O diadema de Ravenclaw

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"Desde quando ele está assim?" perguntou Helena, observando enquanto Hufflepuff se ocupava em ajudar o menino a beber a poção de uma caneca de madeirda.

"Desde que chegou aqui, três dias atrás," disse Helga, sorrindo de leve e afagando as costas da criança quando esta fez uma careta ao engolir o líquido. "É ruim, mas você sabe que está ajudando."

"E o que você vem dando para ele?"

"O mesmo que dei para as outras crianças que você já viu com os mesmos sintomas, Helena." A mulher pegou a caneca de volta e bagunçou os cabelos do menino, antes de se levantar da beirada da cama da enfermaria. "Agora descanse."

"Que é a mesma coisa-"

"Que você tem levado nas suas... ahm... expedições, sim," disse Helga enquanto saía da sala da enfermaria e ia para a antessala desta, seguida pela garota. "Ele está bem melhor. A febre baixou ontem e permaneceu assim hoje. A tosse diminuiu bastante e ele voltou a respirar sem sentir dor."

"Isso em três dias... Os outros foram assim também?"

"Todos nessa média. O maior tempo foi cinco dias para a tosse passar, mas a dor e a febre já haviam terminado," Hufflepuff explicou, antes de ir até um armário e pegar três frascos que continham uma poção amarelada. "Vai precisar de mais?"

"Sim." Helena se aproximou, pegando os frascos com cuidado e os colocando dentro de sua bolsa. "Obrigada."

"Helena... Eu sei que isso é uma pesquisa, mas tem certeza que vale o risco?" perguntou Helga, franzindo o cenho enquanto segurava uma mão da garota de leve. "Se alguém a pegar-"

"O espírito sem limites é o maior tesouro do homem, não?" murmurou Helena, sorrindo meio sem graça antes de escapar da mão da outra bruxa.

"Não dê uma de Rowena Ravenclaw aqui, Helena," a mulher falou, franzindo o cenho. "Deus sabe o que eu tive que enfaixar na sua mãe por causa desse 'espírito sem limites'. Eu preferiria que não precisasse fazer isso com você também."

"É importante," disse a garota. "É importante para mim."

"Eu sei disso, querida, mas... Só tenho medo que algo ruim lhe aconteça. Você pelo menos falou para sua mãe o que está fazendo?"

"Eu lhe pedi para não falar nada para ela por razões óbvias..."

"Mas, Helena-"

"Eu vou falar, prometo." Ravenclaw sorriu, tentando passar alguma calma para Helga do jeito que seu pai conseguia apenas com um sorriso. "Mas eu quero ter certeza do que estou falando e, para isso, preciso de dados."

"E para ter dados, você precisa pesquisar," a bruxa completou, suspirando fraco. "Já ouvi esse discurso muitas vezes."

"Vai ficar tudo bem, Helga." Helena se aproximou rapidamente, apenas para segurar a mão da mulher e apertá-la de leve. "Prometo."

***

Hogwarts era um lugar a parte de todo o resto do mundo, Helena percebia isso sempre que se aventurava em alguma vila ou cidade. Toda a calma e segurança do castelo parecia não existir, dando espaço para um sentimento esquisito de curiosidade e receio, mas sempre acabava atribuindo o medo ao fato de estar entre trouxas.

Não era como se os trouxas realmente soubessem quem ou o que ela era. O nome pelo qual a conheciam era diferente em cada vila que passava e sempre tentava alterara um pouco de sua aparência com magia. Até então, ninguém parecera desconfiar dela: todos achavam que aquela moça não passava de uma curandeira com tempo demais nas mãos e que decidira visitar alguns doentes e tratá-los. Em parte, era isso mesmo, exceto pelo fato de que ela não era nenhuma curandeira e que os doentes que escolhia eram sempre pessoas com os mesmos sintomas. Ela não confiava na sua habilidade para tratar uma dor de dente ou uma dor de barriga, nesses casos, sempre lançava mão de algumas ervas que se lembrava de conhecer graças ao seu pai e pedia para as pessoas visitarem um curandeiro de verdade... Mas quando se tratava de pessoas com febre, dor para respirar e uma tosse terrível, ela se sentava ao lado deles e perguntava sobre todos os detalhes da doença e lhes dava as poções de Helga.

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