Insane - Fillie [cancelada]

Capítulo 5 - Wasting Time

Millie estava parecidíssima com a Harley Quinn de Esquadrão Suicida, porém, ao invés de um short curtinho, estava com um short normal. Finn estava simples, apenas com as "tattoos" da personagem em seu rosto (e a no peito que não ficava aparente).
Chegaram ao cinema e desde os trailers ficaram com os olhos pregados na telona.

-O filme foi incrível, as cenas de luta, a emancipação da Harley...tô apaixonada! - Millie falava com empolgação após saírem do local. Estavam andando lado a lado contentes com o filme assistido.

-Sim, a Harley é uma das minhas personagens favoritas. Você ta igualzinha à ela, mas acho que deveria atualizar o visual - disse Finn a analisando.

-Me compra as roupas que eu atualizo, bobão - sorri.

-Quer ir pra casa ou ir no BK? - propôs o garoto

-E ainda pergunta? - sorri de lado, segura a mão de Finn e o arrasta até a lanchonete.

Ao chegar no local, os dois pedem um lanche e um refrigerante e sentam pra comer e conversar. O silêncio predomina enquanto os dois comiam, mas quando terminaram as conversas mais aleatórias surgiram.

-Finn, por que o Coringa existe? Tipo, o vilão...

-Não tem apenas uma história de origem, então não posso te afirmar o motivo. Mas se quiser ver o filme dele que lançou ano passado, eu apoio.

-Hmm - fez cara de pensativa - vou pensar direitinho. E por que somos amigos?

Aquela pergunta tinha pego Finn de surpresa, ele mesmo não entendia como tinham pegado intimidade tão rápido.

-Acho que foi depois de nos abrirmos, falar sobre nossas dores nos deu abertura pra esse tipo de relacionamento. Depois conversamos...-lembrou-se do beijo, mas preferiu não comentar apesar da sua expressão facial já dizer tudo - e viramos amigos. Concorda?

-Concordo - diz olhando direto nos olhos dele. - vamos pra casa agora?

-Vamos, eu pago o motorista.

-Já que insiste - começou a rir - você por acaso é rico?

-Não, mas sou cavalheiro. Agora cala a boca que o motorista ta aqui perto.

Horas mais tarde

Millie's POV on

Não demorou muito para que eu chegasse em casa. Cheguei, tirei a maquiagem, a roupa e tomei um banho quente pra relaxar. O dia tinha sido bom, o filme tinha sido perfeito, o lanche tava bom demais e a presença de Finn me deixava muito confortável em qualquer lugar. "Nos deu abertura pra esse tipo de relacionamento" ele disse... será que não deu pra outro tipo de relacionamento também? Millie, cala a boca!! Vou ligar pra Scarlett.

Millie's POV off

-Alô? - a voz da loira pergunta docemente pelo telefone

-Oi Scar, é a Millie! - responde no mesmo tom

-Mills! Ta tudo bem? Você nunca me liga... aconteceu alguma coisa?

-Tô bem, na verdade não sei - solta uma risada - tô confusa amiga, preciso falar com você pra ver se consigo deixar as coisas mais claras.

-Tô quase chegando ai - diz Scarlett

-Como assim "ta quase chegando"? - indaga confusa

-Quando você falou "é a Millie", eu já peguei a bike e fui indo para aí...na verdade, tô aqui...na...porta.- termina a frase ofegante.

-Maluca, tô indo abrir a porta! - Millie diz antes de desligar o celular e receber a amiga que já havia chegado.

Millie abre a porta e se depara com Scarlett sentada na calçada ao lado da bicicleta. A forma com que a loira se preocupava com ela era genuína, como se fosse a irmã dela.

-Scar, vem! Aqui tem ventilador e água fresquinha - diz com um tom de deboche

-Vai se fuder garota, pega água pra mim logo! - Scarlett diz já adentrando o local.

Millie chega com um copo de água fresca, que é bebida em poucos segundos pela amiga aparentemente cansada por ter pedalado rápido até lá.

-Da próxima vez, manda mensagem que é pra eu saber e vim de uber, obrigada! - a encara com um meio sorriso - mas eai, o que quer conversar?

-É sobre o Finn...- diz séria.

-O que esse idiota fez? Olha, a Natasha me falou como ele é e facilmente ele vacila, eu bato nele se ele te fez alguma coisa, eu juro - é interrompida por Millie

-Ele não fez nada, calmô! Ontem fui na casa dele e nós conversamos e bebemos muito. Acabamos nos beijando e bom, você sabe que eu nunca tinha ficado com ninguém antes... - desvia o olhar

-Olha o safado do Wolfhard já te beijou? Não acredito, o cara é rápido hein - disse boquiaberta

-Scar! Enfim, fomos no cinema hoje ver Aves de Rapina, depois fomos no BK e conversamos... eu acho que estou gostando dele, mas não é possível gostar de uma pessoa em tão pouco tempo, certo? - disparou e logo pensou "então esse é o sobrenome dele? Wolfhard..."

-Olha amiga, pode sim se apaixonar por alguém em pouco tempo, depende de como a pessoa te trata, do jeito que ela é, da maneira que ela pensa e do jeito que você se sente com essa pessoa. Se você acha que está gostando dele, fala com ele e tenta esclarecer todas as suas dúvidas. Não tem tempo a perder!

-Ok, mas e se ele não quiser, ou ele quiser e eu realmente não gostar dele? Eu não quero quebrar o meu coração ou o dele...

-Tente. E se não conseguir, já diria Raul Seixas: tente outra vez.

-Ta bom, mas se der merda, você que vai dar um help em tudo, ok bonita?

-Ok boba - mostrou a língua

As amigas ficaram o final da tarde e boa parte da noite no quarto de Millie fofocando, tirando fotos, vendo vídeos, fazendo brincadeiras e filosofando. Filosofar era uma das coisas preferidas de Millie, pois a fazia refletir e questionar várias coisas, e muitas vezes isso lhe causava uma mudança de pensamento ou na forma de agir.
Ao perceberem que já estava tarde, Scarlett liga para os pais para avisar que dormiria na casa do Brown e logo após adormeceram na mesma cama (como eram amigas à anos, não tinham vergonha e nem se incomodavam com aquilo).

Já Finn estava em sua cama sem conseguir pregar os olhos. Sua mãe estava em um novo relacionamento já fazia um tempo, mas o atual namorado dela era abusivo igual ao seu falecido pai. Ela gritava com ele e ele com ela, atiravam objetos um contra o outro e Finn estava em seu quarto prestes a ter uma crise de ansiedade.

Finn's POV on

Era quase todo dia assim, eu não estou suportando mais. Presenciei isso quando pequeno e não queria presenciar novamente. Sinto meu coração acelerar, a falta de ar começava e junto dela uma sensação de desespero. Minhas mãos começaram a tremer e várias lembranças ruins invadiam a minha mente.
Eu queria que tudo parasse, aquilo era demais pra mim. Nunca tentei nada porque Natasha me fez prometer, também não podia deixar minha mãe naquela situação. Reuni forças, abri a janela para que a brisa gelada entrasse em contato com o meu corpo e peguei meu celular. O primeiro contato do whatsapp que vejo é dela...Millie.