Sexto capítulo

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Rafael sentia o peito doer, dominado pelo cansaço, estava com dificuldades para respirar, e ver os dois amigos daquela forma fazia o seu estômago embrulhar. Danielle tinha o rosto deformado por golpes violentos; os hematomas e o sangue seco, o nariz e o olho inchado, além do corte aberto acima da sobrancelha quase fazia com que Rafael não a reconhecesse, as coxas à mostra da loira tinham hematomas espalhados e alguns arranhões. Eric, por outro lado, tinha arranhões pelos pulsos e tornozelos, e um buraco aberto logo abaixo de seu joelho, onde uma trilha vermelha se sangue seco descia até o seu pé.

Olhando ao redor, Rafael avistou alicates, facas e um cutelo sobre um barril próximo aos dois. Ele apressou-se em ir até o barril, puxando o alicate para si, e então correu até Danielle.

— Eu vou te tirar dessa... — Rafael falou para ela, com o queixo tremendo e os olhos cheios de lágrimas — Aguenta firme, Dani...

Com o alicate, cortou o arame que prendia os tornozelos da loira na estaca. Danielle sentiu todo o peso do seu corpo nos pulsos, e o grito abafado pela mordaça saiu fraco, enquanto ela se esforçava em aguentar a dor dos cortes que surgiam pelos pulsos presos. Rafael percebeu o erro tarde demais, o som agudo do portão metálico fez com que o rapaz se virasse a tempo de ver o homem mascarado entrando no galpão, já apontando a espingarda em sua direção.

— Merda... Por favor, não!

O homem atirou. Rafael gritou em pânico quando o tiro atingiu a estaca que prendia Danielle, abrindo uma rachadura logo abaixo dos pés da loira. O rapaz soltou o alicate quando o segundo tiro ecoou, atingindo novamente a estaca em que Danielle estava.

Movido pelo desespero irracional, Rafael virou as costas e correu. O ar pesava... as pernas imploravam por uma pausa... seu diafragma contraía. Rafael deu cinco passos e então ele foi atingido.

Um buraco se abriu no seu bíceps e o sangue respingou no chão. Rafael gritou, levou a mão para o ferimento feito, e continuou correndo, mas então a mulher de vermelho surgiu saindo de trás de uma viga de apoio. Ela segurava uma barra de ferro com as duas mãos, e com um golpe rápido e forte, atingiu o rapaz no rosto, derrubando-o.

Rafael bateu a nuca no chão de terra batida. Ele sentiu o gosto do sangue invadir seu paladar, e antes de reagir ao golpe da estranha de vermelho, sentiu um chute violento contra o rosto. O rapaz gritou, e sentiu tudo girar ao seu redor. Outro chute, na boca do estômago, e ele encolheu o corpo, abraçando seu próprio tronco em reflexo a dor.

A mulher sorriu ao ver o rapaz se contorcer no chão, e a aproximação do homem mascarado chamou a sua atenção.

— Ele é até bonitinho, não é? — Ela sorriu.

— Ele é meu. — O homem falou, estendendo a mão para a mulher.

Revirando os olhos, a mulher entregou a barra de ferro para ele, recuou dois passos e cruzou os braços. O homem segurou o cano com uma mão, e com a outra massageou o objeto, fazendo uma clara alusão obscena.

— Divirta-se... Mas... Deixa ele vivo. — Ela falou, virando as costas para os dois e se afastando.

 — Ela falou, virando as costas para os dois e se afastando

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