𝟎𝟏𝟗 - 𝐓𝐞 𝐩𝐞𝐠𝐨 𝐚𝐬 𝐧𝐨𝐯𝐞

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Sina Deinert

As semanas de provas passaram, eu mal vi Noah, e o pouco que eu via eu não sabia como agir na frente dele, eu não sabia reagir, então muitas vezes eu gaguejava, eu nunca havia estado em uma situação dessas, e por incrível que pareça meu primeiro beijo foi com ele. Enfim as provas passaram e minha primeira aula de hoje era com Noah.

Eu estava um pouco nervosa, porquê essa seria nossa primeira conversa real depois do "beijo", eu não sei nem porque estava agindo assim, mas peguei meu celular e resolvi olhar os e-mails que eu havia recebido, meu pai não havia me respondido, e Jeky havia mandado uma mensagem.

"Parece que ele vai esperar os próximos 3 meses que faltam para seu intercâmbio acabar. Pode ficar tranquila, mas sinto muito a sua falta, Sininho :("

"Também sinto muito sua falta, Jeky, espero poder te ver logo. Sinto falta das nossas conversas."

Respondo e não havia percebido que Noah havia chegado. Eu olho para ele e dou um sorriso, ele cora, eu dou uma risada da reação dele.

- Oi. - Pela primeira vez consigo me acalmar, mas acho que foi por causa do e-mail que consegui mais tempo para passar com todos eles.

- Oi - ele responde sorrindo.

- Silêncio, alunos. - O professor fala entrando na sala. - Sexta-feira, hoje é finalizado definitivamente o periodo de provas. E muito provavelmente semana que vem vocês ja terão os seus boletins. Mas agora vamos para a aula.

Noah não trocou mais nenhma palavra comigo sobre o assunto, e em todo o momento das aulas ele estava me ajudando a fazer as anotações. Ele não ficava mais parado, ou mexendo no celular. Ele estava me ajudando a fazer as atividades, o que eu não entendia ele me explicava.

Eu me sentia bem ao lado dele, me sentia bem, sentia como se não quisesse mais sair do lado dele, e a ideia de que iriamos nos separar no final do dia, parecia uma morte lenta. Se ficar apaixonado é sentir isso, é horrível, pela dor que sente. Mas você não se sente mais sozinho, você sente que pode compartilhar tudo com a outra pessoa.

Mas, o que eu queria saber mesmo agora, é o que seríamos depois do beijo? Foi só um beijo, não é pra tanto, mas se depender do Noah não vai ficar só por isso.

No final da aula, eu estava indo para o carro de Lamar, quando sinto alguém me segurar pela cintura, me impedindo de continuar andando.

- Sina... - Noah fala. - É... - ele passa a mão na nuca nervoso. - Queria saber se sábado você não quer ir lá pra casa.

- Amanhã? - pergunto como se não fosse óbvio.

- Sim. Se quiser eu te pego. Ás 9, pode ser? Antes disso não dá, meus pais ainda vão estar em casa. - sinto um arrepio percorer por minha espinha, eu já sabia o que ele queria.

- Claro. - respondo sem muita animação, ele abre um sorriso e se aproixma de mim, beija o canto da minha boca, e se aproxima do meu ouvido.

- Te espero lá, meu amor. - Naquela hora ele se afasta e eu sinto minhas mãos temerem.

Eu continuo andando sem ainda acreditar no que aconteceu, tudo bem que o beijo foi á quase uma semana atrás. Mas, tão rapido? Eu não sei se estava pronta ainda. Tudo aquilo parecia acontecer tão rapido para mim.

Cheguei no carro e entrei, toco o canto onde ele havia me beijado e respiro fundo, teria que pedir algum conselho a Heyoon. Não sei se ela seria a melhor pessoa pra me aconselhar, mas é a uncoa que eu tenho. Não falei nada quando entrei no carro, e nem quando saí. Ainda estava sem entender.

Ok, não era tão difícil de assimilar o que estava acontecendo. Penso entrando para dentro de casa. Mas eu nunca me imaginei assim, sempre me imaginei em Cinderela, que a fada madrinha me mudaria por completo. Ou em a Bela e a Fera, á qual eu sou a fera e se apaixonavam por mim do jeito que sou. Ou até mesmo em Merida, que eu lutaria pela minha propria mão, e não me casaria com ninguém.

- Sina? - Heyoon pergunta me tirando dos meus devaneios.

- Sim? - respondo indo até a geladeira pegar água para beber.

- Você está bem? - ela pergunta e eu coloco água no copo e bebo antes de responde-la.

- Sim, por que não estaria? - respondo e ela aponta para o copo na minha mão.

- Você está tremendo. O que aconteceu? - ela fala e eu realmente percebo que estava me tremendo mesmo. Eu coloco o copo em cima da pia e ando até ela, me sentando no braço do sofá.

- Sabe... - decido logo contar tudo. - Noah me chamou pra ir na casa dele amanhã. Mas você ja sabe o que ele quer. E eu não sei se eu quero. - respondo lembrando de hoje cedo.

- Depois daquele negócio com o beijo... - ela fala, e pensa por uns instantes olhando para o nada.

- Como você sabe? Eu não lembro de ter te contado. - falo e ela olha para mim com um sorrisonjo de lado.

- Sina, meu amor. Não seja tão inocente. Até parece que eu iria deixar você sozinha numa escola que só tem babacas. Tenho meus informantes. - ela fala e aquilo me assustou um pouco, mas logo ela da uma risada. - Eu não sou sua babá, ta pensando o que? Todo mundo sabe desse jeito, Sininho. - ela responde. - E todos estão comentando, inclusive.

- Então o que acha que eu devo fazer? Eu não sei se tô pronta. - respondo e ela da de ombros.

- Você inda é virgem? - ela pergunta, e eu afirmo com a cabeça. - Então fala pra ele, ele vai saber como agir. O que fazer. Mas depende bastante do que você quer também. Se ele te amar de verdade, como muitos dizem e ele também, ele vai entender e vai esperar seu tempo. Encare isso como um forma de ver se ele realmente te ama e vai te respeitar e esperar seu tempo.

Eu fiquei impressionada, não era o melhor conselho do mundo, mas vindo dela... eu me surpreendi. Respiro fundo pensando um pouco em toda aquela situação.

- Mas você saberá, Sina. - ela responde e se levanta indo até a porta do quarto dela. Mas ela para e me olha. - Mas toma cuidado, porque mais uma vez te lembrando, ele era considerado o garoto mais babaca da escola. - ela ri nazalmente. - Testado e comprovado por Heyoon Jeong. - ela responde e aquilo fez meu coração acelerar. Ela entra no quarto dela e eu vou para meu quarto também.

Detenção - NoartWhere stories live. Discover now