Capítulo 14

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No colégio público em Trindade, o fogo no segundo andar se intensifica e os bombeiros ainda não chegam. A temperatura no pavimento já chegava aos oitenta graus e Coleombo ainda não consegue sair da armadilha de Lecion. O herói estava cada vez mais fraco e desidratado. O demônio suíno estava satisfeito com a captura do herói e feliz com a expectativa de se tornar o assassino do grande causador do estrago da horogamia.

- Parece que a merenda de hoje será churrasco de pombo!- diz Lecion, às gargalhadas.

- Você é mesmo um sujo! Já tomou banho numa banheira de hidromassagem?- pergunta Coleombo.

- O quê?!- pergunta Lecion.

- Asas!!- grita Coleombo.

As asas de cálcio se erguem, utilizando toda a energia que restava na Armadura do Pombo. O herói se vira rapidamente e segura as pernas do móvel, usando a força do peso da armadura sem vida contra Lecion, empurrando-o contra a parede. Os abalos da parede queimada e enfraquecida solta um grande e pesado bloco do piso. O bloco desaba sobre o demônio suíno, esmagando-o. Coleombo corre desajeitadamente e mergulha para fora da janela. Estilhaçando os vidros, soltando a grade da janela e caindo rumo ao pátio do colégio. Coleombo segura os metacarpos das asas metálicas com as mãos para tentar suavizar a queda, mas não ajuda muito. O herói cai pesadamente no pátio. Algumas pessoas observam Coleombo de longe, que ainda estava muito fraco para se colocar de pé. Galileo, de dentro da armadura, tenta religar a energia de emergência, mas a Armadura do Pombo estava morta. Uma carcaça sem vida dificultando os seus movimentos.

O herói ouve as sirenes dos bombeiros, viaturas e ambulâncias e com esforço, se arrasta do local, tentando remover a armadura de setenta quilos. Com uma das penas metálicas, pressiona o talo em uma junta, próximo ao fecho central, nas costas. Coleombo ouve um estalo e consegue remover o capacete. O ar fresco no rosto queimado chega a ser revitalizante. Galileo retira as juntas e outras partes da armadura e as coloca em uma lona, próximo aos galões das lixeiras.

Os bombeiros entram no local, os enfermeiros trabalham no socorro de algumas vítimas e os policiais recolhem informações. Alguns repórteres chegam depois para fotografar e gravar matérias. Galileo, com short azul, descalço e camiseta branca, sai discretamente, carregando sua trouxa de lona preta com a armadura do Incansável Coleombo. Estava exausto e a ponto de desmaiar. A trouxa que carregava era muito pesada. Galileo consulta o Mahl'aks. Ele ainda funcionava. Ótimo; agora poderá se comunicar com Gonçalo e pedir socorro.

Galileo continuava o seu percurso enquanto algumas pessoas observavam o mendigo branco cheio de marcas de queimaduras que percorria o local. Próximo à Rua Joaquim Araújo, o rapaz percebe um carro azul. A porta se abre e Galileo tem medo do que encontrará. Não tem mais forças pra fugir e nem a sua sua armadura poderá servir para lhe defender.

- Venha logo, Galileo!- diz Aristarco, acenando pra ele.

Galileo se anima e se esforça para acelerar o passo. Aristarco vai até ele e coloca a trouxa de lona preta com a carcaça da armadura no porta-malas do carro. Galileo entra e relaxa aliviado ao se acomodar no banco. Aristarco dá a partida e acelera rumo ao Barreto.

- Caramba, Galileo! Essas pragas estão pegando pesado, hein?- diz Aristarco, observando o estado de Galileo.

- Foi o porco! Ele provocou a briga dos professores no colégio e iniciou o incêndio no local, para gerar o conflito. E quase me matou, por pouco.- diz Galileo, com esforço.

- Você precisa descansar, Galileo! Eu acho que posso recuperar a Armadura do Pombo em sete horas.- diz Aristarco, enquanto dirige pela Rua Doutor Nilo Peçanha.

O Vulcão da Vaca MalditaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora