— Acho que eu nunca vou me acostumar com a facilidade com que você consegue certas coisas. — ele riu, dando um beijo na minha testa e entrelaçando nossos dedos.

— É bom que faça um esforço então, dea. Você terá tudo o que quiser, independente do que seja.

— Até uma frota de carros igual a sua? — ele gargalhou, me puxando para o elevador.

— Vou pensar na possibilidade.

Descemos rapidamente para a garagem onde quatro seguranças enormes já nos esperavam. Christian os cumprimentou formalmente e murmurou algumas ordens em italiano antes dos homens entrarem em dois BMW pretos. Olhei curiosa para ele, querendo saber qual seria nosso carro do dia.

— Você parece uma garotinha, sabia? — revirei meus olhos, dando um tapa no seu braço.

Christian riu e deslizou um braço ao redor do meu ombro, apertando o botão no controle. Os faróis de um SUV impressionante brilharam na iluminação mínima da garagem e eu arregalei meus olhos.

— É um Jaguar XF? — perguntei atônita e Christian assentiu, abrindo a porta e me ajudando a entrar no interior todo de couro na cor creme.

— Você entende de carros, dea. — ele murmurou com um sorriso, deslizando atrás do volante.

— É que eu sempre sonhei em comprar esse carro. — me ajeito no banco e prendo meu cinto, me deliciando com o cheiro de couro.

— Hum, bom saber. — ele piscou para mim e deu partida, saindo da garagem com os dois BMW atrás. Senti sua mão deslizar pela minha perna e apertar a minha coxa. — A cada cinquenta quilômetros eu vou te foder no banco de trás, baby. Vamos ver se você vai realmente gostar do carro.

Arqueei uma sobrancelha e me inclinei sobre o console, lambendo o seu pescoço.

— São quase trezentos quilômetros, acha que consegue? — Christian riu, aproveitando o sinal vermelho para deslizar os dedos até o meu decote.

— Não me provoque, baby. Posso fazer a cada vinte e cinco.

O trânsito estava tranquilo quando chegamos em Vancouver. Nossa viagem levou mais tempo do que esperávamos, as duas horas se tornando quase quatro graças as nossas paradas para "treinar um bebê" como Christian denominou.  Me senti como uma adolescente que sai com o primeiro namorado na noite de formatura e quer experimentar o sexo como se o mundo fosse acabar amanhã.

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Hoje completam sete dias que estamos em Vancouver.

Christian teve uma infinidade de reuniões e encontros de trabalhos com pessoas diversas. Algumas vezes eu ia junto mas outros preferia rodar pela cidade atrás de algumas ideias de casamento.

Mesmo com todas as obrigações que exigiam a atenção expressa dele sempre jantávamos juntos e passávamos a noite transando como coelhos.

— Pronta para voltar, baby? — seus braços me circulam por trás e ele beija o meu ombro.

— Claro. Estou com saudades da Mia.

— Então se arrume, depois do café voltamos para Seattle.

Assenti, girando nos seus braços e beijando seu queixo antes de fugir do seu aperto e correr para o banheiro.

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