O diadema de Ravenclaw

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Até agora os seus resultados estavam sendo bem interessantes quando comparava os trouxas e os alunos de Hogwarts. Todos recebiam a mesma poção tão logo ela ou Helga ficavam sabendo da doença e, apesar de arriscado, Helena ainda tentava manter as mesmas condições para os dois grupos, garantindo que a casa dos trouxas doentes ficassem mais seguras contra o frio e que eles recebessem comida o suficiente para se recuperarem.

A diferença, no entanto, estava no resultado de cada um. Enquanto os alunos de Hogwarts normalmente melhoravam em três dias, os trouxas levavam mais tempo, às vezes até semanas.

"Faz quanto tempo mesmo que ele está assim, senhora?" perguntou Helena, enquanto dava outra dose da poção de Hufflepuff para um rapaz que encontrara em uma vila em Yorkshire.

"Duas semanas," disse a mulher, a mãe dele, que estava sentada ao lado dele na cama. "Mas a febre finalmente foi embora. Vem melhorando faz dois dias, mas hoje ele passou o dia sem ela."

"Isso é ótimo," disse Helena, sorrindo de leve enquanto levava uma mão até a testa do garoto, que parecia se encolher sempre que ela fazia aquilo. Realmente, a temperatura estava boa e a pele não estava mais suada como antes. "Agora é só esperar até a tosse ir embora também. Vocês receberam a comida?"

"Sim, senhora." A mulher sorriu, antes de abaixar a cabeça em uma pequena reverência. "Muito obrigada por isso também. Nem temos como agradecer."

"Não precisam... Ver Nicholas melhorar já será ótimo," a garota falou, antes de se levantar e segurar as mãos da mulher quando esta também ficou de pé. "Ele vai ficar bem, Bertha. Já está muito melhor. Poderia até parar com o remédio, mas prefiro continuar só para garantir."

Helena saiu da casa do trouxa ainda ouvindo a mãe deste agradecendo sem parar, só parando quando ela acenou e finalmente tomou o caminho da estradinha que deixava a vila. Agora só faltava um último vilarejo, ainda em Yorkshire. Ela tinha um certo medo daquele. A senhora da qual estava cuidando era bem mais velha que Nicholas ou os alunos de Hogwarts e estava mal o suficiente para que a bruxa considerasse a possibilidade de ela morrer nas suas mãos. E aquilo era a última coisa que precisava no momento.

Já estava anoitecendo quando aparatou fora da vila, dentro de um bosque que a rodeava e onde preparou as coisas que iria precisar: a poção, as ervas e sua aparência – deixar alguns fios de cabelo

mais esbranquiçados, mudar um pouco o seu vestido, deixá-la o mais invisível possível.

A casa a qual visitava ficava nas margens da vila e parecia incrivelmente gelada sempre que entrava nela, mas não sabia se isso era por causa do vento que se esgueirava por debaixo das janelas e portas ou era alguma energia estranha lá dentro. Normalmente gostava de acreditar que era o vento, mas, ao ver o senhor da casa abrir a porta para ela naquela noite, o frio pareceu muito mais forte do que o normal.

"Senhor," ela murmurou, fazendo uma reverência.

"A curandeira?" o homem perguntou, arqueando uma sobrancelha. Sabia que aquele era o marido de Corinna, a mulher da qual cuidava, apesar de ser a primeira vez que realmente falava com ele. Quem normalmente a recebia era a filha deles. "Venha."

A garota o seguiu, hesitando um pouco ao atravessar o batente da porta e sentir um arrepio atravessar o seu corpo. Quando chegaram ao quarto, todas as janelas estavam fechadas e as velas, apagadas.

"Como ela ficou desde a minha última visita?" perguntou Helena, aproximando-se da cama e xingando mentalmente a falta de luz. Quando a alcançou, apoiou uma mão na testa da mulher, que parecia adormecida, e levou um susto ao sentir a pele dela gelada.

"Ela piorou," disse o senhor e, antes que a bruxa conseguisse fazer algo, sentiu a presença dele perto demais de si. "Ela morreu."

A garota arregalou os olhos, levando uma mão ao pulso da mulher, sem sentir nada ali. Não que fosse dar tempo de sentir algo também, já que o marido a empurrou para longe.

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