7. Quando a música é o início de uma nova era.

Começar do início
                                    

Quer dizer, eu posso lidar bem com esse interesse, desde que o sujeito pelo qual eu tenho tido isso não saiba. Prefiro me sufocar com idealizações mágicas sobre romances clichês entre um cara popular e um zero a esquerda do que viver a realidade com um nada acontecendo entre nós e ele estando ciente disso.

Seria um grande mico, mais do que um mico, seria vergonhoso.

Isso supera minhas fotos 3x4.

— Você está viajando! — exclamo.

Mesmo hesitante, olho para trás e observo cautelosamente Jungkook finalizar a ligação e guardar o celular no bolso da calça. Ele nos olha, e isso é suficiente para que eu empurre a porta de entrada do colégio e entre de uma vez, deixando os garotos para trás.

Dúúh, o que custa ser verdadeiro com nós, uh? Não somos os seus melhores amigos? — Taehyung apela para a manipulação enquanto eu ando depressa até a sala de teatro.

— Eu estou sendo verdadeiro, oras. Digo e repito; vocês estão viajando.

Sabe, não é como se eu estivesse mentindo – e Deus sabe que eu odeio mentir. Todavia, eu me sinto próximo demais a pagar um tremendo de um mico ao assumir minha quedinha por Jeon Jungkook.

Francamente, meu Deus amado.

— Tudo bem, tudo bem. — Jin suspira, presumo que tenha se rendido. — Não está mais aqui quem viajou... Ou voltou quem viajou, tsc. Não sei.

Dando de ombros e com o assunto encerrado, sigo meu caminho até a sala de teatro. Taehyung e Jin iniciam um assunto aleatório sobre o trabalho de biologia, este que eu não me importo em saber, pois já tinha o deixado todo nas mãos de Namjoon e Jin. O – não assumido – futuro casal daria conta de levar tudo nas costas.

— Ei, Jungkook! — meus pés tropeçam um no outro quando me atento ao chamado de Jin por Jeon. Por pouco não vou ao chão, me amparo na porta da sala, agradecendo aos céus por ninguém ter reparado. — Achei que Namjoon fosse vir com você.

Cerro os olhos para Seokjin assim que me vejo firme novamente. Eu gostaria de esganá-lo, somente isso. Aponta para mim como quem diz: "Olha aí, você está caidinho por Jeon Jungkook." Como se ele não estivesse por Namjoon.

Fala sério, isso é muito injusto.

— A chave. — peço, estendendo minha mão para quem quer que fosse que estivesse com a chave. Atrás de Seokjin, vejo Jungkook aparecer.

Ele acaba de tirar a jaqueta e por poucos segundos, isso me leva a sair de órbita.

Poxa, ele é tão lindo. E fica ainda mais quando está tirando a jaqueta, ou colocando-a, ou simplesmente mexendo nela.

— Conversei com ele minutos atrás, está a caminho. — ele responde, sempre sendo direto.

Seus olhos buscam por um contato com o meu quando eles se encontram, mordo meu lábio inferior ao que me lembro do episodio no carro. Não que tenha acontecido algo, mas minha mente me leva a crer que sim.

Talvez fossem os sorrisos curtos que Jungkook dava que me deixaram um pouco tonto, devo dizer. Seus cabelos caindo sob seus olhos que deixavam tudo ainda mais alucinante ou... Eu não sei. Ele? É. Talvez fosse isso.

Jungkook, Jeon, JK ou Dândi. Seja lá de quem estamos falando, todos eles me intimidam e é nítido. Por todos eles eu tenho uma queda.

— Você escutou o que eu disse? — Tae deixa estalos em frente ao meu rosto, atraindo minha atenção.

Assinto em concordância, não entendendo nada do que ele está dizendo e muito menos ao que ele disse antes. Só noto a chave em minha mão, olho Jungkook por uma última vez e viro-me em direção a porta, enfiando a chave e abrindo-a.

ROCK MÁFIAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora