Verdade obrigatória

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Dois dias antes do meu aniversário a tia de Marco, Cármen, veio em casa anunciar um viagem de três dias, ela partiria no momento e voltaria no dia 26. Pela primeira vez eu estava animada com meu aniversário, por tanto que Marco e John insistiram que esta data é muito especial e importante. Eu havia até cedido uma festa familiar, a primeira festa que eu realmente queria, uma festa que eu não me lembraria que eu era uma akuma sem familiares. Passaria ela com quem me acolheu sem querer saber quem eu era, e ao lado de quem se importava com quem eu era e não do que já fui.

- Não fique brava Mei - falou Marco enquanto a tia dele falavam algo com John - Você nunca se importou com essa data.

- Não é com a data - menti, mas ele sabia disso - é com a sua faculdade.

- Eu dou um jeito de vir para sua festa.

- Sério? - perguntei, estava ansiosa para meu aniversário com todos.

- Depois não queria que eu fosse pela faculdade.

- Também.

John me chamou para a conversa, eu lembro de cada detalhe, ele estava a direita e a tia Cármen a esquerda, eu fiquei de frente para ela e Marco para ele. Depois de contar os motivos da viagem que ela faria e a importância da faculdade, Cármen comunicou que Marco ficaria na cidade, não deixaria ele perder aula. Vi Marco agradecendo John, algo que não foi nada discreto, ela continuou dizendo que Marco passaria o dia em nossa casa para não ficar sozinho e se quisesse passaria a noite na casa deles. Deixou com Jonathan dinheiro para as despesas dele, o que foi recusado até ela entregar a Marco e pedir que guardasse. Eu estava muito contente, Helena, Guilherme, Leandro e Dan também viriam para o aniversário, um amigo de John também. Este era o tal que o ajudou na certidão de nascimento, eu já o vi antes, quando pequena o chamava de tio Victor.

Nos dias anteriores ao aniversário passamos os três no sofá vendo filmes, seriados, alguns animes, jogando vídeo game e comendo nada saudável,  a vida que alguns adolescentes gostariam de ter. Se não fosse a disposição que ficavamos no sofá, ficava eu e Marco nas pontas e Jonathan no meio, faziam 2 anos de namoro sentar ao lado de um filme não fariam diferença, não o faríamos ele de vela. No dia do aniversário tive que sair de casa logo de manhã, disseram que seria surpresa, não entendi do que, já que eu sabia da festa. No almoço voltei e percebi que seria um churrasco, o tio Victor já estava lá e ele conhecia Marco, mas o chamava de júnior e era chamado de tio Vic, Victor devia conhecer muitas crianças.

De tarde tivemos campeonato de box no xbox, eu ganhei, até do Leandro que estava se gabando por ser o Rei, a majestade perdeu. O que eu estranhei foi a facilidade de ter ganhado de John, ele foi o melhor boxeador da turma dele por todo o período que práticou, perdeu para que nunca treinou me soou estranho,  mas depois ele disse que era parte do presente. No final da tarde todos estavam muito contentes, Guilherme e Victor um pouco a mais que os outros, tinham bebido um pouco a mais que aindas os deixavam totalmente normais, estavam cantando muito e músicas que ninguém conheciam ou entendiam. Depois de um tempo eles já não estava tão altos, assim eles pegaram o bolo do aniversário, dezenove velas palitos e uma grande com o número 20, vinte velas para soprar e um pedido a se fazer. Pedi para que tudo desse certo, nenhum imprevisto ou contratempo, Dan me ajudou a soprar as velinhas muito feliz, fazendo me mudar o pedido para que tudo na vida de Dan desse certo, para que ele nunca passasse pelos mesmos problemas que eu havia passado.

Chegou a hora dos presentes, fiquei contente com o lindo extrato que ganhei dos meus pais, sem entender o que significava eles me explicaram, aquele era um depósito que fizeram para que eu comprasse o que quisesse como uma casa, e ainda pediram desculpas por não terem me dado antes como fizeram com Jonathan. Eu estava muito alegre com tudo, havia acabado de ganhar uma casa. Leandro me deu um jogo, Far cry 4, não teria tempo de jogar, mas agradeci muito pelo carinho. Tio Victor me deu um par de brincos de prata em formato de asas, algo me dizia que ele sabia que eu era uma Eshy, ou akuma para alguns, e ele me desejou muita sorte e felicidade pelo caminho que trilharia. John me deu um vale qualquer coisa relacionada a moto, ele já havia se cansado de errar nos presentes que me dava, nunca achei ruim com qualqier um que ele me deu, nem quando recebi um boneca ao 15 anos, mesmo nunca brincando muito com uma.

