Em Chamas (+18)

Começar do início
                                    

— Caralho você é muito fofoqueira Rafaella, eu nunca pensei.

— Só tô listando fatos, uai.

— Uai, quem fala "uai"? — Bianca ria sem parar.

— Eu falo "uai", uai. Qual o problema? — ria junto com a certeza de que aquela garrafa tinha mais do que os 13% de álcool indicado na embalagem.

— Vou colocar o seu nome de "Chico Bento" no meu celular. — seguia rindo.

— Nossa, você é muito boba... — revirava os olhos enquanto ria também. — Vamos dormir.

— Você é tão mandona sabia? Deve ser seu signo. — disse colocando uma frutinha na boca.

— Não acredito muito nisso.

— Sai daqui... Você é uma ariana escrita.

— Então quer dizer que você esteve pesquisando sobre o meu signo? Hum... Bom saber.

— Claro que não, eu procuro sobre TODOS os signos.

— Ah é, você é libriana e quer beijar todo mundo.

— Para de me desmoralizar, já disse que não quero beijar todo mundo.

    As duas se olharam em silêncio, pois Bianca, sem querer, confirmou que lembrava do que ocorreu na primeira noite naquele quarto.

— Essas duas últimas noites sabe... Fazia tempo que eu não me sentia assim... — Bia desabafou insegura.

— Assim como? — perguntou com um leve medo da resposta.

— Segura. — disse levantando o olhar. — A gente vive num meio tão maluco que eu não lembrava a última vez que alguém me ajudou sem esperar nada em troca.

— Só isso? — perguntou esperançosa.

— E o que mais seria? — sorriu com ar de mistério.

— Tudo bem, você também me fez bem, obrigada tá?

    Bia acenou positivamente com a cabeça. Apesar de não ser só isso, ela achava que iria assustar Rafaella se demonstrasse algo mais, e além disso, em sua cabeça, Rafa era uma mulher hétero e bem resolvida quanto a essa questão. Ela não tinha chances.

    Elas deitaram na cama e passaram mais de uma hora na mesma posição das últimas noites. Estavam cochilando, até Bianca despertar.

— Rafa?

— Hum?

— Meu braço tá doendo.

— Quer que eu te solte? — perguntou sonolenta.

— Não. — respondeu na velocidade da luz. — Deita normal na cama.

— O que é "deitar normal"?

— De barriga pra cima caramba.

— Haha, tá. — disse mantendo os olhos fechados.

     O braço direto de Bianca estava realmente doendo, foram duas noites dormindo em cima dele. Ela deitou de bruços e se aninhou à Rafaella, repousou o braço que estava doendo abaixo dos seios dela e começou a acariciar a lateral do seu tronco.

— Posso contar quantas costelas você tem? — Bia perguntou sonolenta, mas aspirar o cheiro do pescoço de Rafaella estava a despertando.

— Pode...

    E assim Bia fez, deslizava os dedos até chegar no quadril de Rafaella, que se arrepiava todas as vezes.  As duas estavam de olhos fechados mas não estavam dormindo, estavam completamente relaxadas. Rafa passou a acariciar o braço de Bianca, passando seus dedos levemente entre o cotovelo e o antebraço da morena, alternando entre movimentos circulares e verticais. Ao sentir a proximidade, Bianca aumentou levemente a pressão com que se aninhava ao corpo de Rafaella, que instantaneamente teve o peso da sua respiração alterado. Bia não estava pensando direito, a premissa da heterossexualidade de Rafaella se apagou da sua cabeça e antes que pudesse perceber, encostou seus lábios suavemente no pescoço da morena. Mas percebendo, perguntou:

HOPE [Rabia]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora