Airport

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Aly entrou no apartamento e o encontrou na penumbra, o que era estranho já que tanto ela como Jane gostavam das coisas o mais claras possíveis. Tudo estava quase um silêncio total, não fosse pelo barulho que vinho do quarto de Jane. Aly deixou as malas no chão, pegando apenas o celular e dois pacotinhos dentro da bolsa, e seguiu até o quarto da amiga, a encontrando deitada, com um balde de pipoca na barriga e, o mais esquisito ainda, com Henry ao lado dela.

- Eu tenho outra mãe e outro pai agora. – Aly disse sorrindo e pulou na cama no meio dos dois. – Um para você. – entregou um pacotinho para Jane e deu um beijo no rosto dela. – E outro para você. – ela entregou o outro para Henry.

- Não precisava se preocupar, Aly. – Jane disse abrindo o pacotinho e retirando de lá um enfeite de cabine telefônica de Londres. – Adorei! – ela abriu um sorriso e deu um beijo na amiga, Aly percebeu que ela estava pálida e magra.

- Obrigado Aly. – Henry sorriu. – Mas você sabe que eu sou de lá, não é? – ele brincou com ela.

- Deixe de ser mal agradecido Henry! – Jane bateu nele por cima de Aly.

- Então, qual vai ser o assunto que vamos abordar primeiro? – Aly perguntou e olhou para Jane e depois para Henry.

- Talvez o fato de você nunca mais querer olhar na cara do Sebastian? – Jane disse e colocou um monte de pipoca na boca.

- Eu acho melhor o resultado dos seus exames. – Aly disse olhando para ela e Henry ficou mais silencioso do que já estava, parecia inclusive que ele tinha parado de respirar.

- Não é nada demais. – ela deu de ombros. – Estou com uma coisa na cabeça, mas eu sempre tive algo faltando, então veio para me completar.

- Para de brincar, Jane. – Henry disse irritado e as duas olharam para ele.

- E dai que eu tenho um tumor na minha cabeça que pode estourar em qualquer momento? Não dá para fazer cirurgia, nem mesmo uma quimioterapia vai resolver isso. -ela deu de ombros. – Eu vou morrer, mas todos nós vamos.

- O que? – os olhos de Aly se encheram se lágrimas.

- Você está tratando isso como se tivesse um prazo de validade, não está querendo ir atrás de um médico e nem nada do tipo para ver se tem uma cura. – Henry retrucou.

- Pra que? Pra viver convalescendo dentro de um hospital para acabar morrendo do mesmo jeito?

- Você não sabe se tem uma cura, Jane. Você não foi atrás. E mesmo que não tiver, pelo menos sua expectativa de vida vai aumentar.

- Aumentar de um ano para um ano e meio? – Aly se viu no meio da discussão dos dois que parecia ter muito mais coisas que ela não estava sabendo.

- Eu cansei de discutir com você. – ele se levantou e saiu da cama.

- Aonde você vai, Henry? – Aly falou.

- Preciso ir trabalhar, me ligue se vocês precisarem de algo. – ele não esperou nenhuma das duas falar nada, pegou o pacotinho que Aly havia trazido para ele e foi embora.

- Jane, o que...

-...você já sabe que eu estou morrendo. A estimativa é um ano, pode ser um pouco mais ou um pouco menos, então vamos fazer esses meses serem perfeitos para mim e para você, ok? – Jane a interrompeu e Aly só conseguiu acenar com a cabeça. – Ótimo, agora vamos esquecer disso um pouco e conversar sobre você.

- Acho que não tem muito o que conversar sobre mim. – ela deu de ombros. – Eu não quero mais ver o Sebastian, tudo aquilo me machucou demais. Sei que a culpa não foi dele, e sim minha que coloquei muita expectativa nisso, por isso eu quero acabar com essa coisa.

Fine Line || Sebastian StanNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