Meu porto seguro

346 36 105
                                    

Ainda estava deitada lá, tentando me recuperar de mais uma crise, mas o que mais minha inquietação era o silêncio do Lucas.

- Blythe?- falei sentando devagar.

- O que Anne?- ele tirou a camisa e me deu, depois me olhou nos olhos.
Pera aí ele tá sendo ignorante comigo?

- Desculpa, eu posso explicar tudo. Não muito bem, mas posso tentar.-

- Não precisa, vem cá.- ele me pegou no colo. - Temos que conversar, mas não agora.-

- Mamãe. Você tava nadando po quê?- eu comecei a chorar, MDS eu tô chorando.
O Lucas me abraçou mais forte.

- É que... Lia... Podemos conversar depois?- ela fez que sim, logo depois o Lucas pegou ela no colo.

Eu estava morta de frio, o Lucas me carregava no colo junto com as minhas coisas, chegamos na chácara e ele me colocou no chão e o Levi subiu com a Lia para dormir.

- Agora que eles subiram pode me contar o porquê dessas armas, do sangue e porque você estava no lago?- ele falou me colocando no sofá.

- É que eu tenho um problema com minha personalidade.- ele continuou me ouvindo.- Tenho o transtorno da dupla personalidade, então as vezes eu só sumo. Eu preciso me acalmar, colocar os pensamentos pra bem longe e só tentar me controlar.- ele não fala nada.

- Anne...- eu interrompi.

- Olha eu sinto muito, é que nunca tive uma crise como essa, eu só não consigo controlar. Atirar normalmente me ajuda, mas não funcionou. O sangue é porque eu soquei a parede, isso sempre acontece nas crises, mas hoje foi como se eu apagasse.-

- Por que você tem essas crises?- eu sorri.

- Ela sempre teve Lucas. Uma vez o papai bateu nela e ela acabou caindo e bateu a cabeça na parede, passou dias internada. E quando ela recebeu alta, sumiu por 2 semanas.- o Levi falou descendo as escadas e sentando do meu lado. - Depois de uns meses o papai tinha chegado de uma viagem mais cedo, quando eu cheguei da escola só consegui ouvir uns gritos...

" Para por favor, eu... Eu.... Eu imploro.... Eu não aguento mais...."

- Era a voz da Anne, e eu subi as escadas correndo e gritando, então quando eu abri a porta do quarto dela. Um cara entrou no banheiro, ela nunca me disse quem era, mas hoje eu sei o que ele estava fazendo.- o Levi terminou.

- Anne, quem foi?-  o Lucas falou e eu baixei a cabeça.

- Não posso falar.- meus olhos encheram de água.

- Anne, quem foi o filho da...-

- Para!!!- eu gritei. - Estou cansada, vocês dois não precisam se preocupar, okay! Não posso pensar nisso agora!- o Levi me ajudou a subir e o Lucas ficou no sofá.-

O Levi entrou no quarto que ia dormia com minha pequena, eu fiquei no porão. Estava quase dormindo quando alguém abriu a porta, eu peguei uma 12 que estava debaixo do travesseiro e apontei.

- Pelo amor de Deus ruiva, não atira em mim não.- eu reconhece o idiota do meu namorado e guardei a arma. - Posso dormir com você?-

- Pode, claro. - ele deitou no meu peito e eu fiz cafuné no cabelo dele.

- Anne, não precisa ter medo de mim. Eu não vou tocar em você se você não quiser tá?- eu levantei.

- Eu confio em você, idiota. E se você quisesse fazer alguma coisa já teria feito.- ele me dá um beijo.

- Eu te amo, sabia?- eu parei o beijo e olhei pra ele bem surpresa.- Amo esse seu jeito, amo suas birras, amo suas cicatrizes, principalmente essa na sua coxa, eu amo seus defeitos mesmo que me deixem louco as vezes, amo seu corpo mesmo que ele me deixe completamente maluco. Eu amo você, ruivinha.- nós continuamos nós beijando.

Anne, Bad GirlOnde as histórias ganham vida. Descobre agora