Capítulo 15

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Ei amores, mais um capítulo fresquinho, eu tinha dito que esse seria o último, mais errei o cálculo rsrs, espero que gostem.
😘😘

Emma

Posso dizer com toda a certeza do mundo, que não existe melhor sensação do que acordar ao lado de Regina Mills, essa fase está tão perfeita, que as vezes dá até medo de acontecer alguma coisa ruim. Fico admirando minha morena dormir, mas logo ela começa a se mexer na cama e desperta do sono. Depois de me saudar com um bom dia ainda meio sonolento, enfim começamos a nossa rotina de uma segunda feira de manhã. Tomamos o café da manhã em família de forma harmoniosa. Tudo tem sido desta forma desde que Regina e eu resolvemos assumir nossos sentimentos.
Depois de deixar os garotos no colégio e Regina no escritório, chego a delegacia, passo pela porta da entrada cumprimentando os rapazes que estão a minha vista. O meu trabalho ocupou quase toda a manhã, parando apenas para trocar algumas mensagens com Regina e meu pai. A parte burocrática é com certeza a mais chata, porém não tenho com fugir. Me preparei para sair da minha sala e encontrar minha namorada no Granny's para almoçar, quando abri a porta, uma figura inusitada apareceu.

— Lilith? — meus olhos surpresos pararam na morena a minha frente.

— Oi Emma, senti saudades... será que podemos almoçar juntas?

— Infelizmente eu não posso, vou almoçar com a Regina... inclusive, já estava de saída.

— Nossa você está tão íntima dessa Regina. — disse o nome de forma irônica, seguida de uma expressão de nojo.

— É o que acontece quando se namora uma pessoa não é mesmo? Agora, se me der licença eu estou com pressa. — saí sem esperar resposta deixando ela surpresa.

Andei o mais rápido que pude até o carro para fugir daquela chata, até hoje não me conformo como fui apaixonada por essa mulher.
Assim que cheguei, passei pela porta do restaurante e logo avistei Regina na nossa mesa favorita.

— Oi amor. — Dei um beijo em sua testa e sentei-me.

— Nossa, acabei de dar de cara com a Lilith agora na delegacia...

— Mesmo? — sua expressão se fecha, e eu apenas concordo. –  Onde ela estava escondida? Apareceu assim do nada?

— Não tenho ideia, tinha até esquecido dela. Precisava ver a cara que ela fez quando disse que você é minha namorada. — vi Regina revirar os olhos e decidi mudar o assunto.— Ah... mudando de assunto, tenho duas notícias pra você. — fomos interrompidas pela garçonete que veio tirar nosso pedidos.

— Continua....

— Finalmente consegui agendar minhas férias, se tudo der certo daqui dez dias vou estar livre.

— Que bom Emma, você tá precisando mesmo, anda muito estressadinha ultimamente. — ri, enquanto eu lhe faço careta.

— Ah, e na quarta feira vou precisar ir pra cidade aqui do lado. Vou saber quem é que vai assumir o meu lugar nesses 30 dias.

— Você vai demorar lá?

— Não, só uns três, no máximo quatro dias. — procuro sua mão sobre a mesa, apertando a mesma. — Nem vai dar tempo de sentir minha falta...

— Impossível. — a morena sorri.

Enquanto almoçamos, engatamos uma conversa aleatória com Regina me contando de forma animada sobre sua promoção no escritório de Ruby. E eu acabo me contagiando com a alegria da minha namorada, já que sei o quanto esse trabalho é  importante para ele, pois é sim como se fosse um divisor de águas entre a Regina Mills de antes, que não podia nem sair sem dar satisfações a um idiota e a Regina  de agora, que é acima de tudo uma mulher independente e dona de seus próprios passos. E eu me sinto extremamente feliz e grata por ter participado de forma tão próxima  dessa evolução dela.
Após nosso almoço, nos despedimos ali mesmo, na porta do Granny’s, e após alguns beijos e abraços, logo seguimos uma para cada lado. E pelo resto da tarde, me empenho em meu trabalho na delegacia, o que faz com que as horas passem de forma tão rápida, que quando me dou conta, já passa das sete da noite.

(. . .)

A quarta-feira logo chegou e com ela, a tal viagem que eu vou fazer. Ok, é algo rápido, mas eu já estou morrendo de saudades de meus três amores e por isso, nem saí de Storybrooke ainda, e não vejo a hora de estar de volta. Porém, ossos do ofício. Vamos lá, sem reclamações, Swan.

Me mexo preguiçosamente sobre a cama, e ouço Regina dizer algo que não pude entender, mas provavelmente seja reclamando por espaço, já que ao conhecer um pouco  da morena, logo percebi o quanto espaçosa pode ser, principalmente na hora de dormir. E como vamos passar alguns dias separadas, ontem ela e Henry dormiram aqui, até para ser mais fácil na hora de levar os garotos ao colégio.

Fico alguns segundos perdida na imagem da morena que acabara de se aconchegar em meu peito. E por mais que tenha extrema certeza de meus sentimentos por Regina, as vezes eu tenho medo de estar sendo muito apressada, ou sei lá, ter me tornado dependente da presença de Regina de forma muito rápida. Mas ao ver o quanto tudo é recíproco da parte da morena, imagino que tudo é coisa da minha cabeça. Aliás, se tudo isso aconteceu até hoje, nesse, nem tão curto, espaço de tempo, é porque estava escrito. É inegável que de uma forma ou de outra, nosso destino estava traçado, escrito e planejado em algum lugar.
Meus devaneios são interrompidos pelo toque do despertador, mesmo  que eu houvesse acordado quase meia hora antes do mesmo tocar. Por mais simples que seja, qualquer viagem me deixa extremamente ansiosa. De forma delicada tento me desvencilhar do abraço apertado de minha namorada, e após deixar um beijo em seus cabelos, me levanto, seguindo para um banho, dando início ao meu dia.
Não demorou muito para que eu estivesse pronta, logo checando os últimos detalhes na minha mala, e colocando algumas coisas que ainda faltavam. Estava tão entretida em minha tarefa, que só após alguns minutos, percebi que estava sendo observada. Levanto o olhar, dando de cara com uma Regina Mills descabelada e com a cara amassada, me encarando de braços cruzados.

— Desculpa, eu tentei ser mais silenciosa... — sorrio sem graça, por acordá-la.

— Tudo bem... — estica seu corpo, se espreguiçando.— que horas são?

— Faltam cinco minutos para as seis... você ainda tem mais algumas horinhas de sono. — me aproximo, deixando um beijo em sua testa. — Vou passar no quarto de Arthur e deixar um beijo nos garotos. — a morena concorda e se levanta.

Enquanto termino de pegar minhas coisas, Regina entra no banheiro, saindo após poucos minutos, prendendo seus cabelos em um rabo de cavalo.

— Se cuida, tá bom? – se aproxima, me abraçando pela cintura. — Boa viagem, minha loira. Volte logo. — trocamos um selinho.

— Você também se cuida, baby. — a aperto no abraço, escondendo meu rosto na curva de seu pescoço.

Ficamos assim por alguns minutos, e eu tenho certeza que nunca vou me cansar de sentir Regina assim tão  pertinho, seu perfume, a maciez de sua pele. Inicio uma trilha de beijos, subindo por sua clavícula, até chegar em seus lábios novamente, os unindo aos meus, num beijo demorado e que aos poucos vai ganhando certa intensidade. Deixo minhas mãos escorregarem pelo corpo da morena, até chegar em sua cintura, enquanto a sua procura pelos meus cabelos, aprofundando o contato, e fazendo com que ao passar dos minutos, nossas respirações fiquem descompassadas.

— Eu tenho que ir, Gina... — as palavras saem com certa dificuldade, enquanto sinto a morena deixando alguns beijos em meu pescoço. — Regina... que fogo repentino é esse em? — brinco, procurando seus lábios novamente, deixando um selinho e sentindo a mesma sorrir, provavelmente, por meu comentário. 

— Vão ser três dias, né? — revira os olhos, me fazendo rir.

— Bom que a saudade faz o desejo  aumentar... — sussurro em seu ouvido, tendo como resposta uma breve risada. — agora, eu tenho mesmo que ir. — trocamos mais um beijo. — Até mais, baby.

— Até mais, mande notícias.

Um último beijo, e sigo para o quarto dos meus garotos, e como previa, os mesmos dormiam serenamente na cama de Henry. Me aproximo dos dois, deixando um beijo na testa de cada um. Arthur nem se mexe, já que tem o sono extremamente pesado, assim como eu, mas Henry, para minha surpresa, abre os olhinhos, me encarando por alguns segundos.

— Já vai viajar, mamãe Emma? — se senta na beira da cama.

— Sim... — me abaixo na sua frente. — muito juízo em, rapaz? Você e seu irmão. Se comportem, ok?

— Pode deixar. — sorri, em seguida, abrindo a boca num bocejo. — Eu vou cuidar da mamãe, e do meu irmãozinho.
 
— Muito bem... agora volte a dormir, para acordar cem por cento na hora do colégio. — ele concorda, me abraçando pelo pescoço. — Tchauzinho.

Em poucos minutos estou em meu carro, colocando a playlist que Regina havia preparado para mim e então, foco toda minha atenção na estrada em minha frente, com o pensamento de que enfim, após quase dois anos, estou há poucos passos das minhas tão  esperadas e merecidas férias.

REGINA

Já se sentiu como se enfim tivesse desfrutando da felicidade mais plena desse mundo? Como se realmente você estivesse podendo flutuar e andar sobre as nuvens? Eu sei, eu sei, isso pode soar exagerado, e até meio idiota... mas me diga, o que eu posso fazer? Eu nunca me senti dessa maneira, e é a única forma que eu consigo encontrar para explicar esses efeitos inéditos que Emma Swan causa  em mim desde que nos conhecemos, e que vêm crescendo mais ainda nesse nosso primeiro mês de namoro.
Sim, hoje estamos comemorando um mês de namoro e céus, eu estou extremamente feliz e grata por tudo isso que vem me acontecendo. Só de pensar que no início eu não conseguia ficar por mais de cinco minutos no mesmo ambiente que Swan, e levada pelo medo de perder Henry, muitas vezes fui uma estúpida com ela, agora tenho a plena certeza que tudo aconteceu exatamente da forma que tinha de ser. Tudo era planejado para nos trazer até onde estamos hoje. 
Meus pensamentos são interrompidos ao sentir o aroma característico de canela, vindo do perfume de Emma tomar conta de meus sentidos. Como na maioria dos dias da semana, havíamos combinado de almoçar no restaurante do Granny's. Sinto as mãos da loira repousando em meus ombros, e levanto a cabeça para encará-la, vendo o grande sorriso em seus lábios.
 
— Oi, meu amor... — me levanto, a envolvendo em um abraço. — tudo bem?

— Sim, só um pouco de dor de cabeça me deixando meio chata... e você?

— Bem. — sorrio ao sentir o toque de sua mão na minha sobre a mesa. — Feliz um mês de namoro pra gente. — seu sorriso se espelha no meu, e a loira deixa um beijo na minha mão.

— Eu desejo de todo meu coração que seja o primeiro de muitos, meu bem. — diz e eu concordo, repetindo seu gesto.

Nosso almoço transcorre da forma mais harmoniosa possível, e eu não consigo não pensar no fato de que nosso primeiro almoço, no qual eu não permaneci até o fim e tive de sair praticamente correndo por mais uma ameaça de Robin foi aqui. Quem diria que as coisas se encaminhariam para esse rumo?
Depois de desfrutarmos um maravilhoso mousse de chocolate como sobremesa, infelizmente chega a hora de nos separarmos, já que é  necessário que eu volte ao trabalho. Sorte de Swan que  está de férias.

— Vou ao banheiro, não demoro.

— Emma concorda e eu me levanto.

Não demoro muito no banheiro, ou melhor, achei que não havia demorado muito, mas ao sair do mesmo e presenciar a cena em minha frente, desconfio ter ficado por lá tempo o suficiente para deixar Emma a sós na companhia de Lilith que, provavelmente, havia aparecido por ali assim que me distanciei. Sinto meu sangue ferver em minhas veias quando vejo a morena praticamente se jogar em um abraço na direção de Emma. E claro, minha loira desvia, a empurrando delicadamente e dizendo algo que pela distância, ainda não pude ouvir.
A passos lentos me aproximo, e sou recebida pelo olhar debochado de Lilith Page, seguido de um risinho irônico, o que faz com que eu segure a minha vontade de soltar umas poucas e boas para a mulher, que logo ignora minha presença, e volta sua atenção a Emma.

— Eu sei que fui uma idiota com você, Em... mas veja bem, eu mudei, agora estamos aqui, mais velhas... mais experientes.  — sorri, dando um passo em direção a Emma, que novamente se afasta.

Como ela tem coragem de falar isso para a MINHA namorada, e além de tudo, na minha frente?

— Lilith, eu acho que você já entendeu tudo o que eu disse, não é? Aliás, tudo aconteceu há tanto tempo, e eu nem sei porque ainda está insistindo nesse assunto, já que foi você mesma quem decidiu acabar com o que a gente tinha e nunca mais me procurou... — Emma suspira impaciente, e vejo seu rosto a cada segundo ganhar um rubor, me fazendo perceber o quanto está nervosa. — Isso é tudo dor de cotovelo por estar me vendo com alguém, e não ter a nova de antes correndo atrás de você?

— Ok, vamos supor que eu acredite no seu namoro com essa mulher. — aponta para mim, me olhando com desdém e em seguida voltando sua atenção a Emma. — Me diz o que ela tem de tão “especial" que eu não tenho? — rolo os olhos, me vendo com cada vez menos paciência para a cena de Lilith. — Você já contou pra ela que eu fui a sua primeira em tudo, e o quanto nós...

Respiro fundo por uma, duas, três vezes e acabo me perdendo do que a mulher a minha frente falava sem parar. É tanta asneira saindo da boca de Lilith, que meu sangue parece ferver cada vez mais e antes que suas insinuações continuem, num gesto meio impulsivo, porém que me enche de alívio, levei minha mão ao seu rosto, num estalado tapa.

– Já faz mais de dez anos, Page. Supera. — digo, após alguns segundos, vendo a mesma colocar a mão sobre seu rosto. — Não dar valor e sumir no mundo, foi uma escolha sua, mas agora aceita. — a encaro, dando meu sorriso mais debochado. — Agora sugiro que você volte para o buraco do qual você nunca deveria ter saído e nos deixe em paz.

Eu nunca me imaginei numa situação dessas, mas também, ninguém nunca havia me testado assim, até então. Vejo Lilith se virar bruscamente e sair do restaurante e eu sinceramente, espero que não volte mais. Suspiro de forma pesada, e me viro para Emma que me encarava de maneira atônita. 

— Eu não conhecia esse seu lado... — somos interrompidas pela chegada de Granny, ela nos olha preocupada, alternando entre Emma e eu.

— Está tudo bem por aqui, meninas? — pergunta. — O que aconteceu?

— Aquela indecente... mas agora, já está tudo resolvido, vovó... — dou de ombros. — até mais. — sorrio.

Emma e eu seguimos para o carro da loira, já que para vir, eu havia pegado uma carona com Ruby. Me sento ao lado de Swan no banco do carona.

— Não conhecia esse seu lado nervosinho, mas acho que agora a Lilith entendeu, que eu tenho uma namorada ciumenta. Emma sorri.

— Não sou ciumenta, estava apenas cuidando do que é Meu. Dou ênfase na última palavra.

— Eu já te disse que gosto de apanhar de mulher bonita? — Emma pergunta após alguns minutos, me arrancando uma risada. — Aliás, alguém já te disse que você fica extremamente sexy quando tá brava?

— Para, Swan... não teve graça. Eu não gosto de violência, mas aquela mulher fez meu sangue ferver. — suspiro.

— Está tudo bem, meu amor... agora já passou, e eu aposto que ela não vai mais se meter com a gente. — acaricia meu rosto, se aproximando logo em seguida, num beijo rápido. — Não deixe isso estragar nosso dia, ok?

– Ok... e então, não vai me contar o que vamos fazer mais tarde?

— Não, é surpresa.  — dá partida no carro. — E não adianta fazer essa carinha, porque eu não vou falar. — me olha de relance, me arrancando um sorriso. — Mas saiba que foi tudo pensado com muito carinho. — coloca sua mão sobre a minha que estava em minha perna.

Trocamos um olhar terno, enquanto estamos no sinal vermelho e logo Emma volta sua atenção ao trânsito. E apesar dos contratempos eu só sei sorrir. É isso. Emma, apesar de todas as intempéries do mundo, sabe me tratar de um jeito que eu pareço ser única, tornando também nossos momentos únicos e nos deixando em uma espécie de bolha. Nada importa, apenas eu, minha loira, e todo essa nossa legião de sentimentos.

