CAPÍTULO NOVE

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Antonella

Faz duas semanas que Rock deixou-me nesse lugar e partiu logo em seguida, depois de me dizer que meu pai estava disposto a um acordo. Apesar de não saber sobre que tipo de acordo ele se referia, confesso que tive uma repentina esperança. Mas os dias foram passando e não tive uma resposta sobre nada. O silêncio é enervante. Ninguém fala nada.

Nesse momento, em que desperto muito cedo pela manhã, já não me assusto ao está num ambiente desconhecido. Nos primeiros dias, acordava sobressaltada e desorientada.

Não me apresso em levantar, afinal como os outros dias, minha rotina aqui tem sido a mesma. Andar somente nas imediações do chalé, nunca me juntar aos empregados ou falar com um deles. Por isso, acabo voltando para o quarto, passando praticamente o dia inteiro trancafiada. Nesse instante, em meio a quietude do ambiente, os pássaros começam a entoar seus distintos e melodiosos cantos. É sempre assim todas as manhãs. Durante um longo momento, permaneço imóvel, olhando fixamente para o teto, remoendo o sentimento de abandono. As lagrimas ameaçam romper mais uma vez, e antes que isso aconteça, com frustração, levanto-me da cama, pondo os pés sobre piso frio de madeira. Devagar, aproximo-me de uma janela, abrindo as cortinas. Respiro fundo várias vezes, com o rosto erguido para a luz do sol. O cheiro da manhã é revigorante e agradável. Fico apoiada ao parapeito, permitindo que o calor me acalme, e ao abrir os olhos novamente, tenho a mesma sensação de novidade ao contemplar a paisagem; os campos cultivados com variedade de frutas, as plantações de uvas a perder de vista, e as árvores dispostas em uma das margens do lago, que em boa parte é circundado pelo gramado que cerca o jardim ao redor do chalé, e bem ao fundo as montanhas. É tudo tão bonito, que parece uma pintura da natureza. Mas nem mesmo esse belo cenário, é capaz de me acalmar totalmente. Por mais que eu seja privilegiada com um cenário espetacular, devo lembrar que aqui não estou como uma hospede em férias, mas como uma prisioneira. Diante dessa realidade, Todos os dias, acordo com a expectativa de retornar para casa, e conforme as horas vão passando e a noite se aproxima, minhas esperanças desfalecem.

Tentando afugentar a desesperança, me afasto da janela e atravesso o aposento, prosseguindo ao banheiro para cuidar de minha higiene pessoal.

Depois do banho, caminho ao vestiário, onde minhas roupas provisórias se encontram.

Escolho um vestido amarelo soltinho de alças finas e uma calcinha vermelha. Já estou terminando de me arrumar quando escuto uma batida na porta. Deve ser Fátima para avisar sobre o café da manhã.

-- Pode entrar. – Assinto, pegando a escova para pentear os cabelos.

-- Bom dia, senhorita Antonella! – ela cumprimenta abrindo a porta. --Conseguiu dormir? -- pergunta com um sorriso simpático.

-- Demorei um pouco, mas consegui. –digo devolvendo o sorriso.

Apesar da situação atípica, Fátima e Augustus são muito amigáveis comigo. Entendo que eles apenas cumprem as ordens do patrão, sem questionar.

Fátima é uma morena de cabelos muito lisos e pouca estatura.

--Quer tomar café aqui ou lá embaixo?

-- Lá embaixo. Não aguento mais esse quarto. –Resmungo, entediada.

-- Pois venha enquanto está tudo bem quentinho. -- Recomenda e logo desaparece.

Minutos depois, entro na cozinha e vejo a mesa arrumada. Repleta de lanches deliciosos.

-- Estou vendo que estar disposta a me engordar --Comento observando-a organizar os alimentos sobre a mesa. Frutas, um bolo, pãezinhos, sucos e café. -- Aqui tem comida para um batalhão.

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⏰ Última atualização: Sep 11, 2023 ⏰

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