Eu te amava, e agora?

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Quando reparei nos seus atos, meu colar já caia do meu corpo, eu virei para trás em um movimento rápido e senti que bati em algo e isso caiu no chão junto ao meu colar. Marco descobriria da pior maneira que era uma Eshy, que eu tinha asas, e talvez do que fiz nestes anos que passei ao seu lado. Me levantei da cama correndo para evitar um possível desastre, Marco também estava de pé, pois o escutei levantando.

Estava de costas para ele e possivelmente ele também, não o escutei dizer nada, talvez em choque ou apenas não estava de frente para mim. Me virei para poder olhá-lo e explicar tudo, mas as únicas coisa que eu conseguia ver eram asas brancas formadas no meu quarto. Paralisei e tentei entender o que estava acontecendo. Um Eshy estava no meu quarto, sem eu saber, mas logo ele virou a cabeça para trás me olhando, com uma feição triste. Só consegui me concentrar novamente no que estava acontecendo quando vi olhos extremamente azuis e lindos me encarando indiretamente. Nas costas de quem me olhava havia uma cicatriz enorme, bem no local onde eu havia feito em Adriano, um raio caiu e a energia oscilou me fazendo lembrar dos detalhes esquecidos da morte de Letícia.

Eu repetia que era impossível, me recusava a acreditar no que meus olhos me mostravam, seu rosto não era o mesmo, mostrava desespero talvez o mesmo que o meu. Eu gritava:

-Não pode ser, podia ser qualquer um, menos você. Não é real isso está errado. Não pode ser você, não, não, não, não...

Retirei a katana da minha cama por impulso, não queria acreditar que o akuma que estava na minha frente era Marco, aquele que deve ter acabado o serviço que Adriano começou. Por essa razão eu não me lembrara do rosto do assassino, traumas são apagados da mente, um novo amor não poderia metar alguém.

- Vo-você foi aquela que me atacou não é? - perguntou ele com a voz trêmula - Me diz que não, por favor.

- Não chegue perto - apontei a katana em sua direção e vi lágrimas nos olhos dele, idênticas ao do que eu feri - não queria que fosse você.

- Não pode ser! - ele gritou para si mesmo - Por que?

Eu não conseguia pensar direito, somente apontar minha espada para meu namorado, ou ex- namorado. Com a ponta da espada pude pegar meu cola e puxá-lo para perto de mim sem cortar o contato visual com Marco. Ele pegou seu anel, que eu derrubara quando me assustei por ter o colar retirado, ambos colocaram os protetores sem realmente entender o que ocorria. A besta que caçava só era meu namorado, um daqueles que eu repudiava estava no meu lado sem eu saber.

- Vá embora - consegui gritar enquanto me conformava com a realidade - não quero mais te ver, vá e não volte.

- Você também é uma akuma.

- Não sou como você, sou o oposto - gritava sem pensar nas palavras, não acreditava que era verdade - vá! Nunca mais olhe para mim ou chegue perto.

Ele também estava assustado acentiu com a cabeça e se foi, ambos negando o tempo todo. Eu havia me apaixonado por quem mais odiava. Marco se foi, ao sair pela porta desejei nunca mais vê-lo, um monstro ao meu lado. A culpa era minha por não contar a verdade e nunca suspeita do porque não querer saber do meu passado e nunca falar do próprio. Comecei a chorar muito lembrando dos fatos que ocorreram durante o período que estavamos juntos e nunca percebi, mas estava tão nítidos para mim no momento.

A sensação diferente quando o vi na primeira vez, akumas se sente diferentes em contato com outro, isso aprendi com Eliot, mas só funciona com a primeira impressão. Vi um rosto que me era familiar, eu já havia o visto em algum lugar, me virei rapidamente e continuei. Quando passamos pelos FN's pela primeira vez, olhavam-se com raiva e recentimentos. Sensação ruim ao passar por um grupo de garotos mal encarados e Marco também não parecia ter gostado daquele encontro.

