobia, o medo de lugares fechados e o medo do escuro.  

  Mamon abriu a enorme porta daquele corredor mostrando uma sala escura sem luz ou móveis com uma minúscula janela para passagem de ar.

—  Não... —  Disse a menina sussurrando após abrir os olhos e encarar o quarto com profunda tristeza.

—  Sim... Por isso preciso que coopere comigo que tal? Prometo que farei a magia durar o mínimo possível para que não sofra tanto Maca, você só precisa permitir... —  Disse Aurora e Macayla abaixou a cabeça. —  Imagino que isso seja um não... Sempre foi uma garota rebelde, e isso causará uma dor desnecessária em você. —  Respondeu ela por fim desaparecendo no meio daquela fumaça negra enquanto Mamon a arrastava pela corrente da coleira para aquele quarto.

 — NÃO! — Gritou Macayla desesperada lutando contra a corrente tentando puxar para sair dali o mais depressa possível, ela gritava e esperneava na tentativa de fugir, mas parecia impossível ele era muito forte.

  Mamon prendeu a corrente na parede para que ela não conseguisse nem mesmo se aproximar da janela ou da porta e saiu dali deixando-a sozinha. 

—  NÃO, POR FAVOR NÃO! — Gritou tentando correr na direção da porta, mas a coleira em seu pescoço a enforcava toda vez que ela tentava sair dali. —  Por favor... Não me deixa aqui.... —  A porta já havia se fechado.

   E ela estava sozinha, tremendo de medo e amaldiçoando Aurora pelo resto de vida miserável. 

Descendentes do Inferno - Uma história Renegados do Inferno - Vol ÚnicoWhere stories live. Discover now