O Rei Dos Mortos...

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"O mundo não é meu
Muito menos seu
Ele é nosso
Cabe a nós protege-lo"

O Rei Dos Mortos

Na fronteira de Clamor e o pequeno reino dos exilados, o ar pesado que vinha ao norte daquela região, intoxicava os pulmões do ser de orelhas pontudas. Sua capa balançava conforme a forte ventania lutava contra ele em uma batalha para saber quem possuía mais determinação.

Pelo o que ele havia estudado sobre aquela região durantes séculos de aprendizado com o professor mais ranzinza da história, ele sabia que o vento não era uma característica daquele reino, então seu questionamento sobre o fato daquilo ser anormal, era até plausível. No entanto se manteve em silêncio apenas em devaneios que iam e viam em sua mente caótica e imprevisível.

Sua inteligência era notável, todavia, sua habilidade em se perder em pensamentos era muito mais perceptível para alguém de sua raça. E durante a exaustão do momento ele voltou em memórias do passado em busca de sua persistência e sua vontade de continuar em frente, rumo ao seu objetivo final, e derradeiro.

- Esbelt, vá ao reino dos humanos, quero que você os exterminem. Serão nossos escravos a partir de hoje. Irei enviar Aurora para a capital de Clamor para te ajudar a dominar o reino, quando já tiver conseguido chegar em Gortharia, ela estará as suas ordens - diz uma voz grossa e imponente.

- Sim, senhor - responde Esbelt que aperta firme sua mão contra o próprio peito, cinza e rígido, em uma reverencia honrosa de respeito, e o seu mestre retoma a palavra novamente.

- Não leve o exército de demônios, quero que os derrote miseravelmente usando apenas os cadáveres dos seus entes queridos. Comece conquistando o reino de Clamor, já que é o maior e mais populoso, não será uma tarefa fácil, e apesar de ainda ser jovem, sei que é habilidoso o suficiente para isso. A barreira já não existe mais, eu a derrubei, agora você pode dar início a minha vingança.

Ele começou a se questionar, se seria capaz de conquistar um reino sozinho e sem nenhum exército para lhe apoiar, pensamentos de dúvida pairavam pelo ar.

O ser majestoso percebeu na face de Esbelt que ele não tinha tanta confiança quanto desejava naquele instante - Não duvide de sua força, Esbelt. Sei que você pode fazer isso e que o fará, por que adora a emoção da batalha. Ou eu estou enganado? Por quanto séculos você esperou por isso? - o silêncio ficou no ar por alguns instantes - Você é o segundo melhor discípulo meu, por que sei que é capaz de muito mais coisas do que imagina.

Logo após isso, alguém adentra a sala do trono, e vem caminhando com um ar orgulhoso e determinado, pequenos feixes de luz mal iluminavam o recinto escuro e tenebroso. Esbelt percebe quem seria a figura poderosa, e notou que estava sendo acompanhado por dois demônios monstruosos, os seus guarda costas oficiais.

- Meu senhor o ritual, esta pronto! - diz se curvando contra o chão gelado diante o seu líder temível.

O rei que antes estava escondido na escuridão, agora inclina seu rosto para frente, e a chama fraca e azul que mal iluminava o recinto, agora dava uma breve noção de como seu rosto se parecia, forte e imponente, um monstro alado, e então o rei se levantou de seu trono, desceu os degraus bem devagar, sua idade já era avançada, porém seu corpo ainda havia de ser mais poderoso que de muitos, até chegar frente a Elfa Negra, que estava diante dele ajoelhada ao lado de Esbelt.

Os Amaldiçoados - As Crônicas De GartheredWhere stories live. Discover now