— Que bom. — o respondi para que ele não percebesse que minha mente se ausentou um pouco.

Christopher segurou na mão da tal mulher, não foi um toque decente, disso tenho certeza. Até porque não tem nada de decente nele. Mas quer saber? Tenho que me lembrar de que já coloquei um ponto final na minha história com ele. Bem na minha frente tem um cara legal e que repara tudo em mim. É nisso que tenho que focar. Passado é passado. E as pessoas do passado devem permanecer no passado.

— Você é originalmente de onde? — Jason quis saber. Ele nunca tinha perguntado isso.

— Sou de Beaufort. Carolina do Sul. — especifiquei. — Você é originalmente de Los Angeles? — usei um humor na sua palavra totalmente diferente para se perguntar de onde alguém é. Ele riu, mas logo cessou as risadas.

— Sim. Sempre fui de Los Angeles. Mas não é o meu lugar preferido. — contou, sem tirar os olhos de mim.

— Hum — fiz uma cara pensativa — , e qual seria o seu lugar preferido?

— Bom, eu costumava ter um, mas não tenho mais. — disse. Pela sua forma de baixar o olhar, notei que havia algo por trás disso tudo e eu gostaria de saber.

— E qual era esse lugar? — insisti. Talvez estivesse sendo um pouco inconveniente, mas a minha curiosidade gritava para que a minha boca fosse adiante e perguntasse.

— Rosemary Beach, na Flórida. Um lugar fantástico. Sempre viajava para lá em todos os verões. — seus dedos começaram a brincar um com os outros. Talvez fosse a sua maneira de canalizar o sentimento que sentia ao falar sobre aquilo.

— Por que deixou de ser o seu lugar favorito? — novamente fiz uma pergunta sem ao menos pensar. As vezes me odeio por não ser o tipo de pessoa que analisa bem antes de perguntar algo.

— Na última vez em que estive lá, conheci Louise. Foi lá que a pedi em casamento. — seus olhos que se encontravam baixo, caíram sobre os meus. Jason tinha uma história, uma história que poderia ter tido um final feliz, mas não foi bem assim que tudo aconteceu.

— Ah, me desculpe se tiver sido inconveniente em perguntar. — me dei conta da sensibilidade do assunto.

— Não. Não sinto mais nada em relação à isso. — garantiu, convicto. Eu até teria acreditado, mas tem certos acontecimentos que marcam a sua vida para sempre e por mais que você os esqueça por algum tempo, eles sempre estarão lá e você sempre sentirá algo em relação à eles.

— Sabe, você é um cara legal, divertido... Não sei porque uma mulher... — freei a fala, sem ter certeza se deveria terminar.

— Me deixaria no altar? — ele riu — Confesso que não era um cara tão amável no início da minha juventude. Alguns me chamavam de arrogante, mulherengo e sabe-se lá o que mais. Porém, quando a conheci, mudei radicalmente, não sei como ela conseguiu ter aquele efeito sobre mim. Mas eu não fiz nada que pudesse feri-la. Antes de sonhar em machucar os sentimentos dela, preferia a morte. — se explicou.

— As vezes as pessoas são incompreensíveis. Não dá para mudá-las ou... mudar as suas decisões. — dessa vez, fui eu quem baixou o olhar. Meu histórico de tragédias era bem grande.

— É, isso você está certa. Mas eu gostaria de saber o que fez com que Louise mudasse a decisão dela. Porque ela não deu nenhum sinal ou pistas de que iria desistir do casamento. — comentou, tranquilo em falar disso.

— Mas ela não sabe o que perdeu. — segurei na mão dele, me sentia bem com ele. Conseguia me prender tanto que nem notava mais a presença de Christopher.

Esse Garoto é o Caos Vol.2 [CONCLUÍDO] Where stories live. Discover now