Capítulo 7

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Estão sentindo esse cheirinho? É cheirinho de meta batida e capítulo novo! Tem coisa melhor do que isso? Tem sim, vocês, que são incríveis e não só bateram a meta, como superaram a meta! Eu amo meus leitores hahahaha. 

Só queria dizer que se vocês acharam que houve aproximação no capítulo de ontem, no de hoje... Bom, nem vou falar nada, vou deixar que vocês leiam! 

Beijos <3 

Os próximos dias foram mais calmos

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Os próximos dias foram mais calmos. O tempo de visita ao meu pai aumentou para uma hora, por isso, nem sempre Ramon podia ir comigo, pois tinha compromissos na fazenda que não permitiam que ele ficasse tanto tempo fora. Quando ele estava ocupado, Cissa me acompanhava e um funcionário nos levava de carro. Passar aquela hora ao lado do meu pai, era, no fundo, muito angustiante e incapacitante, apesar de eu agradecer por ele não estar mais no CTI. Não era fácil sair do hospital com a imagem dele com o corpo quebrado e usando uma máquina que auxiliava na sua respiração, mas eu tinha fé de que, no próximo dia, o médico me daria uma notícia melhor do que a eu escutava a cada vez que chegava ali.

"O quadro do seu pai é estável, sem qualquer alteração. Não perca a esperança", o médico dizia. Não era exatamente uma notícia maravilhosa, mas eu enxergava pelo lado bom. Pelo menos, ele não havia piorado.

Na fazenda, minha relação — se é que posso chamar assim — com Ramon, havia progredido. Eu o acompanhava às vezes até as baias dos cavalos e o esperava para jantar, já que não fazíamos outras refeições juntos. Apesar de, no começo, eu achar que não teríamos o que conversar, a gente sempre dava um jeito de não deixar a mesa de jantar cair no silêncio. Ramon era um homem inteligente e, por mais que nossa conversa girasse em torno da fazenda e dos cavalos, eu estava começando a achar que tudo o que saía da sua boca era fascinante.

Naquela noite em específico, depois que jantamos, eu fui direto para o meu quarto e fiquei sentada na sacada, observando o céu sem nuvens e com muitas estrelas. Em meu peito, sentia um pouco medo do que poderia acontecer com meu pai, se ele iria acordar logo ou não, como seria a sua adaptação, caso tivesse alguma das sequelas que o doutor havia listado dias atrás. Eu tinha certeza de que ele não iria suportar. Sentir-se incapaz seria pior do que a morte para o meu pai.

Depois de tomar um banho, me deitei e pensei que não conseguiria dormir quando caísse na cama, por isso, acabei acordando assustada com um pesadelo horrível, onde via o carro do meu pai perder o controle na pista e capotar várias vezes. Desorientada, tateei a mesa de cabeceira, consegui acender a luz do abajur e olhei em volta, colocando a mão no coração e repetindo para mim mesma que havia sido apenas um sonho ruim. Depois de alguns minutos, deitei na cama, mas não consegui voltar a dormir. Minha mente dava voltas com as imagens horríveis e, com medo de pegar no sono e sonhar de novo, levantei da cama e saí do quarto.

Não sabia ao certo para onde estava indo, apenas deixei que meus pés me levassem e, ao chegar na sala, acendi a luz e fui em direção as portas. Assim que as abri, senti o vento frio da madrugada açoitar meu rosto, mas foi superficial. Por dentro, eu ainda me sentia presa ao pesadelo, como se, só naquele momento, eu estivesse me dando conta da dimensão de tudo aquilo. João Marcelo havia me contado detalhes de como o acidente havia acontecido, mas, em meio a preocupação com o estado do meu pai, sequer tive tempo de assimilar o que ele havia dito. Agora, parecia que eu conseguia ouvir cada uma de suas palavras em meus ouvidos.

À Sua Espera - DEGUSTAÇÃOWhere stories live. Discover now