(. . .)

— E você e Rubs, Zel? — pergunto me olhando no espelho, enquanto Zelena se joga em minha cama.

— Estamos ótimas, sis... — me viro, vendo seu sorriso escancarado. — eu  até ousaria dizer que Ruby Lucas é a mulher da minha vida.

— Quem diria, em? Zelena Mills toda cadelinha de alguém, falando dessa maneira? E olha que nem estão namorando ainda. — minha irmã faz uma careta, me jogando uma almofada.

Ficamos conversando até a campainha ser tocada e logo em seguida Henry e Arthur aparecerem na porta do quarto avisando que Emma havia chegado. Como Zelena  veio para ficar com os meninos, me senti mais tranquila em desfrutar de minha noite ao lado de minha loira. E foi no momento em que meus olhos bateram na figura da mulher parada no meio da sala, que meu coração errou uma sucessão de batidas. Ela estava linda como sempre, mas de uma maneira que soube me deixar mais encantada ainda. Pisco algumas vezes, e meu transe é quebrado ao ouvir as risadas de Henry e Arthur.

— Elas ficam se olhando parecendo bobas... — Henry diz, e eu nem chamo sua atenção, já que é a pura verdade.

O vestido vermelho colado que desenha bem suas formas e deixa seus braços fortes a mostra, a maquiagem que destaca ainda mais seus olhos verdes em que me perco tão facilmente, o conjunto da obra que é Emma Swan, e hoje eu posso chamar de namorada. Nos despedimos dos meninos e de Zelena e assim que Entramos no carro, eu decido entregar o meu presente, antes de ela dar partida.

— Amor... eu sei que essa é uma noite especial, e mesmo não sabendo o que você preparou eu posso imaginar  que será prefeito. Então, eu quero agradecer a cada momento de felicidade que você tem me proporcionado, a cada sorriso involuntário que rasga meu rosto quando te vejo, a cada manhã que acordo ao seu lado... enfim a essa nova vida que eu descobri ao seu lado. Você me faz sentir a mulher mais feliz do mundo. — sorrio, tendo meu gesto refletido pela loira, que me encara, escorando seu rosto no encosto do carro. —  comprei um presente para a gente, eu espero que você goste. — entreguei a caixa com os dois colares que estava em minha bolsa.

— É lindo, Gina. — Emma disse com os olhos marejados analisando o colar e o pingente.

— Eu escolhi esse pingente em forma de trevo, pois representa a sorte que temos de ter nossas vidas cruzada assim de forma tão inusitada, porém perfeita. — o colar carregava as nossas iniciais e a data do dia em que aceitamos namorar.

— Muito obrigada amor, é lindo e eu gostei muito, de verdade. — disse selando nossos lábios num beijo casto. Coloquei o colar em seu pescoço e ela repetiu o ato, e depois de mais um beijo enfim seguimos para nossa noite de comemoração.

EMMA
Com certeza o gesto de Regina foi uma surpresa para mim, não que eu não esperasse pelo presente, eu sabia que viria, mas as palavras que ela me disse foi o que me deixaram emocionada pra valer, não existe coisa melhor do que ter sentimentos por outra pessoa e ser correspondido a altura.
Parei o carro na frente do Granny's, e logo ela me olhou com uma expressão de dúvida. Sei que parece clichê, mas escolhi esse lugar pois foi aqui que nós nos encontramos tantas vezes apenas como amigas, foi aqui que comecei a perceber os meus sentimentos por ela. Já tinha combinado com a vovó, e essa noite o restaurante foi reservado exclusivamente para nós.
Saio do carro e abro a porta para Regina e estendo minha mão para ajudá-la a sair do carro. Não me canso de admirar a mulher linda que tenho ao meu lado, e hoje está excepcionalmente perfeita, em um vestido preto, que faz jus as suas curvas perfeitas, combinado com um scarpin também preto e a maquiagem suave, acompanhada de seu inseparável batom vermelho que deixa seus lábios tão convidativos.
Entramos no restaurante e o familiar barulho do sino na porta soou, mas diferente de todas as vezes que frequentamos aqui, a iluminação era feita por algumas velas, deixando o clima romântico. Caminhamos até nossa mesa e aproveitamos nosso jantar de maneira divertida, era engraçado como nossa conversa fluía com tanta facilidade e até quando ficávamos em silêncio tudo parece tão confortável.

— Eu não acredito Emma, você se lembrou disso? — os olhos da minha morena brilharam quando ela viu a maçã do amor a sua frente, ela me disse que gostava e há muito tempo não comia então pedi para preparar como nossa sobremesa.

— O que eu não faço pra agradar minha namorada, não é mesmo? Que bom que gostou. — puxo minha cadeira posicionando do lado da mulher, que antes estava de frente.

Nossos olhos se perderam um no outro, era como se pudéssemos ver a alma uma da outra, e isso me traz uma sensação que eu sei que nunca vou conseguir explicar. Levo minha mão ao seu rosto, fazendo uma leve carícia, e em seguida capturo os lábios dela num beijo lento, peço passagem com a língua sentido o gosto de seus lábios doces por causa da maçã. E como é  boa aquela sensação de tê-la ali tão entregue a mim, tão minha.
A segunda parte da nossa noite, será  numa suíte de um hotel que eu reservei na cidade vizinha. O caminho até lá era pouco mais de 45 minutos, e segui dirigindo enquanto nossa a playlist preferida tocava no carro e nós acompanhávamos a cada uma das canções, umas só cantarolávamos e outras cantávamos o todo pulmão. Assim que estacionei o carro, Regina me olhou com muito mais dúvida do que quando chegamos no Ganny's. Repeti o gesto de abrir a porta do carro para ela, e logo entramos no hotel de mãos dadas. Paramos na recepção.

— Boa noite, tenho um reserva em nome de Emma Swan.

— Boa noite... — a mulher checa as informações no computador, e sorri gentilmente. — o elevador fica a direita e a suíte de vocês é no último andar. — explicou a recepcionista entregando a chave para mim e logo em seguida, me lançando uma piscadinha. Pude sentir  quando Regina apertou minha mão.

Assim que entramos no elevador a carranca da minha morena não escondia que tinha ficado incomodada com a moça. Olhei sorrindo e ela revirou os olhos.

— Não acredito que ela tentou flertar com você na minha frente. Vadia! — sibilou — O que você tem em Emma, que deixa as mulheres assim?

— É a felicidade de ter a mulher mais linda do meu lado... me fazendo transbordar e acho que isso me faz brilhar e chamar a atenção das pessoas. — disse enquanto colava nossos corpos num abraço, distribuindo alguns beijos molhados em pescoço, me fazendo arfar.

Paramos em frente a porta do quarto, abri a mesma e entramos. Realmente era algo bem luxuoso, do jeito que eu imaginei, a cama era enorme e redonda, estava forrada com um lençol vermelho de seda, a pintura do quarto era em tom pastel e a decoração bem clássica, alguns móveis de madeira antiga. A direita uma pequena mesa, com uma garrafa de champanhe e duas taças, e na esquerda a porta que dava para o banheiro.

— Você realmente pensa em tudo... — Regina se vira, sorrindo e logo em seguida volta a admirar a decoração do quarto. — eu não sei se mereço isso tudo, Em.

— Você merece tudo isso e muito mais, querida. — aproximo nossos corpos novamente, deixando meu rosto se repousar na curva de seu pescoço. — E eu desejo de todo o meu coração que esse seja apenas o primeiro de muitos meses, anos e de toda uma vida ao seu lado... — a encaro após alguns segundos, e vejo uma expressão surpresa em seu rosto.

— Uma vida ao meu lado? — sinto meu rosto corar por sua pergunta.

— Desculpa parecer muito precipitada. – sorrio sem graça, desviando meu olhar do seu.

— Não, não é isso... é até estranho a forma com que você me faz sentir, Emma. É tudo numa intensidade tão grande, que eu assumo estar me acostumando. — segura meu rosto, nos conectando novamente. — Se nos acharem precipitadas, qual o problema? Você me desperta coisas que nenhuma pessoa conseguiu até hoje, Swan... e isso me faz crer que sim, eu também espero ter uma vida ao seu lado.

Ouvir essas palavras saindo da boca de Regina faz com que meu sorriso se alargue. Após um beijo casto, me desvencilho do nosso abraço e sigo rumo a mesa em que está o champanhe. Pego a garrafa e as taças, entregando uma a morena.

— A nós. – ergo um pouco o braço, propondo um brinde e Regina logo faz o mesmo.

— A nós, e a forma como nosso destino estava traçado e se cruzou dessa maneira tão linda. — com sua mão livre, puxa minha cintura, aproximando nossos corpos novamente, num gostoso abraço.

Em poucos minutos a garrafa de champanhe se encontrava vazia, enquanto trocávamos carinhos e carícias sobre a enorme cama. Não demora muito para que as mãos da morena comecem a passear com um pouco mais de ousadia sobre meu, me causando alguns arrepios. Num gesto rápido, a mulher se senta sobre meu corpo, fazendo nossos olhares se cruzarem da maneira intensa de sempre. Um beijo forte é iniciado e sem demora sinto a língua de Regina pedindo passagem, enquanto suas mãos firmam seu corpo apoiando dos dois lados do travesseiro.
Seguro sua cintura, e um gemido involuntário sai da minha boca quando sinto a mulher fazendo leves movimentos sobre meu corpo. E eu fico em dúvida do que me entorpece mais, se é o perfume ou se são os toques de Regina, que me fazem ir aos céus em questão de segundos.
Ficamos nessa troca de carícias quentes até meu corpo já quase implorar por mais. Quando minhas mãos descem de sua cintura, até a barra de seu vestido na tentativa de tirá-lo, Regina Mills me encara  com um sorriso extremamente sacana e faz um sinal negativo com o dedo indicador, me fazendo a olhar de forma confusa.
As palavras somem de minha boca enquanto meus olhos capturam cada ação da beldade que a esse momento se encontra de frente para a cama, ainda me encarando lascivamente. Regina só desvia seu olhar do meu, para dar atenção ao zíper na lateral de seu vestido, o abrindo lentamente, até chegar ao seu fim, na altura de sua cintura. É fácil ver que Mills carrega uma sensualidade em seu olhar, em seus passos e transparece isso até sem querer, então imaginem só minha situação quando essas provocações são direcionadas a mim.
De forma extremamente sexy Regina começa a tirar seu vestido, e a cada milímetro de pele descoberto, meu corpo estremece. Me sento na cama, afim de não perder um segundo sequer daquela cena, enquanto a mulher se vira de costas, me dando uma bela visão de suas curvas tão perfeitas. O vestido logo é jogado em um canto qualquer do quarto, e meus olhos se deliciam ao ver o corpo coberto apenas por uma minúscula lingerie de cor vinho, contrastando perfeitamente com seu tom de pele.
Regina sabe os efeitos que causa em mim, e eu posso imaginar que certamente o caminho da minha calcinha vai ser o lixo depois disso tudo. Já no meu limite, tento me aproximar de Regina, mas ao chegar mais perto, a mesma me empurra delicadamente rumo a cama, e eu caio sentada na mesma novamente. Sensualmente ela se aproxima, ficando sobre meu corpo, enquanto suas mãos procuram pelo zíper do meu vestido, em minhas costas, logo o tirando do meu corpo também. 
Um gemido involuntário escapa de meus lábios quando Regina desce a mão pelo meu abdômen, arranhando o local, o que provavelmente deixaria algumas marcas. Seu sorriso se abre novamente quando seus dedos vão de encontro ao meu sexo, ainda por cima do tecido da calcinha.

