✫ capítulo vinte e nove ✫ - part.2

Começar do início
                                    

"Eu não tô." Gi garantiu à missionária, ganhando outro olhar da mesma. "É sério, não fui com a cara dela."

"Você nunca vai com a cara de ninguém." A mineira subestimou em um riso, ganhando uma expressão enfezada de Gizelly. Ela tomou mais um gole da bebida ácida, sentindo sua garganta queimar levemente, e ela se conteve para não fazer uma careta. Rafa ergueu a taça repleta pelo líquido avermelhado na direção das meninas, apontando em sua direção. "Ela é gente boa, aparentemente." E novamente voltou com a bebida para sua si. "Tratou todo mundo super bem." Rafaella adicionou e remexeu o canudo colorido, misturando o drinque e o gelo."Todo mundo tá apaixonado." Ela concluiu, com uma tonalidade debochada, sorrindo para Gizelly.

"Não significa nada." Gi afirmou, como se aquilo fosse óbvio. "Posso provar?" A advogada perguntou, observando a bebida de Rafaella.

A missionária estendeu a taça na direção da amiga, deixando-a tomar um gole. "Ai, eu não quero mais falar nisso." Rafa esclareceu, chateada com tudo aquilo, voltando a observar a cena de Bia e Bárbara, que no instante, estavam dançando em conjunto. Uma rebolando próxima a outra, em uma sincronia e proximidade absurda. "Não quero nem olhar para aquilo ali." Ela disse, apontando com a mão estendida para a imagem, e logo depois, cruzando os braços, sentindo seu peito arder em raiva.

Gizelly comprimiu os lábios e balançou a cabeça negativamente algumas vezes.

"Rafaella Kalimann..." Ela citou o nome, com a voz levemente rouca graças à intensidade das bebidas que estava tomando. "Eu não sei como você ainda não deu na cara dessa mulher," Ela disse, com os olhos fixos ao encarar Bárbara praticamente se esfregando contra o corpo de Bia.

"Nem eu." Rafa admitiu, arrancando a taça com seu drinque das mãos de Gizelly e esquecendo do canudo, tomou um gole direto do vidro, preferindo aumentar ainda mais a ardência e as sensações, em uma tentativa de desestresse por tudo o que estava acontecendo. Quando acabou, ela trouxe a mão para enxugar o pouco que havia restado do líquido em sua boca, ainda com os olhos firmes sobre a pele de Bárbara. Enfim, sua visão foi até a da empresária, que dançava alegremente, e seu coração se aqueceu com o sorriso que ela estava carregando. Rafaella suspirou profundamente. "Acho que eu to tentando dar um voto de confiança pra Bia." Ela concluiu, passando uma das mãos pela testa, enquanto refletia em voz alta. "Eu acabei não fazendo isso da última vez com o Diogo e piorou tudo." A missionária deu de ombros e encarou a advogada ao seu lado. "Então, vou ser justa e paciente como era Jesus e ficar na minha..." Ela suspirou e voltou a encarar a Dj, sentindo seu interior flamejar, e, em seguida, trincou o maxilar. "Quieta."

Gizelly tomou um longo gole de sua lata de cerveja e lambeu os lábios, voltando sua visão para a imagem das meninas dançando. "Relaxa, que eu vou te ajudar nessa de ficar olhando até que a outra tome simancol."

Rafa ergueu uma sobrancelha a fala da advogada. "Ué? Por que?"

Gi deu de ombros. "Eu sou uma amiga leal." Ela falou com uma risada e ganhou um olhar sério de Rafaella, como se ela estivesse esperando uma explicação melhor do que aquela. "Eu também não tenho nada de melhor pra fazer."

Rafa observou o semblante chateado de Gi e ficou com remorso; Logo depois, ela observou alguns garçons da área V.I.P. se aproximando por entre as mesas e os sofás, e ergueu uma mão no ar, chamando um deles. Um homem alto e com o uniforme branco e engravatado começou a andar na direção delas, carregando um sorriso nos lábios. Ele parou bem na frente do sofá e perguntou educadamente: "Senhoritas?"

"Boa noite." Rafaella engoliu em seco. "Ah gente vai querer..." Ela começou, ainda em dúvida sobre o que pedir, até que Gizelly se intrometeu no meio da fala, cortando-a.

THE TRIP | RABIAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora