Epílogo: Estrada Sem Rumo e Uma Dose de Música

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NOTA DO AUTOR: Eu ia postar esse epílogo, que é o segundo extra no livro, só no aniversário de PA (meu deus PA já vai fazer dois anos), mas resolvi postar antes e to aqui morrendo de medo do que vocês vão achar. KKKKKKKK

LEIAM OS AVISOS!!!


AVISOS: homofobia, álcool, violência, angst (especificamente no final, na parte quatro, que se passa em 2039 e contém menções de morte, pule se for muito sensível. Até a parte três é seguro ler).


Avisados? Espero que gostem. ♥



ESTRADA SEM RUMO

E UMA DOSE DE MÚSICA

"Through the eyes an' I sparkle

Senses growing keen

Taste your love along the way

See your feathers preen

Kind of makes makes me feel sometimes

Didn't have to grow

We are eagles of one nest

The nest is in our soul"



PRIMAVERA; 2001.

— Você está atrasado.

Baekhyun parecia furioso. Chanyeol fechou a porta de entrada e arriscou um olhar para ele, constatando que estava certo: Baekhyun estava furioso.

Girou as chaves do Fiesta 1982 nos dedos antes de largá-las sobre a mesa da cozinha. Não conteve o revirar de olhos ao se aproximar da sala, não demorando para que Leia pulasse do sofá para se enroscar em suas pernas. Adotaram a gata no final do verão pela insistência do Byun, que passou o restante do outono sofrendo com alergias e sobrevivendo a base de antialérgicos. Ainda assim, vivia grudado com o animal, como o teimoso que era.

— Eu me atrasei cinco minutos, Baekhyun — disse, abaixando-se para fazer um carinho na gata. Percebeu que a expressão do mais velho não suavizara e teve que conter o riso que ameaçou escapar. Não conseguia levar a sério quando Baekhyun ficava emburrado daquele jeito. — Hoje é véspera de feriado, esqueceu? Peguei trânsito e essa chuva não ajudou em nada.

O namorado resmungou alguma coisa, provavelmente um palavrão, e levantou do sofá, mancando enquanto ia em direção ao quarto. Baekhyun voltara para a fisioterapia fazia algum tempo, mas a perna esquerda sempre parecia piorar nos dias chuvosos.

— Você tá reclamando de mim, mas nem tá pronto ainda! — Chanyeol acusou ao reparar que Baekhyun vestia um moletom roubado do seu guarda-roupa, o que já havia se tornado rotineiro.

Baekhyun reapareceu na porta do quarto só para mostrar o dedo do meio e o Park riu soprado e foi tomar uma ducha.

Tinham uma viagem planejada para aquela noite. O Plymouth levara um pouco mais, ou talvez menos, de dez anos para voltar a ser o que era antes — talvez até melhor. Parecia novinho em folha, Chanyeol não cansava de dizer. Baekhyun, que trabalhara incansavelmente naquele carro, estava tão orgulhoso do próprio trabalho que contava as horas para finalmente colocá-lo na estrada depois de tantos anos o mantendo na garagem.

Poor AlfieOnde as histórias ganham vida. Descobre agora