Capítulo 11

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Rockhurst afastou-se apressadamente, deixando uma surpre¬sa srta. Burke atrás dele. Assobiou para Rowan, que veio imediatamente.


- Ela o cativou também, pelo que vejo - ele disse ao cão, acariciando-lhe as orelhas.


Rowan, ainda com o osso gigante em sua boca, olhou para o conde como se sorrisse. Rockhurst soube naquele instante o que seu cachorro e ele próprio corriam o risco de se tornarem.


Chegou ao canteiro das premiadas rosas do marquês, agora mergulhado nas sombras.


Estava, claro, interessado somente em uma certa sombra.


- Onde você está? - ele perguntou em voz alta. - Sei que está aqui. - Olhou para ver se Rowan a localizara, mas o cão tinha olhos somente para o osso. - Já ganhou a atenção de Rowan, não gostaria de ter um pouco da minha?


- Para quê? Para que me raptasse mais uma vez? - veio a voz familiar que lhe provocou arrepios na espinha.


Ele jurava ter ouvido aquela voz naquela tarde. Mas onde e quando, e o mais importante, de quais lábios, ele não sabia situar.


- Pelo que sei, você não pareceu se importar.


Ouviu-se alguém praguejando indignado, depois várias pedras sendo chutadas no chão.


- Por que não volta à sua linda acompanhante? Parecia bastante feliz com ela.


O conde resistiu ao desejo de sorrir.


Estivera com mulheres o suficiente para saber quando uma mulher estava com ciúmes.


- Ela tem o seu charme - ele falou, provocando-a. - E para vantagem dela, eu sei quem ela é.


- Oh, com certeza sabe.


Havia ciúme escondido naquelas palavras. E se ela sentia ciúmes, isso significava que...


Rockhurst afastou o pensamento. Não queria saber o quanto aquela jovem especial gostava dele. Isso seria perigoso demais.


Deveria se afastar dali imediatamente. Deixá-la entregue ao seu encanto, ao seu desejo, ao que restara de magia àquela criatura da noite.


Mas não conseguia fazer isso. Não enquanto ela estivesse usando o anel.


O anel... a razão de ele estar ali a perseguindo. Ou, pelo menos, era o que dizia a si mesmo.


- Volte para a srta. Burke - resmungou ela. Dessa vez, Rockhurst não conseguiu resistir e riu.


- Ela não se compara a você.


- Verdade?


- Os seios dela são muito pequenos. - O conde se virou para onde achava que ela estava. - Os seus, por sua vez, são deliciosos.


Ouviram-se alguns resmungos, mas não eram de indignação.


- Então por que... por que você...


O ciúme evidente na voz dela o atiçou, enchendo-o de tentações.


- Porque passei o dia com ela? - ele sugeriu.


- Bem, sim. - Ele quase podia ver os lábios dela pressio¬nados, a sobrancelha arqueada. - Ela é realmente odiosa.


- Não discordo.


- Então por que passou o dia...


- Deixando todos pensar que eu a admirava?


- Sim. Você deu a ela mais uma razão para andar se sentin¬do superior a todas as outras jovens da sociedade, apesar da...

Por trás das sombras - Elizabeth BoyleWhere stories live. Discover now