twenty

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— Então quer dizer que uma briga com seu namorado fez você querer passar a noite em uma balada? — Brian pergunta enquanto eu dirijo pelas ruas atrás de alguma balada.

Assim que saí da casa de Harry eu telefonei para Brian e passei na casa dele. Eu não falei o real motivo da minha briga com o Harry, e agradeci mentalmente por ele não ter feito muita questão de saber, por mais que eu soubesse que aquilo é só pra eu não me sentir pior.

— Não só ir para uma balada, mas ir para uma balada, beber, dançar e...

— Você brigou com o seu namorado, vocês não terminaram, vai com calma! — meu amigo me alerta, tento não chorar.

Se ele soubesse ao menos metade da história...

— Eu posso colocar a culpa na bebida, como eles sempre fazem. — sorrio, mesmo estando quebrada. — Ali! — grito parecendo uma criança e Brian me acompanha.

Fazia tempo que não saíamos juntos assim, como nos velhos tempos que Brian me acompanhava nas festas e usava sua identidade falsa, a única diferença é que agora não precisamos mais.

Eu vi várias ligações e mensagens perdidas de Harry e confesso que estava me sentindo bem com isso e que estava gostando da idéia de deixar ele um pouco preocupado. Seguro a mão de Brian, nos guiando em meio a multidão enquanto meu corpo já se embalava no ritmo da música alta. Brian já sabia que tinha algo errado além de uma simples briga, ele sempre sabe, mas ele também sabe a hora de falar e ele também sabe que eu só preciso de uma noite enchendo a cara para esquecer um pouco o mundo.

Brian nos guiou até o bar da boate e uma moça ruiva nos atendeu. Eu pedi um drink qualquer e Brian pediu uma dose pura de vodka, bebendo tudo de uma só vez, fazendo eu soltar um gritinho em comemoração. Eu estava quebrada, e a melhor coisa para se fazer quando está quebrada é beber até não aguentar mais, ou dançar até não sentir mais suas pernas.

— Eu quero uma! — exclamo pedindo uma dose igual a de Brian para a moça.

— Você tem certeza, liv? — Brian pergunta. Ele sabe bem que não sou de beber coisas muito fortes.

— Claro! — sorrio virando a dose de uma só vez.

Aquilo queimou a minha garganta como nunca enquanto descia pelo meu esôfago, mas isso era sinal de que tinha um bom efeito, ou não, depende do seu ponto de vista, no meu caso, significa que essa merda é boa, muito boa. E agora, na quinta dose, eu posso dizer que eu preciso de mais. Preciso de mais uma dose.

Meu corpo balançava junto ao de Brian em meio a multidão, o som de earned it ecoava pelo local e todo meu corpo acompanhava. Eu dançava de uma forma sensual em Brian, o fazendo rir e me acompanhar. Minhas mãos passeavam por todo meu corpo e cabelo enquanto eu movia meu quadril. Brian me virou para ele se aproximando do meu ouvido.

— Eu vou pegar outra bebida pra gente. — ele diz e eu concordo não dando importância e voltando a dançar.

Eu queria tanto que tudo tivesse sido diferente. Queria que Harry não fosse tão orgulhoso e que parasse com essa merda, eu queria estar com ele, nos braços dele, sentindo seus beijos...me entregando para ele. Isso é uma porra, porque ele falou que eu iria me magoar estando com ele, mas eu estou tão pior agora, sem ele. Ficar lembrando dos nossos momentos juntos é uma tortura, dos nossos sorrisos, de quando caímos no gelo na pista de patinação, lembro do seu abraço, seu cheiro...é muito ruim a idéia de não poder ter mais isso, não poder ter mais ele e também de cogitar a idéia de ver ele com outra pessoa. Céus, eu não iria suportar. Eu o amo tanto...e eu me odeio profundamente por isso, por o amar, por dar o meu coração para ele e ele pouco se foder para isso.

Saio do meu transe quando sinto uma mão na minha bunda. Eu conhecia esse toque, ere ele. Não podia ser. Não.

— Payne...quanto tempo, huh? — Cole diz e eu me viro para o olhar. — Já fazem...dois anos? — ele sorrir vitorioso.

Isso não podia estar acontecendo, meu deus. Olho para ele sem emoção alguma, a verdade é que eu queria chorar, mas eu não posso fazer isso, não na frente dele e deixar ele achando que eu ainda sinto algo por ele.

— Cole, sai. — digo tentando tirar sua mão de mim, mas ele me empurra me deixando presa entre ele e parede . — Cole, por favor... — sussurro sem forças.

— O que foi? Cadê aquele seu namoradinho de merda? Ele também te deixou depois que conseguiu o que queria? — Cole tinha um sorriso de dar medo. — Uma noite de sexo com você é com certeza tudo que um homem quer.

— Por favor...— eu já estava chorando. Merda. Vivo chorando ultimamente, mas isso está me matando.

— Você se lembra de como foi a nossa noite? Como você gemeu meu nome loucamente enquanto eu te fodia?

Meu ar já estava faltando, não. Essa merda não pode acontecer novamente.

— Sempre tão bobinha...Você achava que eu te amava? Pelo amor, Olívia, estava na cara que eu só queria enterrar meu pau em você. E consegui. Mas você acreditava em mim, quando eu falava que te amava...que queria me casar com você, coitadinha. — sua risada arrastada faz o meu corpo vibrar de medo.

Eu estava estática e meu corpo todo tremia. Merda,eu puxava o ar e ele não vinha.

— Você não passava de um passa tempo pra mim. Você é uma fodida, Olívia Payne, ou você acha que o seu namoradinho te ama? Por favor, com certeza você já deve ter aberto as pernas pra ele...como sempre faz! Ninguém é capaz de amar uma riquinha de merda igual a você. — ele é interrompido. Seu corpo sumiu de minha visão.

O corpo de Cole foi jogado brutalmente no chão, minha vista estava embaçada mas eu podia ver Brian lhe acertando murros e mais murros. Uma pequena multidão se formou enquanto eu tentava puxar o ar, eu estava tendo outra crise de pânico.

— Seu fodido de merda!— ouço os gritos de Brian. — Eu já falei pra não chegar perto dela, porra! Você não passa de um merdinha do caralho que acha que inferiorizando uma mulher ou fazendo sexo com ela é a porra de um machão.

Merda.

— Por que você não fala do seu pau minúsculo? Você é um merda escroto! Eu juro que se eu pudesse eu te matava com as minhas próprias mãos. — eu ouvia o barulho dos murros e aquilo me assustava ainda mais .

Meus pés me guiaram até a saída do local e eu me sentei no chão, tentando controlar a minha respiração, mas o ar não vinha. Minhas lágrimas não paravam por nada e todo meu corpo estava queimando. É a pior sensação do mundo, você querer respirar e parecer que todo oxigênio que existia tivesse sumido, que o mundo todo ao seu redor para de funcionar e é só você, é o momento que o seu batimento cardíaco atinge uma velocidade que nem você seria capaz de imaginar e você não tem a menor condição de falar algo. Tudo fica longe.

Eu estava dando o meu melhor para tentar respirar, mas eu estava falhando e isso estava me deixando desesperada.

"Deus, por favor...por favor" sussurro para mim mesma segurando meus joelhos com as mãos.

Liam...não, não. O Liam está com a Hannah.

— Liv...?— Brian me chama se abaixando e ficando na minha altura. — Liv...me desculpe, eu não deveria ter ficado longe de você.

Ele está se culpando.

— B, Brian. — puxo o ar. — Eu não consigo respirar. — sussurro puxando todo o ar. Estou falhando.

— Olívia, eu não sei o que fazer...porra!

Brian se levantou por um breve momento. Ele já me viu em uma situação dessa, mas ele ficava ainda mais desesperado do que eu. Brian é sensível a isso, ele não suportava a idéia de me ver daquele jeito, e sei que agora não é diferente

— Me diz o que eu tenho que fazer... — Brian diz enquanto volta a ficar na minha altura. — Me diz e eu faço, Olívia, só me diz, por favor.

— Bri.. liga para o Ha-Harry... por favor. — sussurro.

— Você tem certeza?

Balanço com a cabeça. Lágrimas em meus lábios, no colo do meu pescoço e meus pés agora descalços contra o chão.

— Por favor, liga pra ele, eu quero ele.

Olívia • harry styles Where stories live. Discover now