O dinheiro acaba mudando as pessoas. Não vou ser hipócrita e dizer que não, pois eu mudei. Não o meu caráter, mas antes me contentava com roupas de marca barata e até as preferia. Hoje eu não uso nada que não seja Gucci, Marc Jobs, Prada ou Chanel. Meu vocabulário é outro e sempre estou tentando controlar as coisas a minha volta. E talvez esteja mais impulsiva também, mas apenas isso. O meu caráter continua o mesmo, de acordo com o que minha mãe ensinou. Talvez eu seja uma garota metida a madame, mas não abro mão de nenhuma dessas coisas. Eu comecei por baixo e por mais que o dinheiro não tenha sido conquistado com o meu suor, ele me pertence, não apenas por David Hayes ser o meu pai, mas também por ter sido o cretino que abandonou a mim e a minha mãe em uma condição de vida muito ruim. Mas algumas mudanças estavam por vir.

— O dia está lindo, não está? — Christopher parou bem ao meu lado, me pegando de surpresa. Abri os olhos rapidamente e o fitei. Ele vestia uma bermuda preta e uma camiseta cinza. Estava de tênis e fone. Então ele também tinha o hábito de correr pela manhã.

— Hã... Está. — gaguejei um pouco. Não estava esperando por isso. Por sua presença. Ela me desestabilizava e os efeitos eu não podia controlar e odiava não poder controlar as coisas.

— É bom acordar com essa vista. — comentou também admirando a beleza daquela combinação mencionada.

— É como se tivesse sido desenhada a mão. — acrescentei olhando para a água azulada que se quebrava.

— Por um belo artista. — sorriu para mim, concluindo o meu comentário.

    A maneira como Christopher tinha uma aparência incontestável e incomparável era bem intimidante. A sua beleza arrogante e atrevida me fascinava. Seu sorriso possuía curvas perfeitas. Esse homem sim foi desenhado a mão por um belo artista.

– Sempre faz corrida por aqui? — me entreguei a minha curiosidade e o perguntei. Esperava por uma resposta que fosse eu o motivo.

— Não chego a vir até aqui, mas hoje quis passar para ver como você está. — não deu desculpas, foi sincero e direto. É, a resposta foi coerente com o que queria.

— Eu estou bem. Não poderia estar melhor. — sorri para ele e ele também sorriu. Aquele sorriso deveria ser proibido. Era pecaminoso demais o seu efeito.

— Recebeu mais alguma flor daquele idiota? — seu olhar em mim ansiava por uma resposta e parecia preocupado.

— Não. Não tive mais notícias dele. Não sei se isso é uma boa coisa ou... Não. — contei a real situação e o que sentia em relação à isso.

— Se ele se manifestar de novo, me conte, por favor. — pediu, realmente se importando comigo.

— Eu não quero que você se envolva nisso, Christopher. Nem você e nem Noah. Não sei até onde Troy é capaz de ir com isso, o que sei é que ele é um ser humano que não se importaria em sujar as mãos de sangue para punir alguém. Ele é baixo. — o alertei, preocupada. Não suportaria se acontecesse algo a ele por minha causa.

— Ah, pare com isso. Eu também não importo em sujar as minhas, desde que seja o sangue dele nelas. — disse confiante e ainda sorriu maquiavélico. Talvez eu tivesse sérios problemas mentais, mas gostei daquele sorriso e do seu jeito perigoso.

— Não digo isso por achar que você não dá conta de meter a surra nele. Mas é que quando se trata de mim, o destino é um filho da mãe sem coração. Não quero perder pessoas importantes. — acabei falando certas coisas sem pensar e quando me dei conta disso, soltei o olhar que se prendia a ele e voltei a olhar para o mar.

— Me considera importante? — sua voz esperançosa mostrava como estava surpreso com o meu comentário.

— Ah, Christopher. Eu simplesmente confiei a você a história da minha vida que somente Noah sabia. Acha que se não fosse, eu teria contado? — criei coragem e o olhei.

Esse Garoto é o Caos Vol.2 [CONCLUÍDO] Where stories live. Discover now