— Se não quer escândalos, senhorita Hayes — provocou a mim — , sugiro que arrume um local mais reservado então. Porque não saio desse clube sem antes falar com você. De preferência sem o cão de guarda.

— Eu posso fazer você sair daqui, quer ver? Se vai estar respirando, isso já é outro assunto. — Christopher levantou a sobrancelha com escárnio.

— Eu tenho um lugar que podemos conversar. — falei. Não estava falando muito, deveria, mas não estava. Não queria. Não suportava a ideia de trocar diálogos com ele. Sentia o vômito chegar na garganta.

— Acompanho você. — deu de ombros. A sua expressão tranquila era sempre o que mais me assustava, ela era uma armadilha, uma enganação pura. Ele a usava para deixar fácil de dar o bote. Isso me colocou em situações horríveis várias vezes.

    Christopher passou os braços em volta dos meus ombros e me acompanhou, enquanto Troy nos seguia. Andamos, tentando manter a discrição, não sei porque me preocupava tanto com isso naquele momento, mas não queria que ninguém soubesse. Não queria escândalos. Fomos até uma sala que estava cheia de quadros e tinha também uma enorme janela. Ali me parecia um bom lugar para se ter aquela conversa. O engraçado era que conseguia pensar com clareza em tudo, mas ainda não tinha caído a ficha que Troy estava aqui, dividindo o mesmo ar que eu. Não conseguia raciocinar.

    Christopher continuou ao meu lado e bem a minha frente, estava Troy.

— Pois bem. — mantive firmeza na voz. Nunca mais esse homem me veria fraca de novo, nunca me veria chorar ou amedrontada. Nunca. — O que você quer?

— Sabe... — ele sorriu achando graça da situação e com as mãos no bolso. — Alguns dias atrás, estava eu bem sossegado na minha casa em Nova York quando vi no Instagram uma capa de uma revista e nela tinha um rostinho lindo. Eu conhecia aqueles olhos azuis, aquele cabelo loiro e mais ainda, aqueles lábios. Vi você e naquela fração de segundos, lembrei da gente.

— Não... — ri com deboche. Não sentia medo, nem nada parecido. Muito pelo contrário, me sentia forte. — Você viu que eu era dona do clube, que era filha de um empresário cheio da grana. É por isso que está aqui. Eu te conheço Troy e como! Mas se acha que vai conseguir algo, está enganado. Não vou te dar um centavo.

     Novamente, o desgraçado riu, incrédulo com a minha acusação. Se eu desejei rasgar a garganta dele com uma faca? Ah, como desejei!

— Não quero grana. — parou de rir e me fitou com atenção. — Só queria ver você. Você é o tipo de mulher que marca muito a vida de um homem.

— O único erro dela foi não ter marcado a sua garganta com uma faca. — Christopher interviu, enojado com Troy. Ele leu os meus pensamentos.

— Vocês já tiveram algo, não é? — ele disse com um tom de zombaria. — Não fica incomodado de estar defendendo uma mulher que outro cara está comendo? Segundo as revistas, tem outro interessado. Não dá para julgar, quando Kristen abre às pernas, ela arranca a última gota de sanidade que o cara tem.

    Isso foi o estopim para Christopher fechar os punhos e socar a cara de Troy, que caiu no chão. Christopher não parou de bater, bateu e bateu repetidas vezes e o sangue já se espalhavam pelo rosto de Troy, que sangrava pela boca, pelo nariz e por ferimentos que os inúmeros socos abriam em seu rosto. Deveria ter intervido. Mas não. Por mais errado que seja, gostava de ver Troy apanhando. Gostava de ver o sangue saindo das suas veias. Pena que estava sujando o chão. Porém, de alguma maneira vacilante, ele ficou em vantagem e começou a agredir Christopher. A briga era feia, ambos tinham o mesmo nível de força. Troy sempre fora fã de academias e de luta. Tive que intervir. Calmamente, me aproximei sem que ele notasse e meti um chute na sua boca e o mesmo caiu no chão. Gostaria que estivesse se retorcendo de dor, mas Troy não era o tipo de cara que se mostrava fraco. Ficou de pé rapidamente.

Esse Garoto é o Caos Vol.2 [CONCLUÍDO] Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora