O que tinha na cabeça dela? 

  E como sua noite não poderia piorar, sua mãe acaba reparando nela. Maca estava ali encolhida como da primeira vez que teve medo sozinha no inferno sem ninguém, precisando de ajuda e sem saber a quem pedir.

  Becca respirou fundo e entrou fechando a porta vagamente, Maca reparou naquilo e imediatamente enxugou os olhos se levantando sem jeito de se explicar.

—  M-Mãe... ah...

—  Senta na cama meu anjo. — Disse pedindo com um olhar simpático e ela até hesitou um pouco antes de se sentar já esperando o que sua mãe fosse dizer. 

  Mas Rebecca se sentou logo ao lado de sua filha sem dizer uma única palavra por vários segundos. Sabia que aquele momento era dela, e que não tinha de se intrometer, pois assim eram os adolescentes. Eles sofriam em silêncio e só conversavam com outros adolescentes, mas Becca também sabia que seu amigo no momento estava sequestrado. E ela não tinha com quem desabafar.

— Acho que essa é a hora que eu pergunto o que você tem e aí você diz que não é nada e eu acabo insistindo e você ainda assim... Não diz nada. —  Maca sorriu tristonha. —  Mas como toda mãe... Vou tentar arriscar mesmo assim. Então, o que está acontecendo?

— Nada demais... Eu só tive um dia ruim.

— E quem piorou tudo? — Perguntou e Maca não respondeu. — Filha... Me desculpa.

—  Que? Não mãe, não estou chateada com você! De longe isso, jamais! É outra coisa...

—  Desculpa por ter te pedido para se afastar da Rachel. —  Esclareceu antes que ela falasse bobagem. —  É por ela que está chorando não é? —  Maca encarou sua mãe com tanta surpresa, que suas lágrimas queriam sair de novo. 

   A menina engoliu em seco tentando respirar enquanto encarava sua mãe, não sabia como, mas tinha de falar com ela... E iria, pois começou a chorar enquanto falava.

—  Padrinho disse... Disse que à Rachel que eu ia morrer pelas mãos dela, p-por que eu provavelmente vou perder o controle dos meus poderes,e... E ela é a única a fazer isso. —  Becca franziu o cenho da testa imediatamente, mas deixou que sua filha terminasse. —  Ela disse que não ia fazer isso nem que sacrificasse tudo... E eu implorei a ela pra fazer mas... Mas ela começou a desabafar e a dizer sore as pessoas que ela amou e que ela perdeu.. E... E... Ela não queria passar por isso de novo mas eu... —  Maca chorou. —  Eu implorei pra ela fazer mesmo assim por que não quero ter que machucar as pessoas que eu amo e viver com esse fardo... Eu fui egoísta mãe, fui tão egoísta... Eu machuquei ela... Eu vi nos olhos dela que eu a machuquei... O que eu faço? 

 Rebecca fechou os olhos e respirou fundo.

—  Primeiro irá se acalmar. —  Disse ela enxugando as lágrimas da filha logo em seguida. —  Depois você vai pedir perdão a ela pelo que pediu, afinal de contas... Se fosse o contrário eu sei que você também não teria coragem. 

—  Mas... Eu sou apenas uma vida, mãe... Uma vida que pode destruir vária!

— Quando eu conheci Rachel achei que ela me odiava tanto ao ponto de tentar me matar, mas não sabia o motivo. Até tentei me aproximar dela, mas ela sempre me afastava. Você quer saber o motivo? —  Perguntou e Maca a encarou esperando a resposta. — Por que ela tinha medo de abrir o seu coração e fazer novas amizades...Depois de perder tanta gente na sua vida, ela endureceu seu coração e o tornou frio como uma vampira, mas o destino é uma droga e fez com que a gente se reencontrasse, e nos aproximássemos, até que ela abriu seu coração. —  Becca segurou a mão de sua filha e engoliu em seco. —  Se ela te visse partir, ela com certeza fecharia o coração para sempre. Por que dói... Dói muito perder alguém que você se importa,. Por isso fique feliz.

Descendentes do Inferno - Uma história Renegados do Inferno - Vol ÚnicoМесто, где живут истории. Откройте их для себя