— Tão molhada, Swan... — aperta levemente o local, me causando um gritinho excitado.

Logo nossos lábios se encontram novamente, num beijo ardentemente quente, enquanto Regina se movimenta lentamente sobre meu corpo. Seus beijos descem por meu pescoço, fazendo um caminho excitante até chegarem no vão de meus seios, no mesmo segundo se livrando do sutiã, me fazendo arfar logo no primeiro toque de suas mãos e sua boca em meu seio esquerdo, depois de alguns minutos, dando a mesma atenção ao direito.
A maneira como nossos corpos se procuram, no único intuito de dar prazer uma a outra, faz com que nossa noite se finalize de maneira perfeita. Tudo nosso parece ser feito na exata medida para trazer satisfação a ambas, meu corpo parece conhecer cada pedacinho, cada ponto fraco de Regina, assim como ela, apesar do não tanto tempo, conhece cada detalhe meu.
A explosão de amor e desejo quarto foi latente, envolvente e excitante, nos fazendo, ao fim, cair exaustas sobre a cama. Olho para o lado, me perdendo por alguns segundos na imagem de Regina Mills deitada de olhos fechados, e assim como eu, numa tentativa de regular sua respiração. Com o olhar, sigo uma gota de suor que escorre por seu rosto, morrendo em seus fios negros, enquanto sinto meu coração começando a se acalmar.
Me pegando no flagra, ela abre os olhos e sorri da maneira linda de sempre. Levo minha mão ao seu rosto, deixando um leve carinho e logo em seguida, permitindo que minha mal escorregue pelo seu corpo, desenhando na ponta de meus dedos, cada curva da morena.

— A mais bela poesia de todas, a mais perfeita obra de arte... — sussurro, voltando minha mão ao seu rosto. — posso, novamente, soar precipitada ao dizer isso, mas... eu te amo, Regina.

— Eu também te amo, Emma. — a puxo para mais perto, fazendo com que se deite sobre meu peito. — Obrigada pela noite... E também por tudo o que tem me proporcionado desde que nos conhecemos. 

Deixo um beijo em seus cabelos, e logo me empenho em ficar fazendo leves carinhos em sua cintura, onde minha mão repousa. Não demora muito para que eu ouça a respiração da morena ficar leve, e ao olhar para baixo, vejo sua expressão serena, mostrando que a mesma caiu no sono. Velando seu sono, admirando a mulher pela qual sou extremamente apaixonada, e mais uma vez, repassando essa noite perfeita em meus pensamentos, acabo dormindo também, com uma enorme sensação de paz e gratidão habitando dentro de mim.
O dia amanheceu bem chuvoso lá fora, o que está contrastando perfeitamente com o sol que parece brilhar aqui dentro de mim. É sempre assim quando acordo do lado de Regina, e agora, após completar nosso primeiro mês de namoro, eu tenho mais certeza ainda de que meus sentimentos por essa mulher me trouxeram uma nova vida. Desde o momento em que acordei, meus olhos  permanecem perdidos na morena que dorme serenamente ao meu lado.
As mechas de seu cabelo caindo sobre o rosto, a feição leve, com seus lábios formando um leve biquinho que chega a ser fofo.

— É Swan, você realmente tirou a sorte grande... — sussurro para mim mesma, enquanto me sento na beira da cama.

Mais uma olhada na preciosidade sobre a cama, com o corpo coberto até a altura de sua cintura, deixando suas costas nuas. Sorrio, deixando um suspiro escapar de meus lábios. Sigo até o telefone do quarto, pedindo nosso café da manhã, e o mesmo não demora muito a chegar,  numa bandeira recheada de várias coisas gostosas e que eu e minha morena adoramos.
Coloco a bandeja no móvel ao lado da cama, e me empenho na difícil tarefa de acordar Regina. Começo uma trilha de beijos em suas costas, descendo até a altura de seu quadril, e em seguida, fazendo o caminho de volta, parando próxima ao seu ouvido. 

— Bom dia, meu amor. — sussurro, ouvindo sua risada baixinha como resposta. — Hora de acordar, dorminhoca...

Distribuo alguns beijos no rosto de Regina, que ainda de olhos fechados, leva a mão ao meu rosto, me dando um selinho.

— Bom dia, minha loira. — a morena abre os olhos, me encarando de maneira doce,  enquanto dou a volta na cama, pegando nossa bandeja. — Hm,  café da manhã na cama? Vou ficar mal acostumada desse jeito... — sorri, pegando um morango e colocando na minha boca.

— Pois pode se acostumar, porque sempre que puder, eu vou te mimar muito. — trocamos um selinho, que logo se intensifica, se tornando um beijo demorado.

Nosso café da manhã é regado a muitas risadas, carinhos e conversas aleatórias. Incrível como tudo se torna leve quando eu e Regina estamos juntas, os momentos se tornam doces, tudo tem um ar tão sincero, que me traz uma paz tão grande, um sentimento tão bom.

(. . .)

Logo após um agradável almoço, para fechar com chave de ouro nossa comemoração de um mês de namoro, eu e Regina nos despedimos do hotel e seguimos na pequena viagem de volta e o primeiro destino, seria sua casa, onde Henry e Arhtur estão com Zelena.
Assim que abrimos a porta, somos recebidas pelos dois garotos que nos abraçam empolgados, enquanto eu e Regina os olhamos curiosas, vendo que estão cobertos de farinha e com o rosto lambuzado de chocolate.
 
— O que vocês estão aprontando, em? — Regina pergunta, alternando o olhar entre Henry e Arthur.

— A gente tá fazendo bolo! — Henry diz, e logo vejo Zelena aparecer na sala, num estado não tão diferente dos meninos.

— Meu Deus, Sis... — a morena diz, logo em seguida caindo na risada. — tem razão deles adorarem ficar com a Tia Zel. Você tá parecendo um bolo de chocolate ambulante.

— E saiba que nosso bolo vai ficar muito gostoso, não é mesmo pirralhos? — bagunça o cabelo dos dois garotos que concordam, e logo em seguida correm de volta para a cozinha.

Em pouco mais de dez minutos, eu e Regina estamos fazendo parte da bagunça com os garotos e minha cunhada. Pelo que Regina me relata as vezes, dá pra perceber que Zelena sempre teve um amor inexplicável por Henry, e também é explícito o quanto o garotinho é apaixonado por essa tia louca que tem. E desde o momento em que a ruiva chegou aqui, depois de toda aquela confusão causada por Robin, ela acolheu Arthur como seu sobrinho também, e é notório o quanto meu menino se afeiçoou a ela também. 

— Agora, os dois mocinhos vão pro banho, enquanto eu arrumo essa bagunça aqui, pode ser? — pergunto, e os dois me olham, prontos para protestar. — Só vão comer o bolo quando estiverem limpinhos e cheirosos.
Em segundos os dois estão correndo rumo ao quarto de Arthur.

— Bom, vou ficar de olho neles, se não já sabem, né? — Regina diz, e eu concordo. – Sis, vai tomar um banho também, antes que as formigas juntem em você. — Zelena responde com uma careta, e Regina se afasta, rindo.

Começo a organizar as coisas na cozinha, primeiro, lavando as louças que estavam espalhadas pelo cômodo. Olho para o lado, e vejo Zelena escorada na pia, onde já se encontrava há alguns minutos, com os braços cruzados na altura do peito, e os olhos perdidos em um canto qualquer do cômodo.

– Zel? Tudo bem? – pergunto, após alguns segundos a encarando, e ganho sua atenção. — Viajando na maionese aí, o que foi?

— Pensando... — dá de ombros.

— aliás, eu queria falar uma coisa com você. — aceno para que ela continue, mas a ruiva parece ponderar, meio nervosa.

— Vamos, Zelena Mills... desembucha. — deixo o que estava fazendo, e a chamo para se sentar à mesa comigo.

— Ai Em... é a Rubs. Quer dizer, somos nós.  — suspira, se jogando na cadeira.

— O que? Vocês não estão juntas? Ontem mesmo ela não veio aqui, ficar com você e os meninos? — pergunto confusa, não entendendo o desânimo de minha cunhada. — Fala, o que foi?

— Sim, nos ainda estamos juntas, e Deus há de querer que isso permaneça... porém, Ruby já deve ter te dito que nesses dois meses e pouco que estamos juntas, a gente só está ficando, não é?

— É, ela me disse. Mas, vocês conversaram sobre isso, lá no começo, não foi? — a ruiva concorda. — E então?

— Mas é porque naquela época, eu havia acabado de chegar na cidade, estava com a cabeça cheia por tudo que aquele canalha do Robin fez com a minha irmã, e pensei que Ruby só seria apenas mais uma pessoa legal a se conhecer. — respira fundo, esfregando as mãos uma na outra. — Eu tinha minha vida pronta lá na Flórida, um emprego como fotógrafa em um dos estúdios mais conceituados de lá, mas ao chegar aqui, tudo parece ter dado uma volta completamente inusitada, entende?

— Você pretende voltar, Zelena? — pergunto, e ela para por alguns segundos, desviando seu olhar do meu.

— É isso, Emma. Eu não quero voltar, eu e Ruby temos construído uma relação tão boa, tão gostosa nesses últimos tempos, e eu não quero acabar com isso. — volta a me encarar, sorrindo. — É estranho, eu nunca me senti assim, sabe? Lucas tem a capacidade de despertar tanta coisa em mim, que caramba, é inexplicável...

Ver Zelena falando dessa maneira da minha amiga, me deixa tão, mas tão feliz.  Eu amo Ruby, mas é inegável que a mesma já se jogou em cada confusão a procura de relacionamentos amorosos infundados e falidos, e agora, é mais que visível o quanto ela gosta de Zelena e está envolvida nessa relação que as duas criaram em tão pouco tempo. E além de tudo, dá pra perceber que tudo vai além de sexo, vai além da pegação de do fogo visível que essas duas tem. Eu nunca, repito, nunca vi Ruby Lucas sorrir como sorri por uma simples troca de mensagens com alguém, como acontece da maneira quando ela está conversando com Zelena.

— Eu quero pedir Ruby em namoro, Em. — se levanta, e cruza os braços na altura do peito, enquanto anda de um lado para o outro na cozinha. — Se mesmo não sendo rotulado ainda, essa relação faz tanto bem para nós, eu tenho certeza, que tendo aquela marrenta como minha namorada, eu vou ser a mulher mais feliz do mundo. 

— Você tem meu total apoio, e conhecendo Ruby da maneira que conheço, eu não dou mais um mês pra vocês estarem morando na mesma casa, com quatro cachorros e dois gatos. — Zelena ri.

— Eu nunca me senti insegura em relação a essas coisas antes, até isso é inédito pra mim. — sorri de canto. — Eu não sou muito boa em demonstrar meus sentimentos, mas por ela, tanta coisa em mim tem se transformado...

Zelena Mills sorrindo que nem uma idiota chega a ser engraçado. Me levanto, segurando seus ombros, fazendo com que ela pare de andar.

— Olha, eu não sei se ela já te disse isso... mas um dos medos dela, é de que a qualquer momento você resolva voltar para a Flórida. — digo, a encarando. — Mostre a ela que você quer ficar, e que deseja algo mais sério, tanto quanto ela. — o sorriso da ruiva se abre novamente. — Me conte os resultados depois, espero que dê tudo certo. — retribuo o sorriso, a envolvendo em um abraço.

— Obrigada, cunhadinha... te amo. Avise a Regina que eu já fui, até mais.

— Te amo também, vai lá... não esqueça de me atualizar das novidades.

(. . .)

Já era quase noite quando enfim, durante mais uma maratona de desenhos animados ao lado de Henry e Arthur, decidi ir para a casa. Hoje, sem desculpas, ou sem cair na tentação de Regina e sua carinha de cachorro pidão me fazerem ficar. Me levanto do sofá, indo até o quarto da minha morena, onde a mesma terminava de se vestir após o banho.

— Amor, vou pra casa. — a abraço pela cintura, deixando um beijo em sua nuca. — E nem adianta a senhorita me olhar assim... — digo quando a mulher se vira, fazendo um biquinho que chega a ser fofo.

— Ok, sem chantagem por hoje. — rimos. — Obrigada pela noite de ontem, e pelo dia de hoje. — acaricia meu rosto.

— Não precisa agradecer... — me encaixo em seu abraço. — você não imagina o quanto eu estou feliz ao seu lado.

— E é recíproco, meu bem. — levanto o rosto para encarar a morena, que deixa um beijo em minha testa. — Eu te amo, Swan.

— E eu te amo mais, Mills. — trocamos um selinho demorado.

O selinho logo se transforma em um beijo demorado, mas delicado e posso sentir Regina fazer um leve carinho em minha nuca. No limite de nossas respirações, o beijo é cessado com vários selinhos.

— Vou indo, até mais.

— Até mais.

Mais um selinho e eu volto para a sala, afim de me despedir de meu outro garoto. Mas não perdendo a chance de irritar os dois mocinhos, para em frente a TV, logo ganhando a atenção deles e algumas reclamações como resposta.

— Mamãe, tá na parte mais legal! — abro os braços, ouvindo os comentários aumentarem.

— Mãe Em, por favor... licença! — os dois se levantam.

— Só porque foram educados, eu dou licença... — sorrio, e me aproximo do sofá. — Arthur, vamos pra casa?

E parece que eu disse a pior frase do mundo. No mesmo instante os dois garotos abaixam o olhar, fazendo a mesma expressão que Regina fez há alguns minutos atrás.

— Você pode até resistir a mim, mas eu duvido que resista ao drama desses dois. — a morena diz, parada próxima a escada.
— Vamos, rapaz... — vejo Henry cochichar algo no ouvido de Arthur, e troco um olhar desconfiado com Regina. — Hm, estão de segredinhos agora, é?

Os dois se olham e Arthur se levanta, indo até Regina e pedindo para que ela se abaixe. Assim que a morena o faz, ele também diz algo em seu ouvido. Mills sorri, enquanto o garoto volta para o sofá e se senta ao lado do irmão.

— Henry pediu para ir com vocês. — diz e eu sorrio surpresa.

Sim, surpresa. Em todo esse tempo, em todas as vezes que Henry saiu ou foi para a casa comigo, foi por algum convite meu ou do irmão. Olho para o garotinho balançando as pernas no sofá e meu sorriso se alarga.

— É claro que sim, meu amor. — me aproximo. — Por você tudo bem, Regina?

— Óbvio que sim. — a morena sorri.

— Então... vamos?

(. . .)

Chegamos em casa e após nosso jantar e muita bagunça, não tardou para que meus garotos ficassem sonolentos, então fui colocá-los na cama e logo segui pro meu quarto. Passar esse tempo com a Regina, foi maravilhoso, porem eu estava exausta e precisava de uma boa noite de sono.

Peguei meu celular e enviei uma mensagem de “boa noite” para minha namorada, e sem demora adormeci.
Acordei durante a madrugada, quando senti uma movimentação na cama e o peso de um dos meu garotos. A luz do meu banheiro estava acesa, então consegui reconhecer Henry pelo seu pijama do Batman. Senti quando ele tentou se aninhar em meu corpo, enquanto o seu estava trêmulo, levantei meu tronco para olhar seu rosto e o garoto parecia apavorado.

— Ei meu amor, o que houve? Tá tudo bem? — ele balançou a cabeça de forma negativa.

— Eu tive um pesadelo mamãe, posso ficar aqui com você? — levanta os olhinhos, me encarando.

— Claro que pode. — então eu o aconcheguei em meu colo da forma mais confortável pra nós dois.

— Você... você pode me cantar uma música? — nessa hora a lembrança que veio a minha mente, instantaneamente, foi uma música que o meu pai sempre cantava pra mim antes de dormir.

Sem muita demora iniciei as primeiras estrofes da música e senti Henry se aconchegar ainda mais em meu corpo, enquanto eu fazia leves carinhos em seus cabelos.
Não demorou muito para que meu garoto começasse a ficar sonolento de novo. Mas antes de fechar os olhos de vez ele, sussurrou um “eu te amo mamãe” o que fez meu coração se encher ainda mais.

— Eu também te amo, Henry... infinitamente.



Gostaram? até o próximo capítulo.😘😘


Amor Em Dobro - SWANQUEEN- CONCLUÍDAWhere stories live. Discover now