Seus olhos

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Finalmente consegui dormir um pouco. Quando acordei não ouvia mais as vozes. Olhei vagamente pelo quarto vendo Jeremiah. Ele estava sentando em uma poltrona e como sempre lendo. Assim quê percebeu quê eu tinha acordado, Jeremiah se levantou rapidamente e se aproximou de mim. Jeremiah segurou a minha mão e passou a outra nôs meus cabelos.

-Como você está?
-Bem. Obrigada por vir.
-Eu....eu sinto muito, Lucy. Achei quê tinha perdido você.

Os olhos de Jeremiah brilhavam por conta das lágrimas.

-Está tudo bem, não se preocupe.

Tentei sorrir para Jeremiah e logo depois o abraçei. Limpei as lágrimas para quê ele não percebesse.

-E a Ruby?
-Ela está lá fora. Foi pegar um café.

Jeremiah me contou algumas coisas sobre o quê tinha acontecido na universidade. Aparentemente Debby descobriu quê eu estava com Kay, mas não a história real. Ela acha quê ele a traiu comigo. Ótimo, agora eu sou a errada na história. E eu tinha sumido com medo dela. Eu não consegui dormir aquela noite, sempre acordava com os malditos pesadelos.

Passei exatamente três dias no hospital. E como suspeitava os senhores quê me ajudam eram os pais de Jeremiah. Ruby e ele me visitavam todos os dias. Em uma dessas visitas acabamos ficando em um clima constrangedor quando ele me contou como estava perdendo as esperanças e eu praticamente me declarei. Mas no dia seguinte apenas fingi quê nada aconteceu.

-Vamos, Lucy?
-Sim.

Ruby me ajudou a sair do quarto, a minha perna ainda não estava completamente bem. Estávamos cada vez mais próximos da universidade. Ruby percebeu meu nervosismo e segurou a minha mão durante todo o caminho. Quando cheguei na universidade, o diretor me recebeu e quis conversar comigo. Eu estava na sala dele, esperando por ele.

-Senhorita Quinzel, a detetive Desmond me procurou e nôs contou sobre o acontecimento com O senhor Kay e a senhorita Frida. Eles já foram expulsos e a autoridade já está cuidando disso. Não se preocupe mantemos tudo em sigilo.
-Obrigada senhor.
-Já conversei com seus professores e está tudo bem.

Passei quase meia hora na sala do diretor. Quando saí, Ruby estava lá. Enquanto íamos para o quarto percebi que por onde passávamos as pessoas olhavam para mim e cochichavam. Passei o resto do dia sozinha no quarto. Ruby precisou ir para as aulas dela e eu ainda precisava me recuperar por causa da perna. Eu repassava algumas avaliações das aulas extras quando alguém bateu na porta.

-Quem é?!
-Jeremiah.
-Entre!

Jeremiah entrou no quarto e se sentou na cama ao meu lado.

-Como você se sente?
-Bem. Estou repassando algumas avaliações.
-Certo, isso é bom. Te distraí.
-Eles realmente achama quê eu sou a culpada, não é?
-Eles não sabem de nada. Não podem opinar em nada.
-Mas eles falam, Jeremiah. É difícil de ignorar os olhares.
-Não ligue para isso. Vamos falar de outra coisa. Eu estou feliz em ter você por perto de novo.

Jeremiah sorriu me fazendo sorrir.

-Obrigada. Eu gosto quando você sorrir, seu sorriso é bonito.

Rosto de Jeremiah ficou vermelho e logo desvio o olhar do meu.

-Obrigado. Eu também gosto do seu sorriso, mas gosto ainda mais dos seus olhos. Seus olhos são lindos Lucy.

Jerome. Era impossível não se lembrar de Jerome.

-Eles me mostram o quê você está sentindo. No momento tem tristeza neles o quê me deixa mal, não gosto de te ver triste.

Nós continuamos com essa conversa até Ruby chegar. Um tempo depois Jeremiah foi embora. Alguns dias depois, finalmente pude sair do quarto. Fui para aula de canto, depois os cursos extras e a dança. Foi um inferno, a todo tempo recebia bilhetes de garotas me xingando e bilhetes nojentos de garotos. Eu realmente pensei quê não tinha como piorar, até a aula de dança. Onde Debby me encarava a todo tempo com um olhar mortal. Eu estava no vestiário quando Debby me chamou.

-Onde você se meteu, Lucy?
-A história quê te contaram é uma mentira, Debby. Nada disso é verdade.
-Você é uma hipócrita, nojenta Lucy. Igualmente a sua mãe. Você sabia quê ele era meu e mesmo assim o seduziu! Você é uma qualquer Lucy!

Eu apenas encarava Debby enquanto a ouvia gritar. Peguei as minha coisas e tentei sair do vestiário mas as amigas de Debby me impediram. Quando tentei sair novamente fui puxada pelos cabelos por Debby. Ela me jogou no chão e subiu em cima de mim. Não consegui ter uma reação, Debby começou a puxar meus cabelos e a me bater. Senti um peso sobre a minha perna machucada o quê me fez gritar, mas todas elas ignoraram. Apenas começou a me bater mais ainda. Com gritos e xingamentos.

Elas finalmente pararam quando Debby se levantou. Ela chamou elas mas não antes de chutar o meu estômago. Elas sairam me deixando sozinha do vestiario. Eu não conseguia me mover, meu corpo doia por completo. Não sei por quanto tempo fiquei no chão apess conseguindo chorar, até quê meu professor entrou no vestiário.

-Lucy, o que.....o que aconteceu?!

Fui levada para o hospital novamente, o ferimento na minha perna abriu e enquanto estava no vestiário acabei vomitando por conta dos chutes no meu estômago. Passei a noite no hospital. Eram sete da manhã quando a enfermeira me trouxe algo quê me mandaram, eu conversava com Ruby no momento. Era uma rosa preta.

-Para a senhorita.
-Obrigada, ma você sabê me dizer quem mandou?
-Não senhorita, apenas quê era para a senhorita Lucely Quinzel.

Eu apenas assenti e peguei a rosa. Abri a carta sentindo um odor horrível.

-Quem mando?

"Espero quê tenha aprendido sua lição, vadia. Não mecha com o quê é dos outros. Espero quê você morra.

D. "

Eu apenas fiquei paralisada olhando a carta. Então Ruby a pegou, mas logo fez uma expressão de nojo a jogando no chão. Ruby um pouco de álcool em gel e passou nas mãos, logo depois pediu para quê eu passasse também. Limpei as mãos e olhei para, Ruby ainda chocada.

-Aquilo era sangue de menstruação. Debby é uma nojenta, como ela foi capaz?! Precisamos da um jeito nisso, Lucy.
-Que nojo, eu não acredito nisso. Ela realmente quer se vingar.

~•~


CONTROLWhere stories live. Discover now