Maldito círculo vicioso.

Fechei minhas mãos em punhos e avancei sobre ele no momento em que fiquei estável sobre os meus pés novamente. Empurrei seu peito e dei um tapa forte no seu rosto.

— O que você está fazendo, porra? Eu quero sair daqui. — gritei histérica, jogando a bolsa sobre a poltrona antes de forçar meu corpo contra a maldita porta.

Mãos fortes me puxaram pela cintura e me jogaram contra um sofá próximo. O corpo dele veio sobre o meu, impossibilitando que me movesse ou lhe desse outro tapa.

— Me larga, Christian. — me contorci para longe do seu aperto mas foi em vão. Ele era maior, mais forte e estava cheio de raiva.

Christian olhou para mim por uma fração antes de agarrar o meu rosto e deslizar a língua na minha garganta, cortando os meus berros. Teria tudo para ser memorável se eu não estivesse queimando de ódio. Assim que seus lábios bateram nos meus eu mordi com força, sentindo o gosto de sangue na minha boca.

Christian se afastou e olhou para mim com olhos vermelhos. Ele parecia a um passo do homicídio, o meu. Ele levantou a mão na minha direção e eu me encolhi, esperando pelo golpe que não veio. Abri novamente os olhos para vê-lo desafivelando o cinto de couro. Meus olhos se arregalaram e o medo se tornou ainda maior.

Comecei a recuar no sofá em busca do maior espaço possível entre nós. Seus olhos me fitavam com tanta raiva que me fizeram estremecer. Ele puxou a tira de couro e a dobrou em duas, se aproximando de mim novamente.

— Christian, não, por favor... Eu... — mais lágrimas surgiram, cheias de sentimentos inéditos para mim.

Eu nunca apanhei de ninguém. Meus pais sempre foram totalmente contra castigos físicos e Jack também nunca fez nada do tipo, nem nenhum dos outros namorados que tive anteriormente.

Me lembro da marca roxa na área da minha cintura. Ele vai fazer como na outra noite, me batendo em lugares que as roupas escondem para que as pessoas à nossa volta não percebam que ele me espanca sempre que tem vontade?

— Levante-se. — Christian murmurou com falsa tranquilidade e quando eu não me mexi ele explodiu. — Levante-se porra.

Eu pulei com o seu grito. Meu coração acelerou ainda mais e senti uma fina camada de suor brotar na minha testa, além da falta de ar característica.

Péssima hora para uma taquicardia, Anastasia.

Christian agarrou meu queixo e olhou para mim todo esnobe e a ideia de bater todo esse ar de superioridade fora dele turvou meus pensamentos.

— Agora eu vou deixar você escolher um castigo, Anastasia. — ele esfregou meu lábio inferior com o polegar enquanto alguma coisa muito perto de pura maldade brilhou nos seus olhos. — Eu te avisei para não se atrever a me bater novamente. Estenda as mãos.

Eu poderia estar apavorada, mas ainda tinha o bom senso de que qualquer movimento em falso resultaria num Christian ainda mais puto e isso não era bom para mim em nada. Olhei para ele e acatei a ordem. Ele agarrou meus braços com força e envolveu meus pulsos com o cinto. Ficou apertado, a tira de couro mordendo a minha pele e quase cortando a circulação.

Christian pareceu não se dar conta do quão apertada a minha amarra estava. Ele me empurrou numa das poltronas e passou o cinto de segurança no meu peito. Ele se sentou na minha frente e olhou para mim com cuidado. O avião começou a taxiar e engoli a vontade de gritar novamente.

Ninety Days Where stories live. Discover now