Dan foi um fofo me dando um desenho, para uma criança de 4 anos ele desenhava muito bem, não bonecos palitos, figuras humanas definidas. No desenho tinha ele, eu e Guilherme dentro do barracão que eu o ensinei a voar, no chão Guilherme com um enorme sorriso no rosto e no ar eu e Dan voando. Eu o segurando e ele em baixo, ambos sorrindo também, nossas asas estavam a amostra, a dele total mente negra e a minha misturada entre preto e vermelho. O desenho estava realmente muito bonito, mas eu o guardei rapidamente quando o recebi, ainda não havia contado a Marco o que eu era, sempre que tentava contar não conseguia e ele dizia que não tinha problema, que no momento certo tudo iria se resolver. Guilherme que já havia bebido mais, o que não era muito comum, mas o vinho que eu tinha comprado era o único que ele adorava e bebia sem se importar, começou a passar mal. Sentia tontura e segundo ele o chão da casa estava com problemas, ele balançava muito e alguns pedaços estavam se movimentando sozinhos, resumindo estava muito alterado.

Helena foi embora com ele, rindo muito do escândalo que ele fazia e da futura ressaca. Leandro não foi, ficou em casa com John e Dan estreando meu presente, o tio Victor foi embora logo depois dos meus pais, mas de táxi por que tinha passado na bebida. Depois de um bom tempo revezando no vídeo game John resolveu levar o carro de Victor para a casa dele, Leandro foi junto deixando Dan comigo e Marco. Os dois se davam bem, muito bem, Marco começou a ensinar Dan segurar o lápis do modo correto, como todos seguram, e a fazer traços em formato de letra. Como o nome do pequeno não é muito grande, ele aprendeu rápido a escrevê-lo e toda vez que conseguia mostrava a Marco.

Quando John voltou quis levar os meninos para casa, já havia dado tempo de Guilherme ter recebido um sermão, um banho de água fria e outro sermão. Não podia ter ficado bêbado perto do Leandro, que exemplo ele teria e outras reclamações eram ditas quando ele bebia assim, ou seja, uma vez a cada dois anos. Contudo sempre acabava em felicidade ele dormia e Helena ria da situação que ele acordava no outro dia. Eles foram embora e John comunicou que chegaria mais tarde, já que o Victor estava passando mal quando ele chegara então passaria lá para ajudá-lo um pouco.

Ficamos eu e Marco na casa, começamos a arrumar as coisa, como John demorou bastante deu tempo de juntar tudo e deixar mais ou menos arrumado para o outro dia. Convidei Marco para o meu quarto para ficar um pouco mais a vontade, sentei na cama e ele também retirando os sapatos como eu.

- Você fica linda assim - comentou me olhando.

- Com o cabelo mal amarrado, com uma regata qualquer para arrumar a casa e cansada? - perguntei rindo.

- Também, mas eu falava perto de mim - ele chegou mais perto e selou nossos lábios em um beijo calmo.

- Sabe - comentou nos separando - ainda não dei o seu presente de aniversário.

- Não precisa - respondi curiosa olhando para ele.

- Então por que está procurando? - ele ria com minha expressão de curiosidade - Feche os olhos e se vire de costas.

Assim eu fiz, fechei meus olhos e virei de costas, senti ele beijar meu ombro e meu pescoço. Arrepiei um pouco, mas a curiosidade me vencia, estava pensando tanto no que ele me daria que não percebi que ele estava retirando meu colar. Quando reparei nos seus atos, meu colar já caia do meu corpo, eu virei para trás em um movimento rápido e senti que bati em algo e isso caiu no chão junto ao meu colar. Marco descobriria da pior maneira que era uma Eshy, que eu tinha asas, e talvez o que fiz nestes anos que passei ao seu lado.

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Olá pessoinhas que fazem meu dia melhor mesmo sem me conhecer, espero conhecê-las algum dia. Então fic acabando e eu gostaria de saber se vocês querem um capítulo feito pelo Marco? Assim explica muita coisa, como ele gosta de escrever consigo encaixar a parte dele mesmo o capítulo sendo feito pela Mei, enfim você quem sabem. Comentem apenas um sim ou um não só para saber a opinião de vocês, para fazer o capítulo ou não. Não vou fazer chantagem de número de comentários para o próximo capítulo... Ainda.

Eu espero que estejam gostando, dependendo da resposta a pergunta acima a estória terá mais dois ou três capítulos. Espero a sua resposta, ela é muito importante para mim.
Beijos Mei ^-^

Caçadora de AsasWhere stories live. Discover now