Capítulo 2

78 54 14
                                    

Já se perguntou qual é a razão de nossa existência?
Bom se já, saiba que não possuímos um propósito, nós é quem decidimos a nossa missão, nos tornamos aquilo que desejamos possível.

Só basta querer.
Porém no jogo da vida, você joga sem perceber...

Porém no jogo da vida, você joga sem perceber

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Viscor
Arkedor, Reino de Clamor


    A mochila estava entupida de bagagem, cheia demais para que coubesse mais qualquer coisa. De relance Viscor viu o olhar de Mórdoc que estava sentado na mesa, o encarrando, provavelmente com inveja.
Seus olhos o fulminavam, mas mesmo assim, ele sabia que seu primo não lhe queria mal, e por sinal gostaria de ir junto naquela viagem.

     Um homem entrou pela porta, seu pai, empurrava em sua frente Cólin, que estava agora de cara amarrada.

     — Olha só o que eu encontrei no topo da arvore, de novo. — Izarg riu, como se estivesse acostumado com aquilo — Betany, acho que vamos ter que amarrar uma corrente em Cólin. O que você acha? — a pergunta tirou risos de todos menos de Mórdoc que ainda estava perdido em pensamentos, furioso por não ser ele que estava arrumando as suas bugigangas, para partir em uma missão épica.

      — Izarg, você é terrível, deixe o pobre garoto brincar... pensando bem, acho que deveríamos dar ele para os macacos, vai se sentir em casa.

      Todos se perderam em gargalhadas, rindo da brincadeira, até Viscor aparecer na porta, com a mochila nas costas.
O silêncio perdurou, todos o olhavam, sabendo que seria a última vez que eles o veriam. Ser um cavaleiro era algo, muito honroso, porem desgastante e muito exigente com seus deveres.

     Betany largou o caldeirão e foi em sua direção dando um ultimo abraço apertado, Izarg não fez o mesmo, em vez disso foi até seu quarto. O barulho de algo sendo arrastado, chamou sua atenção, mas o abraço forte de sua mãe era tão bom que não queria mais sair daquele aconchegante afago.

     Aquela era uma despedida dolorosa, mas necessária pois precisava realizar seu sonho, e agora nada iria o impedir disso.

     Cléo que estava do lado de Cólin, que veio e o abraçou também.
     Ele levou a mão ao seus cabelos compridos, fazendo um cafuné, passando suavemente a mão por entre seus cabelos castanhos escuro, iguais de sua mãe.

     Diferente dele que tinha cabelos negros, e olhos negros, puxou tudo de seu pai, menos a pele, era igual de sua mãe, um pouco mais escura naturalidade do povo do sul, onde é mais quente e árido.

    — Vi... — a voz da garota vacilava, tentando não chorar — você vai lutar? Não quero perder você. — ela implorou para ele, sem conseguir o encarar.

    — Fique tranquila, ninguém pode derrotar seu irmão aqui — afirmou levando o polegar ao peito, confiante em suas habilidades.
     Viscor sempre foi o melhor espadachim da vila, ganhava até mesmo de seu pai Izarg, e se igualava em duelo à seu tio, Rerbot.
    Notou que Cólin sentou a mesa, ao lado de Mórdoc que ainda estava com o rosto carrancudo e obstinado com aquele desejo de se provar.

Os Amaldiçoados - As Crônicas De GartheredWhere stories live. Discover now