Exausta. Essa é a palavra. Estou exausta. Chego em casa, me olho no espelho. Vejo cabelos mistos se ondulando em frente ao meu rosto, da forma que sempre foram, mas nunca tinha visto. Um sorriso desprendido, desbocado, como de uma criança que sabe que vai aprontar. O olhar de minha mãe, sempre cansado e, mesmo assim, emanando serenidade e determinação. Um rosto agora com marcas, cicatrizes, pontinhos de estrelas e todos os desenhos que lhe tornam únicos.
Por fim me vejo. Me vejo por inteira. Não como corpo apenas. Como ser. Como batalhas, como perdas, como momentos, como imperfeita e completa. Então Perfeitamente Incompleta.
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Uma dose de memória para embriagar a solidão
PoetryExistem memórias que nos marcam e cada marca relembra uma memória. A cicatriz vira palavra e a palavra vira poesia. Se é arte, eu não sei, mas é sentimento puro. Sentimento da vida que se leva e da memória que se tem.