CAPÍTULO DOIS

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Antonella

Um dos socorristas me entrega  documentos e o celular de Rafael. E olhando  seus pertences por  alguns segundos, respiro fundo, cogitando internamente, que talvez devesse deixar nas mãos dos socorristas a missão de dar notícia ao irmão sobre o acidente. Mas o senso de responsabilidade me recrimina por pensar de modo tão egoísta. Desta feita, sem mais pensar, discos as teclas, vasculhando os contatos rapidamente. Ao encontrar o nome de "Rock" agendado, aciono uma chamada, com o sangue congelando nas veias e mãos trêmulas.

-- Alô, senhor Romano!?—minha voz soa urgente.

-- Quem deseja falar?-- Uma mulher com voz melosa pergunta.

--Preciso falar com o senhor Romano Sorrentino. – Anuncio, sentindo uma pontada no estômago.

--Ele está no banho. Não pode atendê-la agora -- A outra informa áspera.

Controlo a irritação diante da antipatia da mulher.

-- Eu preciso falar com ele, é urgente. – notifico-a, secamente.--Diga que é Antonella. Estou ligando do telefone do irmão dele -- Adiciono com rispidez.

Um silêncio de poucos segundos ocorreu na linha. Enquanto aguardo com a respiração presa na garganta.

-- Antonella ? --Quando ouço a voz dele, vibrante e sonora-- O que houve com o Rafael?

-- São más notícias e... eu... não sei como começar...

-- Fale de uma vez! Está me deixando nervoso com esse suspense. – ele exige impaciente.

--Nós sofremos um acidente... e... e... Rafael está sendo levado de ambulância para o hospital. -- revelo apenas a metade da história, sem fôlego pela tensão e angústia.

--Ah, meu Deus! Como isso aconteceu? Ele está muito ferido? -- pergunta, preocupado.

-- Ainda não sei... os paramédicos não me deram muita informação...

-- Para qual hospital o levarão? – Sua voz soou fria e prática.

Deixando-o na linha, solicito a informação e passo o endereço ao Rock.

-- Hospital São Miguel. – informo.

-- Fique lá até eu chegar?

-- O que?! -- exclamo, surpresa.

-- Imagino que queira está ao lado dele, nesse momento, não é?

-E-eu?—Fico engasgada, como se cada palavra me levasse a uma armadilha.

-- Meu irmão me contou que são namorados.

-- Ele... ele contou? Eu...

Ele desliga o telefone, sem que eu consiga esclarecer a verdade . Ao levantar o rosto, me deparo com o olhar de reprovação de Gaspar.

-- Eu me enganei ou você deixou mal-entendida sua relação com o irmão do Rock?

-- Eu estou muito nervosa. Mal consigo raciocinar com clareza.

-- Tão nervosa que não conseguiu desfazer uma mal entendido?

-- Quando tudo estiver mais calmo, resolvo isso.

-- Espero que saiba o que está fazendo. Não esqueça que uma mentira com boas intenções pode ocasionar uma ruina irreversível.

-- Não menti sobre nada. Só não tive tempo de me explicar.

--- Claro, entendo—ele pronuncia aborrecido.—mas tenha cuidado com essa mentira correndo de boca em boca.

-- Fiquei tão atordoada que não encontrei as palavras certas para desfazer o mal-entendido ...

Com Você No Coração (O PRAZER DA VINGANÇA)disponível Na AmazonWhere stories live. Discover now