Irmandande

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A medida em que o tempo ia passando, Castiel e eu ficavamos cada vez mais próximos, ele era como um irmão pra mim, uma das pessoas em quem eu mais confiava na vida. Minha avó costumava dizer que acabaríamos formando um belo casal algum dia (ue dejavi?) kkkkk, sinto te decepcionar vovó, mas acho que isso aí não vai rolar.

Finalmente chegamos ao tão aguardado ensino médio, estamos cada vez mais perto de acabar de vez com toda essa tortura, todo esse tempo nós temos sido como irmãos um para o outro, mal sabia eu que essa pequena transição de saída do fundamental iria acabar deixando as coisas meio "confusas" entre nós, entre tudo na verdade.

Sabe, Castiel e eu passamos todo o nosso fundamental juntos, e sim, era óbvio que todos achavam que tínhamos algo, mas a gente não ligava, era meio engraçado brincar com a cara deles e tals, até que as coisas realmente começaram a mudar...

- finalmente, ensino médio, agora, cadê as pessoas com musicais ensaiados dançando e cantando pelas mesas do refeitório? -

- talvez se estivéssemos no Glee ou no High School Musical você veria isso, mas acho que vamos ter de nos contentar com purê de batata de 1397 de quando a diretora ainda era jovem (de acordo com ela, uma modelo muito bem sucedida) e com a nossa famosa carne misteriosa -

- Pera, a diretora já foi jovem? Achei que já tinha nascido a cara da Julia Roberts da terceira idade versão deepweb, qualé, ela é a irmã mais velha de Matusalém. E que história é essa de carne misteriosa? -

- é um mistério -

Castiel deu de ombros e fomos nos sentar enquanto eu ria da cara dele.

- bom, estamos no ensino médio mas nada mudou, as patricinhas continuam apostando pra ver quem tem o decote maior enquanto os jogadores só faltam babar feito cachorros vendo um pedaço de carne, os nerds continuam com seus planos (bem arquitetados, porém tão reais quanto a possibilidade de eu eu começar a gostar de matemática) pra dominar o mundo e construir um foguete que os leve a algum lugar com vida realmente inteligente, os rebeldes ainda acham que usar tatuagem de chiclete e fumar cigarro falso sabor tutti-frutti é maneiro, e temos nós, a normalidade em meio ao caos dessa prisão chamada escola. Nada mudou. -

- eu não diria isso ainda...-

Disse enquanto observava um menino lindo, loiro e de olhos dourados que acabara de entrar no refeitório e estava falando com a diretora.

- quem será que ele é ? -

Castiel apoiou sua cabeça na palma de uma das mãos enquanto brincava com a comida usando a outra, parecendo completamente desinteressado no que eu disse.

- pelo jeito parece mais um integrante pro grupo dos cachorros babões -

- não seja desagradável Castiel -

- euuu? -
Ele fez uma cara de indignação hilária e pôs a mão no peito como se estivesse realmente muito ofendido.

- Assim você me magoa, eu sou sempre um doce de pessoa -

- se você fosse um doce seria uma torta de limão -

disse enquanto olhava pra ele com minha típica cara de deboche.

- quem é a desagradável agora? -

- continua sendo você -

- oi, acho que ainda não nos conhecemos, prazer, sou Castiel -

Ele estendeu sua mão para mim em forma de comprimento, eu fiz o mesmo enquanto ria.

- kkkkkkk oi, eu prazer conhecê-lo senhor -

- oi também, o prazer é meu -
disse uma terceira voz.

Eu não havia percebido que o garoto novo tinha sentado bem do meu lado, (ai Deus, pronto, não sei o'que fazer, tenho certeza de que estou vermelha, mas por quê? Afff que merda. )

- oi - (oiii? É tudo que consegue dizer sua tapada, oiii? )

- oi, se importa se eu ficar aqui? É que eu não conheço ninguém ainda e estão olhando pra mim como se eu fosse alguma espécie de bixo exótico ainda não catalogado... -
ele parecia realmente desconfortável.

- claro kkkkk, isso passa não se preocupe -

- é assim com todo mundo? -

- você é carne nova, jajá eles acostumam - 

- ah kkkk bom saber, meu nome é Nathaniel, fui transferido da Inglaterra pra cá  -

- sou Castiel -
Castiel estendeu a mão para comprimenta lo, que rapidamente o fez.

- prazer, sou Clara - 

Ele veio até mim e me comprimentou com um beijo na bochecha que era um costume no país dele, mas adivinhem só quem não sabia que eram DOIS BEIJOS (um de cada lado tá gente? Só pra deixar claro kkkk). Então quando ele foi dar o segundo beijo na minha outra bochecha acabei virando o rosto na direção errada e ficamos cara a cara, centímetros um do outro. (E gente, vou confessar uma coisa, ele era ainda mais lindo de perto, e aqueles olhos? Que olhos viu meu senhor. Que. Olhos.)

- desculpe -

- me desculpe também -

Dissemos os dois em uníssomo, vermelhos, mas sem parar de nos encarar. Acabei não percebendo que o Castiel parecia meio incomodado. Ele nos observou enquanto riamos com vergonha. Nathaniel esfregava a parte de trás do pescoço e olhava pra baixo, enquanto eu colocava uma mexa de cabelo atrás da orelha. Ambos constrangidos.

- parece que nem tudo está igual afinal... É... paresse que vai ser um longo ano...-

Disse em voz baixa mais para si mesmo do que na intenção de ser ouvido.
 

My red angelWhere stories live. Discover now