No dia depois da morte da Letícia Marco estava com dor nas costas e disse ter caído na esgrima, mas eu não vira isso. Marco também estava diferente ele estava mancando e parecia com dor quando se encostava em algo. Seus olhos possuiam coloração diferente, apesar do verde encobrir quase todo o azul, ainda podia se ver a verdadeira cor de seus olhos.

Quando a caçada começou e as morte ficaram mais perto do local onde iria eu fiquei nervosa e Marco também. Durante este período eu estava nervosa e Marco também, podia ser por me ver neste estado. Eu não podia escutar um barulho estranho que já olhava assustada, depois de repetir este gesto três vezes Marco me abraçava mais fortes e me girava um pouco para a direção oposta. Ele devia ter medo de ser descoberto, sabia o que acontecia, mas será que ele queria me proteger? Tudo estava confuso em minha mente e quanto mais eu tentava me livrar dos pensamentos mais lembranças me vinham.

Marco andava e chegou junto a eles, mas antes do fim do ano letivo passado eles tiveram uma briga e Marco se separou do grupo. Depois que ele se separou deles ele ficou doente, anêmico, e faltou por duas semanas, o grupinho de Nick eram chamados de cinco foices e depois da saída de Marco ele se ato denominava apenas de foices negras. A frase de Ana foi a minha mente, claro o anel era o protetor e quando saiu dos FN's quebrou o contrato, ficando fraco, com esse fato ficou claro o motivo dos dois anéis dos outros participantes. O amor me cegara, todos os outros eram akumas, não havia motivo por Marco não ser, portanto o traidor era ele e não foi ele quem moreu por último.

Mesmo abalada e confusa comecei a procurar quem havia morrido naquela ocasião, depois de pesquisar muito e fazer contas para lembrar do dia em que ocorreu achei um pequeno artigo comentando a morte de um adolescente por ataque cardíaco com um estranho bilhete no casaco, abri o artigo e encontrei Adriano caído no chão ferido com um furo no peito, provavelmente humanos não viam este fato. Ele não se culpava por ter matado, foram ordens, apenas ordens, o seu sangue ainda estava lá. O bilhete encontrado dizia "Durma, descanse para sempre, mas nunca se esqueça daquela que feriu para nunca mais voar". Alguém que o conhecia o matou, talvez quem ele estivesse atrás, por isso que ele disse que não me seguia, ele seguia Marco e ainda se divertiu com a ideia de estarmos juntos.

O fato do Marco ser um akuma explicava várias coisas e me fazia sentir dúvidas em outras, no dia em que Fernando morreu ele estava com a calça manchada de vermelho, devido o horário, tempo e a pressa não reparei se era realmente katchup nele, sangue também se encaixava na descrição e não havia o por que de estar tão tarde na rua. Adriano podia estar lá por acaso, o que me serviu para aprender mais sobre os akumas da Foice Negra. O tempo, o clima, tudo me fazia lembrar de Marco, não entendia como nunca reparara que ele escondia o passado como eu, sempre agia como se tivesse o conhecimento dos fatos e realmente tinha.

Olhei para o céu pela janela do quarto, lembrando da frase que ele me dissera, não havia lua, nem estrelas, estava frio e nublado. Não havia luz naquela noite, a lua que devia refletir a certeza do amor de Marco estava coberta por nuvens, não há certeza no seu amor. As nuvens que cobriam o céu eram as mesmas que cobriam meus pensamentos.

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Olá como está? Não sei como este capítulo caiu para você, mas já asseguro a você que não gostou que eu já sofri as consequências. Só digo uma coisa sobre isso, objetos podem ser Eshys também eles criam asas e voam, e mais te acerta em qualquer canto kkkkkk. Já como obtive respostas sobre ter o capítulo do Marco eu o farei ^.^ , não será o próximo, será como capítulo extra.

Coloquei algumas passagens no meio para facilitar, pistas em todos os cantos... Um leitor me disse que já sabia quem era o akuma logo na primeira dica que eu dei no meio de um capítulo, espero ele chegar até aqui e me dizer o que acha e se acertou...

Espero que tenha gostado, Beijos Mei ^-^

Caçadora de AsasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora