Ao dizer isso, ela se virou e saiu para buscar a novata que eu havia mencionado.

Então podíamos mesmo monopolizar as putas daquele lugar? Por que ninguém havia me dito isso àquela altura? Eu havia pagado por uma hora inteira, certa vez. Mas uma noite? Toda?

Imaginei Camila com o homem, naquele momento. Ele deveria estar se divertindo, afinal. Ela era muito boa e, ao contrário da maioria das garotas da Casa, não exalava vulgaridade. De uma forma estranha Camila parecia uma puta comportada, como se a promiscuidade de sua profissão fosse balanceada pelo ar inocente que emanava dela.

— Ele deve estar se divertindo, isso é claro. Só espero que esteja sendo gentil. - Murmurei para mim mesmo.

Eu não gostava de todos aqueles hematomas no corpo dela, e não queria ver novas marcas. O corpo de uma mulher devia ser bem tratado, delicado e macio, e me irritava ver marcas de violência no corpo de Camila... Ou no de qualquer mulher, claro.

— Olá. Você é o Shawn? - A menina disse, com um olhar tarado.

— Sim, sou eu. E você é...?

— Meu nome é Vanessa. Majo me disse que o cavalheiro mais lindo do salão queria ficar comigo essa noite, então não foi difícil achá-lo.

— Eu sou o cavalheiro mais lindo desse salão? Ora, que piada.

— Sim. De longe. Talvez você não devesse pagar para ter quem quisesse por aqui. Certos homens não devem ser considerados "trabalho". - Ela disse isso percorrendo meu corpo de cima a baixo.

A tal Vanessa era mesmo atiradinha. Era ruiva, cabelos muito lisos, e tinha olhos verde-água. Era linda, de tirar o fôlego, mas algo nela não me agradava.

Aproximando-se de mim, ela falou ao pé do meu ouvido:

— Estou louca pra sentir como é o seu pau. Aposto que vai me fazer gozar tantas vezes que vou perder a consciência.

Vulgar. Ela era extremamente vulgar. Era isso que não me agradava. Mas eu nunca havia me importado com vulgaridade, afinal, estava em um puteiro.

Merda! Por que Camila tinha que estar ocupada?

Sorrindo para mim, Vanessa me pegou pela mão e me conduziu para o seu quarto. E os trinta minutos seguintes simplesmente passaram. Não me senti excitado como achava que ficaria ao experimentar um novo corpo. Aquele corpo não me agradava, nem aquela personalidade.

Os trinta minutos passaram, eu paguei o que devia e fui embora para casa dormir.

~~~

No dia seguinte, mais estresse. Aparentemente, alguém disse algo que não devia, o que resultou em uma briga interna na empresa, onde cabeças rolariam. Eu, como sempre, no meio dessa bagunça, não sabia nem com quem falar.

— Victoria, faça qualquer coisa para que parem de me ligar. - Meu telefone tocava pela milionésima vez naquele dia, e minha dor de cabeça tomava proporções assustadoras.

— Eu sou só uma secretária...

— E mesmo assim sabe mais dessa empresa do que eu. Eu te imploro, faça qualquer coisa.

Ela suspirou.

— Vou tentar falar com Luís. Ainda temos três reuniões hoje e...

— Cancele. Preciso ir embora daqui.

— Mas o que eu digo...

— Diga que eu estava indisposto.

Não era exatamente uma mentira. Eu precisava sair daquele lugar antes que mandasse todos irem à merda, com exceção de Victoria, que era uma pessoa legal.

𝐒𝐮𝐝𝐝𝐞𝐧𝐥𝐲 𝐋𝐨𝐯𝐞 Where stories live. Discover now