Anne é uma garota extremamente forte, sempre de mau humor e um pouco má. Ela é quase mãe de seus irmãos e mesmo não sendo considerada um bom exemplo, lá no fundo não é a garota que todos criticam e vêem como aberração.
Essa é uma versão da história...
Acordei no meio da madrugada para beber água, desce as escadas devagar, Amy se mexia e me chutava o tempo todo, enche o copo e as contrações vieram de novo só que mais fortes que dá última vez. Isso não me impressiona ela está com nove meses e quer sair logo, mas ainda falta três dias para o parto.
- Merda, Amy.- disse encostando na bancada. - Lucas.- falei indo até a sala para sentar. - LUCAS.- Gritei e sente água escorrendo pelas minhas pernas.
- Amor eu tô com sono...- interrompe.
- A bolsa estourou.- ele me olha e sobe as escadas correndo.
- Vou pegar a bolsa e a chave do carro.- ele gritou lá de cima.
Ele pegou tudo, desceu e me ajudou a entrar no carro, as contrações estavam cada vez piores e eu queria gritar de tanta dor. Mas a dor maior estava por vier e eu estou bem ciente disso.
- Anne... Respira fundo. Calma, já estamos chegando.- ele disse segurando a minha mão.
Ele estacionou na frente do hospital, entrou, pegou uma cadeira de rodas, eu neguei, ele me pegou e me sentou lá e saiu me arrastando para dentro do hospital.
- Minha mulher está grávida, a bolsa estourou.- a enfermeira me olha.
- Vamos ver a dilatação tudo bem?- fiz que sim e ela fez o exame. - Tudo bem ela está na posição correta e pronta para nascer. Você quer cesária?-
- Não.-
- Você não é muito novinha? Tem certeza que aguenta?- o médico disse.
- Claro.- disse e eles me levaram para a sala.
Colocaram o soro em mim, esperei por um tempo e as contrações aumentaram. A minha obstetra chegou, o parto começou e a dor é realmente como se estivessem quebrando todos os meus ossos. Foram alguma hora até que finalmente ouvi um choro. As lágrimas escorreram, minha respiração completamente descontrolada, mas agora eu tinha uma menina nos meu braços. Saudável, linda, tão pequena que parece uma boneca, tão frágil que sinto que qualquer coisa errada posso quebrar ela no meio e o mais importante a serenidade dela. Ela é completamente perfeita!
- Ela é tão linda.- o Lucas disse aos prantos.
- Você chora muito fácil.- disse rindo o que doeu um pouco.
- É a nossa filha, ela acabou de chegar a esse mundo. E eu vi você chorando também. Nem vem com essa!- ele disse pegando ela do meu colo e colocando no berço do hospital.
- Já ligou pra minha mãe?-
- São cinco horas da manhã.-
- Ata.- sorri e encostei a cabeça no travesseiro pra dormir um pouco, sente ele segurando a minha mão e peguei no sono.
Acordei com o Lucas segurando a Amy perto do meu peito, ele estava colocando ela pra mamar e aqui foi coisa mais engraçada do mundo. Não sei porque mais foi.
- Que horas são-
- 8 horas.-vele falou ainda concentrado.
- Me dá aqui ela.- peguei e ele se sentou perto da maca. - Resolveu tudo do hospital?- ele fez que sim .
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- Minha netinha linda, amor da minha vida, coisa mais perfeita do planeta, menina dos olhos da vovó!- minha mãe falou entrando no quarto.
- Mãe fala baixo, ela acabou de mamar. Vai deixar ela estressada.-
- Se ela puxar a você, ela vai ser estressada.-
- Mãe, eu acabei meu parto só faz algumas horas.- ela riu e pegou a Amy no colo.
- Vá descansar. Eu cuido da minha netinha favorita.-
Eu sorri e senti o Lucas deitar devagar comigo na maca, a minha mãe colocou ela pra dormir o que não é muito difícil e colocou no meio de nós dois. Lucas capotou e eu só consegui observar aquela cena, parecia um sonho. O homem que me amava, uma princesinha que eu iria proteger pro resto da vida e um sonho realizado. O de ser mãe, isso é a melhor sensação de todas que experimentei.
Alguns dias depois
Sai da maternidade, estou indo pra casa nesse exato momento com aninha filha nos braços, é realmente cansativo ficar lá e graças a Deus estou saindo. Nada melhor do que estar em casa depois de um momento assim. Lucas me ajudou a sair do carro e a entrar em casa, eu não preciso de ajuda pra andar, mas ele sempre insiste nisso.
- Cheguei cambada.- disse e as meninas correram pra me ver.
- Ela é tão perfeita! Anne, ela é a mistura perfeita entre você e o Lucas.- Vanessa disse me acompanhando.
- Vou colocar ela no berço, você vá comer alguma coisa.- minha mãe disse e tomou ela de mim.
- Você está bem?- todos perguntaram em uníssono e eu fiz que sim.
Sentei na mesa e comi sozinha, Lucas foi ajudar minha mãe, as meninas foram limpar as coisas e o Levi estava "cuidando" da Lia. Depois levantei, fui para o escritório, me sentei e comecei a resolver as coisas do trabalho. Não estou doente e o parto normal é muito mais simples e fácil de se recuperar do que uma cirurgia. Estou ótima e vou trabalhar sim! Olhei alguns casos, vi algumas coisas da empresa e resolvi os últimos detalhes do casamento.
- Você é doida pelo trabalho ou o que?- minha mãe disse trazendo a Amy até mim. - Sua filha está com fome.-
- Quando ela não está com fome?- falei rindo e peguei ela no colo.
- Amor, teve uma urgência. Preciso ir para o hospital!- Lucas disse entrando no quarto.
- Tudo bem, vá na moto.- ele fez que sim ajeitando o jaleco e saiu.
- Como está indo as coisas?- minha mãe falou sentando do meu lado.
- Mãe a empresa está cada vez melhor, eu realmente gosto de ser promotora então as coisas também estão muito bem e o casamento está completamente resolvido!-
- E a sua saúde Anne? Seu tempo para sua filha? Seu tempo para ser uma mãe, uma esposa?-
- mãe eu não sou uma dona de casa. Meu trabalho não é mais importante que minha família, eu e meu marido trabalhamos muito mesmo quando estamos em casa e isso nunca afetou nosso relacionamento. E meu tempo pra minha filha é algo que não vai faltar. Posso levar ela para empresa e tenho alguém pra me ajudar quando precisar ir ao tribunal.-
- Sei que você é bem sucedida, mas porque não larga por enquanto...-
- Mãe, meu trabalho também é importante pra mim. Posso trabalhar esses primeiros meses em casa, posso me afastar do tribunal por um tempo e só ajudar nas investigações. Porém não vou largar isso.-
- Tudo bem, mas ela vai crescer e você não vai ver. Um dia você vai acordar e vai será tarde demais para aproveitar com a sua filha porque ela não tem mais 3 anos.-
- Mãe, não vou cometer o mesmo erro que a senhora. Não se preocupe, nem eu nem o Lucas vamos perder os momentos da vida dela.-
- Eu....... Você que sabe.- ela falou e saiu.
Sabe as vezes minha mãe é bem complicada, ela vive reclamando por medo que eu cometa os mesmo erros que ela cometeu e isso é bastante cansativo na verdade. Mas ela entende que não vou fazer isso, sei que ela sabe disso e que ela tem consciência que eu a escuto mesmo sendo teimosa e cabeça dura! Agora eu a entendo, porque eu tenho uma filha, agora eu sou responsável pela vida de alguém. E isso muda sua mente completamente. Porém eu vou dar a minha filha as coisas que precisei e não tive, não vou dar tudo nesse mundo, mas vou sacrificar a mim e apoiar ela independente do que for.
- Sabe Amy, é meio difícil ser mãe. Não vou ser perfeita, nunca. Mas espero que você possa contar comigo pra tudo e que confie em mim. Vou fazer de todo pra você ser a garota mais feliz do mundo.-
